Prossegue a colheita no Estado; o produto é colhido com baixa umidade e apresenta boa qualidade. A produtividade obtida é boa nas áreas semeadas no cedo e mais ao Norte do RS, mas é menor nas lavouras plantadas no tarde e em regiões prejudicadas pela estiagem, muitas delas aproveitadas para a confecção de silagem. O volume de chuvas foi reduzido no período e atingiu apenas algumas regiões; os agricultores aguardam adequadas precipitações que evitarão mais perdas na cultura. As fases da lavoura são as seguintes: 11% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 8% em floração, 18% em enchimento de grãos, 17% maduro e 46% já foram colhidos.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, maior região produtora, com 15,4% da área de milho do Estado, 79% das lavouras já foram colhidas, 2% estão em maturação, 1% em enchimento de grãos, 1% em floração e 17% encontram-se em desenvolvimento vegetativo. Na semana a colheita das lavouras de milho grão avançou, e a produtividade média alcançada é de 7.555 quilos por hectare; em algumas áreas irrigadas, tem atingido até 12 mil quilos por hectare. Em decorrência da falta de precipitação e do intenso calor, ocorreram pequenas perdas em relação à produtividade inicial prevista, concentradas naquelas lavouras cultivadas no cedo e principalmente na região das Missões.

Nas áreas de lavouras já colhidas, avançou e está quase concluído o plantio da safrinha de milho. A maior parte das lavouras apresenta boa germinação e bom desenvolvimento vegetativo; com as chuvas do último final de semana, as condições de umidade do solo foram adequadas, e os produtores fazem a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura.



Na de Frederico Westphalen, com 11,9% da área destinada à cultura no Rio Grande do Sul, a colheita avançou e 90% das lavouras estão colhidas; 10% estão em maturação. Atualmente, a produtividade média obtida na região é de 118 sacos por hectare, um pouco abaixo da expectativa inicial, de 147 sacos por hectare. As lavouras cultivadas com híbridos
mais precoces e semeadas até a primeira quinzena de setembro apresentaram melhor produtividade, e as lavouras semeadas posteriormente apresentam perdas maiores.

Alguns produtores solicitaram cobertura do Proagro. É boa a qualidade dos grãos colhidos. Na de Ijuí, que corresponde a 10,3% da área de milho cultivada no Estado, a colheita já foi realizada em 85% da área da cultura, outros 14% estão em maturação, 1% está entre enchimento de grãos e floração.

A colheita tem ritmo acelerado e foi beneficiada pelo clima seco, condição para poder colher o produto com baixa umidade, conferindo mais qualidade ao grão; isso foi possível principalmente nas áreas onde houve aporte regular de umidade, seja através de irrigação ou das precipitações. A qualidade dos grãos é inferior nas lavouras com perdas significativas devido à estiagem.

Na de Passo Fundo, a cultura ocupa 8,2% da área do Estado, aproximadamente 63 mil hectares; 30% das lavouras já foram colhidas, 50% estão na fase de maturação e outros 20% em enchimento de grãos. A redução no volume das precipitações e a distribuição irregular geraram perdas na produtividade, especialmente nas lavouras que estavam em floração e em enchimento de grãos no período crítico.

Na de Erechim, com 5,7% da área de milho do Estado, cerca de metade das lavouras já foram colhidas, outras 45% delas estão nas fases de enchimento de grãos até maturação, e 5% das lavouras ainda estão em floração. A produtividade obtida tem variado entre 80 e 200 sacos por hectare, em função da má distribuição das chuvas, que ocasiona perdas em alguns municípios.

Na regional de Soledade, há 9% da área de milho do Estado. Das lavouras da região, 35% estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 5% em floração, 10% em enchimento de grãos, 15% em maturação e 35% já foram colhidas. Nas lavouras do cedo – mais de 70% colhidas, a produtividade varia de 85 a 130 sacos por hectare, dependendo dos volumes de
chuvas nas fases críticas de florescimento e do enchimento de grãos; nessas lavouras a produtividade média é de 100 sacos por hectare.

Os agricultores estão satisfeitos com os preços, mais favoráveis em relação à safra passada, compensando em parte as perdas ocorridas com a estiagem. Já o milho com semeadura tardia – plantado de dezembro a fevereiro em resteva de tabaco, milho safra e feijão – apresenta sinais de estresse hídrico, que ocorre com maior intensidade em lavouras com baixo uso de tecnologia e em locais de solos pouco profundos e compactados. O volume de chuvas no período foi reduzido, atingindo apenas algumas regiões. Devido à umidade do solo na semana, foram suspensos os tratos culturais de adubação nitrogenada em cobertura e de controle de plantas invasoras em pós-emergência. A continuidade dessas práticas depende de chuvas volumosas.

Na regional de Santa Maria, que representa 5,5% da área da cultura no Rio Grande do Sul, somente cerca de 20% das lavouras foram colhidas e as demais encontram-se em diferentes fases, de desenvolvimento vegetativo até maturação. As lavouras apresentam perdas elevadas. A redução de produtividade chega quase à metade da previsão inicial e há
casos de perdas totais da produção. O produto dessas áreas está sendo destinado à alimentação animal.

Na de Bagé, a cultura ocupa 5,2% da área de milho do Estado. Em Itaqui, Maçambará, São Borja e Itacurubi são municípios da Fronteira Oeste onde estão as maiores lavouras da região e de melhor padrão tecnológico; nesta área 97% das lavouras do milho da safra já estão colhidas, e o milho safrinha foi implantado em algumas áreas. Nas lavouras irrigadas nessa região, a produtividade ficou em 7,8 toneladas por hectare, um pouco abaixo da prevista.

Já na Campanha, a cultura ainda está com 60% das lavouras em desenvolvimento vegetativo e 40% em floração. As produtividades esperadas variam desde 2,3 toneladas por hectare até oito toneladas por hectare. O pequeno volume de chuvas registrado na última semana, após vários dias sem precipitações, aponta para a redução do potencial produtivo das lavouras, tanto para a produção de silagem como para grãos. Em algumas localidades, caso volte a chover bem, ainda há condições de recuperação e obtenção de produtividades satisfatórias.

As lavouras implantadas em novembro são as mais bem desenvolvidas, com boa população, plantas de porte alto, alto índice de espigas por planta e entrelinhas sombreadas pela parte aérea das plantas. Essas lavouras tiveram boas condições de umidade por ocasião da polinização; porém, atualmente as condições não são adequadas para o enchimento dos grãos, ocorrendo o secamento das folhas e afetando o rendimento potencial de silagem e de grãos.

Já as lavouras estabelecidas a partir da segunda quinzena de dezembro apresentam em geral estande desuniforme e maior estresse causado por falta de chuvas e altas temperaturas, com prejuízo no desenvolvimento vegetativo e na produtividade. As limitações climáticas que impedem o uso de herbicidas dessecantes e que afetam o efeito de herbicidas pré-emergentes estão resultando em infestações de ervas daninhas em algumas lavouras; há relatos de incidências da lagarta do cartucho, embora em menor quantidade, se comparada ao mês de janeiro.

Na de Pelotas, a cultura representa 7% da área de milho do Estado e está predominantemente nas fases de desenvolvimento vegetativo e florescimento, com algumas áreas em maturação; a colheita da região é iniciada em São Lourenço do Sul.

Neste período, e ainda até o final de fevereiro. Também continuam ocorrendo em pequena escala, semanalmente, as semeaduras do milho destinado à colheita como milho verde, com áreas sendo plantadas a cada chuva. A cultura do milho é a mais afetada pela estiagem na região, decorrente da falta de precipitações regulares em todos os municípios. As perdas médias são estimadas em 27% da produção, mas em alguns municípios mais afetados, as perdas são bem maiores, chegando a 75% da produção esperada em Amaral Ferrador e 70% em Piratini e Capão do Leão.

Na de Porto Alegre, com 4,4% da área de milho do Estado, cerca de 30% já foi colhida, 27% da área com a cultura está em maturação e o restante encontra-se predominantemente na fase reprodutiva. Em função da estiagem, houve pequena redução da área prevista de plantio. A falta de chuvas prejudicou a formação das espigas e a de grãos, reduzindo o peso das espigas e a produção de massa verde.

O desenvolvimento das lavouras foi prejudicado. Nas últimas duas semanas, os agricultores aproveitaram o aumento do nível de umidade no solo para retomar o plantio da safrinha e fazer as adubações de cobertura.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, são cultivados 13,7% da área de milho no Estado. As lavouras encontram-se nos estágios que vão desde a floração até a maturação, com predominância da fase de enchimento de grãos. Há redução significativa na expectativa de rendimento em decorrência do déficit hídrico no período de dezembro e início de janeiro, e que persiste por toda a primeira quinzena de fevereiro, podendo aumentar as perdas.



Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço médio no Estado ficou em R$ 43,27/sc., com aumento de 0,63% em relação ao da semana anterior. Na regional de Santa Rosa, o preço médio foi de R$ 41,53; em Frederico Westphalen, permaneceu entre R$ 43,00 e R$ 44,00; na de Pelotas, os preços continuam estáveis, entre R$ 38,00 e R$ 45,00; em Bagé, variaram entre R$ 36,00 e R$ 48,00 e em Erechim, entre R$ 44,00 a R$ 48,00; em Caxias do Sul, o preço médio foi de R$ 40,00; em Passo Fundo, de R$ 44,00 e em Ijuí, de R$ 43,23; em Soledade, em R$ 43,43; em Santa Maria, o preço médio aumentou para R$ 44,43 e em Porto Alegre ficou em R$ 45,00/sc.

Fonte: Emater/RS

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