O predomínio de tempo seco desde o início de julho permitiu o avanço significativo da semeadura, que atingiu 92% da área projetada, superando índices dos anos anteriores para o mesmo período. A finalização dos trabalhos deve ocorrer dentro do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC).

Os cultivos estão em fase de desenvolvimento vegetativo, e as plantas se recuperam de forma progressiva dos efeitos do excesso hídrico, ocorrido até o final de junho. As lavouras semeadas em maio e junho apresentam boa densidade populacional, crescimento uniforme e coloração verde mais intensa, indicativos de estado nutricional e atividade fotossintética apropriadas. Contudo, essa recuperação varia conforme a região: no Sul, a persistência de elevada umidade relativa e nebulosidade limitaram a evolução das plantas; no Noroeste, as temperaturas elevadas no período provocaram sintomas de amarelecimento foliar e a manifestação inicial de doenças fúngicas.

As áreas implantadas em julho se encontram nos estádios de germinação e emergência. Porém, são necessárias precipitações regulares para garantir o adequado estabelecimento das plântulas.

Em relação ao manejo cultural, seguem as aplicações de herbicidas em pós-emergência. Nas lavouras em estádio de elongação do colmo, foi realizada a segunda aplicação de adubação nitrogenada em cobertura, e observa-se satisfatória sanidade foliar e a integridade estrutural das plantas. No entanto, a elevada precipitação, registrada logo após a semeadura, comprometeu a eficácia do tratamento de sementes em algumas áreas, o que aumenta a atenção dos produtores em razão da suscetibilidade da cultura a patógenos de solo e doenças foliares.

A área cultivada no Estado está projetada inicialmente pela Emater/RS-Ascar em 1.198.276 hectares. A estimativa inicial de produtividade é de 2.997 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, o tempo seco favoreceu o avanço da semeadura. Entretanto, a área efetivamente implantada (cerca de 80%) permanece aquém do registrado no mesmo período de safras anteriores, em São Borja, Itaqui e Maçambará, onde se concentram as maiores produções. As intensas precipitações registradas desde a abertura da janela de semeadura impactaram negativamente o andamento das atividades a campo, e foram necessários replantios e ações corretivas em áreas comprometidas por processos erosivos, como erosão laminar e em sulcos.

Em Manoel Viana, o plantio foi concluído. No momento, há expectativa quanto à ocorrência de chuvas para a realização da primeira adubação nitrogenada em cobertura. De modo geral, há atraso no desenvolvimento das lavouras em decorrência das condições climáticas desde o início da semeadura. Na região da Campanha, o plantio evoluiu rapidamente e deve ser concluído até 31/07, quando se encerra o período recomendado. As lavouras semeadas mais recentemente apresentaram melhor germinação e estande superior em relação às implantadas em junho. Embora as baixas temperaturas sejam favoráveis ao perfilhamento do trigo, a deficiência de luminosidade vem comprometendo o crescimento. Em Bagé e em Caçapava do Sul, o plantio está próximo da conclusão. A operação se encontra atrasada em Aceguá e Hulha Negra, onde apenas 60% foram implantados.

Na de Caxias do Sul, a semeadura progrediu consideravelmente, e alcançou aproximadamente 50% do previsto. A conclusão dos trabalhos deve acontecer em final de julho. As condições de umidade do solo têm beneficiado os cultivos, assegurando a germinação adequada. Apesar da ocorrência de neblina nas primeiras horas do dia, a insolação e as temperaturas amenas favoreceram o desenvolvimento inicial das plantas.

Na de Erechim, 90% foram semeados. A cultura está em diferentes estádios fenológicos (entre semeadura e perfilhamento). As lavouras implantadas mais precocemente apresentam estabelecimento e desenvolvimento apropriados.

Na de Frederico Westphalen, a semeadura avançou significativamente, e chegou a 95% em virtude das boas condições de friabilidade do solo. As baixas temperaturas registradas no período contribuíram para o afilhamento, sem prejudicar o desenvolvimento das plantas.

Na de Ijuí, o tempo seco permitiu a conclusão da semeadura. No entanto, a área efetivamente semeada deve ser levemente inferior à estimativa inicial.

Na de Passo Fundo, houve avanço significativo na área cultivada: de 50% para 90%.

Na de Pelotas, a semeadura atingiu 72% do total estimado. Os produtores relatam atraso no desenvolvimento vegetativo devido à baixa luminosidade.

Na de Santa Maria, 90% foram implantados, incluindo áreas de replante. O desenvolvimento inicial da cultura foi prejudicado por baixa radiação solar e alta umidade relativa, as quais favoreceram a incidência de doenças foliares, como mancha-amarela e ferrugem. Em Cachoeira do Sul, a adubação nitrogenada em cobertura foi temporariamente suspensa para evitar perdas por lixiviação e a baixa eficiência de absorção, dado o solo encharcado e a limitada atividade fotossintética.

Na de Santa Rosa, 96% foram semeados. Há relatos reduzido uso de insumos como alternativa para a contenção de custos. Nas lavouras implantadas tardiamente, a emergência e o estande estão melhores do que nos cultivos semeados no início do zoneamento, os quais foram afetados pelo excesso hídrico. Pequenas áreas marginais, com limitações de drenagem e de acesso, foram implantadas no período. As temperaturas mais elevadas contribuíram para o aumento do risco de ocorrência de pragas, especialmente de pulgão e lagarta, que estão sob monitoramento.

Na de Soledade, a semeadura foi finalizada. As lavouras implantadas no início da janela do Zarc se recuperaram bem após o período de chuvas. Embora muitas áreas tenham sido afetadas por processos erosivos, como erosão laminar e em sulcos, o estabelecimento e o desempenho vegetativo das lavouras nas últimas semanas estão satisfatórios em função da estabilidade climática.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, ocorreu elevação de 0,09% quando comparado à semana anterior, de R$ 70,09 para R$ 70,15. Em Cruz Alta, o preço para produto disponível permaneceu em R$ 76,00.

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Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Emater RS

Site: Informativo Conjuntural 1876

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