Os herbicidas são substâncias químicas ou agentes biológicos com capacidade de matar ou suprimir o crescimento de espécies específicas. O emprego de herbicidas para o controle químico se destaca como a principal ferramenta utilizada no manejo de plantas daninhas, isso se deve a sua praticidade e eficiência no controle de espécies invasoras.

No entanto, o uso contínuo de herbicidas desencadeou o cenário que observamos atualmente, caracterizado pelo desenvolvimento de vários casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas. Nesse sentido, torna-se imprescindível compreender o funcionamento de um herbicida, entendendo qual o seu mecanismo de ação na planta.

Visando um manejo eficiente de plantas daninhas, o Mais Soja lançou, com o apoio da IHARA, o Missão Mato Zero,  um programa que conta com uma série de vídeos com alguns dos mais renomados pesquisadores do país, podcasts e textos técnicos, com o objetivo de trazer a informação e auxiliar no manejo de plantas daninhas.

No quinto vídeo da série o pesquisador da Esalq/USP, Dr. Rafael Pedroso, aborda o tema: Mecanismos de ação de Herbicidas, quais são eles? Onde agem? confira:

O mecanismo de ação de um herbicida corresponde ao primeiro local do metabolismo das plantas em que o herbicida atua. Geralmente, o mecanismo de ação é o primeiro de uma série de eventos metabólicos que resultam na expressão final do herbicida sobre a planta, sendo que a totalidade desses eventos, incluindo os sintomas visíveis dos efeitos na planta, é comumente chamado de modo de ação.



No entanto, é importante que eles sejam seletivos em relação à cultura principal, isso é essencial para combater as plantas que competem com a cultura cultivada, causando prejuízos tanto em termos de quantidade quanto de qualidade. Cada herbicida tem um mecanismo específico, e conhecer como esses produtos afetam as plantas é fundamental para evitar a pressão de seleção.

O pesquisador destaca que, no contexto da resistência das plantas aos herbicidas, a rotação de princípios ativos em si apresentam menor importância, uma vez que eles atuam da mesma maneira nas plantas. O fator de maior relevância reside na estratégia de rotação de mecanismos de ação, além disso, o uso de misturas de herbicidas é importante no manejo de resistência de plantas daninhas.

Dentre os mecanismos de ação, o glifosato, um inibidor da EPSP’s (5-enolpiruvilchiquimato-3-fosfato sintase) (representado pela letra G na na classificação do HRAC), destaca-se como um dos principais herbicidas não seletivos utilizado para a dessecação de plantas. Sua ação ocorre em pós-emergência e com as tecnologias em termos de plantas transgênicas, passou a ser uma alternativa para o controle de plantas daninhas em culturas como a soja e o milho.



Outro herbicida utilizado em dessecações é o Diquat, um inibidor do PSI (fotossistema I) (grupo D na classificação do HRAC), um herbicida não seletivo de contato que possui ação muito rápida.

Com relação aos inibidores da GS (glutamina sintetase) (grupo H na classificação do HRAC), tem-se o uso de Glufosinato de amônio, o qual tem ganhado maior importância, destacando como vantagem, a possibilidade de associação com herbicidas sistêmicos no controle de plantas daninhas.

Os inibidores da PROTOX (protoporfirinogênio oxidase), (grupo E na classificação do HRAC) são herbicidas de contato, caracterizados por uma ação relativamente rápida, induzindo a produção de radicais livres na planta. Desse mecanismo de ação, o Saflufenacil é utilizado na dessecação em pré-semeadura da soja, e o Carfentrazone-ethyl, demonstra um bom controle da trapoeraba (Commelina benghalensis).

Do mecanismo de ação inibidores da PROTOX, destaca-se também o herbicida Flumioxazina, pertencente ao grupo E (HRAC) das N-fenilftalimidas. É um herbicida seletivo, não sistêmico, sendo utilizado em pré e pós-emergência para o controle de várias espécies de plantas daninhas em diversas culturas, incluindo a soja e o milho. Sua principal via de absorção é as raízes, apresentando pouca ou nenhuma translocação nas folhas. A morte das partes tratadas é rapida, ocorrendo em aproximadamente dois ou três dias, uma boa cobertura foliar é necessária devido à sua mobilidade limitada no floema (Up Herbologia). Esse mecanismo de ação também se destaca pelo eficiente controle de espécies com tolerância ao glifosato como a Spermacoce latifólia e Borreria verticillata.

Os inibidores da ALS (acetolactato sintase) (representado pela letra B na classificação do HRAC), são herbicidas sistêmicos, alguns herbicidas podem ser utilizados na dessecação, mas também podem ser empregados em pós-emergência, como o Chlorimuron, Imazetapir e Diclosulan em lavouras de soja. No cultivo do milho, destaca-se o Nicossulfuron, quando bem-posicionado pode proporcionar controle de gramíneas como o capim-amargoso (Digitaria insularis) em estádios iniciais de crescimento.

Os herbicidas inibidores da ACCase (Acetil-CoA carboxilase), (representado pela letra A na classificação do HRAC) conhecidos como graminicidas (Fop’s e Dim’s), são herbicidas exclusivamente sistêmicos, capazes de controlar tanto gramíneas anuais quanto perenes.

Esses herbicidas representam a principal ferramenta utilizada no controle eficiente de plantas gramíneas adultas, uma vez que os demais mecanismos de ação frequentemente não oferecem um controle eficiente.

Os mecanismos de ação e herbicidas destacados pelo pesquisador representam apenas uma parcela das ferramentas disponíveis no mercado, existem diversos herbicidas com diferentes mecanismos de ação.

Para conferir a lista completa de mecanismos de ação e sua classificação, clique aqui.

É importante conhecer e, além disso, é preciso atenção quanto as instruções contidas na bula dos produtos, garantindo a aplicando na dose recomendada para a cultura e respeitando as condições ideais para seu uso.

Sempre que possível, é importante rotacionar os mecanismos de ação dentro do sistema produtivo, a fim de garantir um controle eficiente das plantas daninhas e reduzir a pressão que leva ao desenvolvimento de populações resistentes.

Portanto, é fundamental conhecer e compreender sobre os mecanismos de ação, e como eles atuam nas plantas, a fim de assegurar que a escolha dos herbicidas seja feita de modo a contribuir para o manejo de resistência de plantas daninhas.

Isso, por sua vez, garantirá um controle eficiente das plantas invasoras nas áreas de cultivo, proporcionando um ambiente favorável para o crescimento e desenvolvimento da cultura.

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Referências:

HRAC. Mode of Action Classification 2022. Disponível em: < https://hracglobal.com/files/HRAC_MOA_Poster_January_6_2022.pdf >, acesso em: 26/10/2023.

UP HERBOLOGIA. MANEJO QUÍMICO FLUMIOXAZINA. Academia das Palntas Daninhas. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/int/flumioxazina >, acesso em: 26/10/2023.

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