O mercado brasileiro de trigo segue com baixa liquidez, resultado da menor disponibilidade do grão no âmbito doméstico. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, a indústria busca se manter abastecida, principalmente com trigo importado, evitando a necessidade de novas aquisições em picos de elevação cambial, como ocorridas recentemente.
“Isso acarretaria num crescimento representativo dos custos de importação, pelas paridades, porém, sem grande impacto nos preços do cereal produzido no Brasil, já que a própria liquidez reduzida impede que o mercado responda a estes estímulos”, disse.
Paraná
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que o plantio da safra 2018/19 do estado atinge 65% da área prevista de 1,003 milhão de hectares, que deve ficar 9% abaixo dos 1,102 milhão cultivados em 2018. Segundo o Deral, 95% das lavouras apresentam boas condições de desenvolvimento e 5% condições médias, na fase de germinação (22%) e crescimento vegetativo (78%).
Conforme levantamento da Agência SAFRAS, o plantio da safra 2019 em Campo Mourão, no noroeste do Paraná, de trigo atingia 50% da área até 16 de maio. Segundo o engenheiro agrônomo da Coamo, Lucas Gouvea, os trabalhos foram iniciados na primeira quinzena deste mês. A área total é projetada em 14,7 mil hectares. A produtividade é inicialmente esperada em 3 toneladas por hectare. O número final da última safra ficou em 2,4 toneladas por hectare. Segundo Gouvea, o clima tem sido favorável aos trabalhos, com chuvas dentro do normal.
Na área de atuação da Cooperativa Cocamar, no norte e noroeste do PR, as lavouras de trigo receberam chuvas benéficas. A superfície é estimada em 78,2 mil hectares. Conforme relatório do dia 27 de maio, 1% das lavouras está em fase de floração, 90% em desenvolvimento vegetativo e 9% em emergência. A estimativa de produtividade é baixa, de 2.900 quilos por hectare.
Rio Grande do Sul
Segundo boletim semanal da Emater/RS, a alta umidade do solo na última semana dificultou o avanço da semeadura do trigo no Rio Grande do Sul, além de ter permitido poucas das atividades relacionadas com o preparo das lavouras e a dessecação. Em algumas áreas de coxilha, os produtores conseguiram realizar um pouco de plantio de trigo; porém no geral, a maioria dos produtores não o fizeram.
Os produtores aguardam condições adequadas de umidade no solo para realizar o plantio, e isso implica em concentração do plantio numa janela de tempo menor, tendo em vista o clima prejudicial para a prática até o momento. As lavouras dessecadas há mais tempo já estão apresentando emergência de azevém, necessitando de novo manejo.
Levantamento da Agência SAFRAS aponta que as chuvas incessantes sobre a região de Panambi, no noroeste do Rio Grande do Sul, seguem impossibilitando o início do plantio de trigo. Segundo o engenheiro agrônomo da Cotripal, Dênio Oerlecke, os trabalhos deveriam ter sido iniciados na semana passada. Alguns produtores isolados plantaram pequenas áreas. Os trabalhos devem ser finalizados, no máximo, até 15 de junho, numa área estimada em 20 mil hectares.
Fonte: Agência SAFRAS