No dia 30 o USDA divulgou o relatório de área semeada nos Estados Unidos, o qual era muito esperado pelo mercado. Os motivos para tal expectativa baseavam-se nos impactos recentes da Covid19 sobre a demanda de milho para etanol nos EUA, o que poderia “pressionar” o produtor na decisão de cultivar soja em vez de milho nesta safra por lá.

O relatório mostrou que as intenções de cultivo de milho tiveram uma queda de 2,02 milhões de ha e, a princípio, esse cenário favoreceria o aumento do cultivo da soja.  Entretanto, apenas 5,94% deste total foi destinado à semeadura da oleaginosa. Com isso, houve impacto “imediato” nos preços em Chicago, levando a soja a atingir os maiores patamares dos últimos três meses na CME-Group.

Já no Brasil, os preços da soja, que já estavam em patamares recordes, possuem agora outro fator para sustentá-los: a expectativa de menor crescimento da produção norte-americana.

Confira agora os principais destaques do boletim:

• O Indicador Imea-MT continua sendo impulsionado pela alta demanda interna, cotado na última semana a R$ 101,88/sc, uma alta semanal de 1,54%.

• O preço paridade exportação acumulou alta de 3,74% nesta semana, influenciada pela valorização do câmbio e subida dos preços em Chicago.



• O dólar corrente apresentou alta de 1,55% na semana, cotado a R$ 5,39/US$. Isso se deu pela aversão mundial ao risco diante do crescimento dos casos de coronavírus em alguns países.

• Apesar de a margem de esmagamento (relação soja/farelo e óleo) estar reduzindo há mais de dois meses, houve aumento no indicador na semana passada, alcançando R$ 236,92/t, reflexo da valorização dos subprodutos da soja.

Preço MT = CME?

A diferença de base entre o preço da soja mato-grossense e o preço da soja na CME-Group vem aumentando nos últimos meses. A disponibilidade de grãos no estado vem diminuindo com a comercialização avançada desta safra, o que fez com que os estoques internos reduzissem (vale ressaltar que a previsão do USDA para os estoques finais nesta safra para o Brasil são os menores dos últimos quatro anos!).

Os fatores que levaram a isso foram vários, sendo um deles a forte demanda interna pela oleaginosa.  Além disso, as exportações em MT já somam 15,61% a mais que no mesmo período de 2019 (jan. a junho – Secex).

E a redução na produção no sul do Brasil “entra na conta” devido à diminuição de oferta no país. Por fim, vale ressaltar que, no mesmo período do ano passado, a diferença de base entre MT e CME era de R$ -11,62/sc e atualmente encontra-se em R$ -2,36/sc, e chegou a alcançar “zero” há poucos dias.

Fonte: Imea

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