O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul enfrentou o mês de março sob intensa pressão de baixa, acentuada pelo avanço da colheita e pela expectativa de maior oferta ao longo da temporada. A liquidez permaneceu reduzida, com compradores retraídos, esperando novas quedas nas cotações. Ao mesmo tempo, a necessidade de capital por parte dos produtores, para custear as atividades de campo, seguiu forçando alguns a aceitarem preços inferiores ou condições menos favoráveis. O ambiente geral refletiu a predominância de negociações spot, com margens reduzidas para os agentes envolvidos, especialmente diante dos custos operacionais elevados nesta safra.

Além disso, agentes relataram volume de colheita superior ao previsto, o que ampliou a demanda por serviços de secagem e armazenagem. O setor industrial também apontou problemas de comercialização do arroz beneficiado, pressionado pelo atacado e varejo, dificultando o repasse dos custos e agravando a retração da demanda.

Compradores seguiram com postura cautelosa ao longo do mês, efetuando apenas aquisições pontuais. A aceleração da colheita e os sinais de recuo nos preços internacionais e do produto importado sustentaram a expectativa de novas quedas nas cotações internas. Enquanto isso, produtores, mesmo retraídos em muitas regiões, buscaram fazer caixa com outras culturas e já sinalizam redução de área para a próxima temporada.

Assim, mesmo com o volume ainda limitado de arroz colhido em relação ao total da área semeada no Brasil, os preços do arroz em casca caíram para o menor patamar nominal desde outubro de 2022. No mês, o Indicador CEPEA/IRGA-RS acumulou baixa de 14,03%, encerrando março a R$ 77,30/sc de 50 kg; na parcial de 2025, a queda é de 22,04%.

PREÇOS REGIONAIS – Considerando-se as microrregiões que compõem o Indicador CEPEA/IRGA-RS, os preços caíram de forma generalizada ao longo de março. As quedas mais intensas ocorreram na Zona Sul, de 15,06%, a R$ 78,94/sc, na Planície Costeira Interna, de 14,48%, a R$ 78,99/sc, e na Campanha, de 13,89%, a R$ 75,75/sc. Na Planície Costeira Externa, a baixa foi de 13,82%, a R$ 77,28/sc; na Fronteira Oeste, de 13,64%, a R$ 76,47/sc; e na Depressão Central, de 13,08%, a R$ 75,93/sc.

Em relação aos demais rendimentos, a média estadual sul-riograndense para o produto de 63% a 65% de grãos inteiros caiu 13,13% entre 28 de fevereiro e 31 de março, para R$ 79,56/sc de 50 kg. Para os grãos com 59% a 62% de inteiros, o recuo foi de 14,10%, a R$ 77,91/sc. O produto de 50% a 57% de grãos inteiros se desvalorizou 13,25%, fechando o mês a R$ 75,68/sc.

VAREJO – O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15 – considerado uma prévia da inflação), divulgado pelo IBGE no dia 27, foi de 0,64% em março. Especificamente para o arroz, na média nacional, entre 13 de fevereiro e 17 de março de 2025, dados do IPCA-15 apontam recuo de 1,6% em relação ao período anterior – o quinto mês consecutivo de redução. No acumulado do ano (jan-mar/25), a retração é de 3,29%.

Variações negativas foram verificadas em dez das 11 regiões analisadas. Destaque para Goiânia (-3,68%), Recife (-3,45%) e Belo Horizonte (-3%). São Paulo foi a única capital a registrar alta, de 0,54% no mês. Nos últimos 12 meses, o índice do arroz acumula retração de4,13% na média nacional.

CAMPO – De acordo com dados divulgados pelo Irga no dia 27, acolheita no Rio Grande do Sul alcançou 51,66% da área semeada,totalizando 501,2 mil hectares. A Fronteira Oeste segue liderando, com71,41% da área colhida, seguida pela Planície Costeira Externa(61,41%), Planície Costeira Interna (53,25%), Campanha (40,91%),Região Central (34,76%) e Zona Sul (31,92%). O clima tem favorecido oandamento das atividades, proporcionando boas janelas de trabalho aoprodutor.

Em relação aos demais estados produtores, até o dia 23 de março, amédia nacional da colheita era de 44,3%, segundo dados da Conab.Santa Catarina liderava com 80% da área colhida, seguida por Goiás(59%), Tocantins (35%), Mato Grosso (20,7%) e Maranhão (5%).

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Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS MARÇO/2025

Site: CEPEA

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