As lavouras de trigo no Rio Grande do Sul apresentam evolução satisfatória em termos de desenvolvimento, embora estejam sujeitas à variabilidade climática de cada região. As chuvas volumosas em 20 e 21/09 trouxeram apreensão quanto à sanidade das plantas e aos riscos de acamamento, sobretudo nas áreas em floração e enchimento de grãos. O manejo fitossanitário foi intensificado preventivamente, especialmente as aplicações de fungicidas para proteção contra doenças devido ao período de molhamento prolongado. Predominam lavouras em fases reprodutivas (35% em floração; 35% em enchimento de grãos); 25% estão em desenvolvimento vegetativo; e 5% em maturação, refletindo a heterogeneidade no cultivo. As áreas mais precoces aproximam-se do final do ciclo.
De forma geral, o estado nutricional das lavouras está adequado, favorecido pela adubação nitrogenada realizada em tempo oportuno e com propícia umidade do solo. As perspectivas produtivas seguem positivas, principalmente nas áreas conduzidas com maior nível tecnológico. Ainda há preocupações pontuais em relação ao excesso de chuvas, que pode impactar tanto a qualidade dos grãos quanto a estabilidade do potencial produtivo.
A área cultivada no Estado está projetada pela Emater/RS-Ascar em 1.198.276 hectares, e a estimativa de produtividade em 2.997 kg/ha.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, as chuvas intensas e os ventos fortes preocuparam os produtores quanto à sanidade das espigas e ao risco de acamamento em lavouras em maturação. Onde a drenagem do solo está adequada, foram realizadas aplicações de fungicidas para proteção contra giberela e manchas foliares. Na Campanha, as lavouras respondem bem à adubação nitrogenada, mas a produtividade potencial está variável. Os danos causados pelas geadas ocorridas durante a fase vegetativa e os problemas de estande relacionados à semeadura em solo excessivamente úmido ainda são fatores de risco para o rendimento da cultura.
Na de Caxias do Sul, as primeiras áreas semeadas estão iniciando os estágios de emborrachamento e de espigamento. Cerca de 90% das lavouras da região, localizadas nos Campos de Cima da Serra, estão na fase de elongação do colmo. As plantas apresentam sanidade dentro do normal, e o manejo está concentrado em pulverizações preventivas para o controle de pragas e doenças.
Na de Erechim, a área cultivada encontra-se em floração e espigamento. As chuvas do final de semana ainda não refletiram em perdas, mas os produtores intensificaram os tratamentos preventivos para doenças de fim de ciclo.
Na de Frederico Westphalen, as lavouras foram beneficiadas por constante disponibilidade hídrica, temperaturas amenas e radiação solar nas últimas semanas. Estão 20% dos cultivos em desenvolvimento vegetativo, 40% em floração e 40% em enchimento de grãos. O potencial de rendimento permanece positivo.
Na de Ijuí, o estado geral e a sanidade das lavouras estão adequados, mantendo o potencial produtivo. A estatura das plantas aumentou, camuflando a clorose nas folhas basais. O número de espiguetas por espiga – de 11 a 17 – é considerado apropriado. O controle fitossanitário foi intensificado, sobretudo contra a giberela, devido ao prolongado período de exposição tanto de anteras quanto de estigmas à elevada umidade.
Na de Passo Fundo, a cultura apresenta-se nas fases de alongamento (10%), emborrachamento (70%) e espigamento (20%). O potencial produtivo está satisfatório.
Na de Pelotas, 24% estão em desenvolvimento vegetativo; 31% em floração; e 45% em enchimento de grãos. O desenvolvimento segue dentro da normalidade em razão das boas condições climáticas. Não há registros significativos de problemas na cultura.
Na de Santa Rosa, o estado geral das lavouras está adequado, distribuídas em 10% em desenvolvimento vegetativo; 48% floração; 40% enchimento de grãos; e 2% em maturação. O potencial produtivo está elevado em função das espigas bem formadas e da fecundação completa. O risco de redução na produtividade decorre do acamamento em pontos isolados e da possível perda de qualidade em cultivos já em maturação fisiológica. O manejo fitossanitário concentra-se no controle de doenças fúngicas, principalmente oídio em alguns cultivares que foram mais severamente afetadas.
Na de Soledade, 2% das lavouras estão em perfilhamento; 48% em elongação; 40% em espigamento/floração; e 10% em enchimento de grãos. O tempo mais quente e úmido tem favorecido a ocorrência de ferrugens, oídio e giberela, exigindo monitoramento intensivo. Grande parte das áreas já recebeu o segundo tratamento fúngico, reforçando a estratégia preventiva.
Comercialização (saca de 60 quilos) O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, decresceu 2,53% quando comparado à semana anterior, passando de R$ 69,25 para R$ 67,50.
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Fonte: Emater RS