A estimativa de cultivo de trigo no Estado para a safra 2022 é de 1.413.763 hectares. A produtividade estimada é de 2.822 kg/ha. A cultura está em fase final de semeadura. De modo geral, no período entre 11 e 17/07, o excesso de umidade nas lavouras proporcionou
poucos momentos possíveis de acesso para a semeadura ou tratos culturais.

A estimativa atual de implantação é de 90% na média estadual. Há expectativa de que a área projetada seja semeada até o final de julho. Contudo, houve atrasos e dificuldades de plantio nas regiões da Campanha, Campos de Cima da Serra, Centro e Sul do Estado, onde a recorrência de chuvas impediu a progressão da operação.

Parte dos cultivos apresentam falhas de estande devido ao excesso de umidade no solo pós-semeadura, situação que pode ser parcialmente compensada pelo estímulo ao perfilhamento com aporte de nitrogênio. Os produtores com lavouras bem estabelecidas estão animados com o potencial produtivo e os preços elevados, programando uma nova aplicação nitrogenada para a fase de alongamento.

No aspecto fitossanitário, houve problemas pontuais com a incidência de insetos e pragas. Não houve relatos de doenças, mas o clima úmido demanda atenção para o risco de ocorrência de manchas foliares, especialmente nas lavouras onde foi cultivado trigo na safra de inverno anterior.

Na região administrativa da Emater /RS Ascar de Bagé, o período foi marcado por quatro dias com chuvas expressivas na região da Campanha, que impediram a realização de qualquer atividade de campo, como semeadura, preparo de solo ou dessecação de manejo.
Como o período de plantio no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para a região se encerra no dia 31/07, há grande apreensão por parte dos triticultores, especialmente em Bagé, Dom Pedrito, Hulha Negra e Aceguá, onde o plantio ainda não atingiu 15% da área prevista.

Caso a semeadura ocorra em agosto, as lavouras financiadas não terão cobertura de seguro, e os agentes financeiros podem solicitar a liquidação antecipada dos custeios de lavouras não implantadas. Alguns produtores cogitam desistir do cultivo nessa safra. No entanto, a maior parte pretende semear mesmo fora do período recomendado e com possibilidade de redução no potencial produtivo, pois já adquiriram os insumos necessários.

Na Fronteira Oeste, o volume de chuvas foi bastante desuniforme, ocorrendo maior impacto para os produtores de São Gabriel, Santa Margarida e Rosário do Sul, que ainda tem grandes extensões por plantar. Nas lavouras estabelecidas, nota-se sintomas de estresse nas plantas que possuem reduzido perfilhamento e coloração amarelada. Nos municípios de São Borja, Maçambará, Manoel Viana e Itacurubi, que detêm a maior área de cultivo do regional, o cenário é mais favorável, e a semeadura está próxima da conclusão dentro do ZARC.

O menor volume de chuvas permitiu ainda a aplicação de fertilizantes nitrogenados nas lavouras em fase de perfilhamento e outros tratos culturais. Na de Caxias do Sul, a semeadura não avançou devido às frequentes chuvas no período, e a área semeada nos Campos de Cima da Serra permanece com 50% da prevista para a safra. O período indicado para a semeadura nessa região se estende até o final de julho.

As áreas semeadas anteriormente apresentam boa germinação e bom estabelecimento inicial das lavouras.

Na região de Erechim, as lavouras foram todas implantadas, e 70% já estão em desenvolvimento vegetativo. Na de Passo fundo, foram semeados 90%, e estão em desenvolvimento vegetativo 50% dos cultivos. Na de Frederico Westphalen, com a semeadura finalizada no período anterior, as chuvas causaram alguns problemas de erosão em solos. A cultura está em fase de germinação e desenvolvimento, e algumas lavouras estão iniciando o perfilhamento.

O desenvolvimento vegetativo está abaixo do esperado, e há reduções pontuais de estande de lavouras. No período, os produtores realizaram adubação nitrogenada em cobertura, visando à recuperação dos cultivos.

Na de Ijuí, houve a finalização dos trabalhos de semeadura na maioria dos estabelecimentos produtores, restando pequenas áreas marginais a serem semeadas. As condições climáticas e de umidade do solo estão favorecendo a germinação e o desenvolvimento da cultura na sua fase vegetativa.

As lavouras semeadas no início do período indicado pelo ZARC e aquelas que se encontram em estádio de perfilhamento receberam adubação nitrogenada em cobertura. As lavouras semeadas a partir de 28/06 estão com dificuldade de emergência das plantas, mas normalizaram e uniformizaram a germinação devido à melhoria nas condições de umidade no solo devido à retomada das precipitações durante a semana.

Nas regionais de Pelotas e Santa Maria, houve muitas dificuldades para efetuar a semeadura no período pela constância de chuvas, que ocasionou o encharcamento dos solos, impedindo o acesso de equipamentos de plantio. O índice de lavouras já implantadas é de 65% para ambas as regiões.

Na de Santa Rosa, a área semeada ultrapassa 99% da projetada, mas a conclusão da operação foi suspensa até 16/07 em função das chuvas e da alta umidade nos solos; ainda restam algumas áreas de topografia mais baixas para concluir. De maneira geral, as lavouras apresentam boa germinação e emergência, com boa população de plantas, com exceção de algumas em solos muito úmidos, com estande muito reduzido e com necessidade de ressemeadura.

Na região, 96% das lavouras encontram-se em desenvolvimento vegetativo, 3% em floração, e 1% em início da formação dos grãos. A sanidade das plantas é considerada adequada, entretanto, em lavouras em fase de floração iniciaram as aplicações de fungicidas para a prevenção de doenças, como giberela. Os triticultores também monitoraram a presença de larvas de Coró (Phyllophaga triticophaga) em áreas sem tratamento de sementes, sendo efetuado controle onde necessário.

Na de Soledade, a semeadura aproximou-se do encerramento, com 98% dos cultivos implantados. Falta concluir em Soledade e Encruzilhada do Sul, que são municípios de maior altitude e onde o ZARC indica o plantio até 31/07. No geral, as lavouras apresentam bom estabelecimento inicial e estande de plantas adequado. Apesar da pequena insolação no período, que diminuiu o ritmo de crescimento das plantas, o aspecto geral das lavouras é satisfatório, com potencial de recuperação se ocorrerem condições climáticas apropriadas.

Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio apresentou decréscimo de -1,75% em relação à semana anterior, passando de R$ 115,16 para R$ 113,15.

Fonte: Emater-RS


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