Muitas incertezas e dúvidas ainda cercam os produtores de soja do Brasil referente aos embargos econômicos entre USA e China. Para projetar as possibilidades deve-se primeiro entender o que está acontecendo. Em 2018 as duas maiores economias mundiais entram em disputas econômicas. No dia 8 de março de 2018 o governo norte americano impôs taxas sobre o aço e alumínio oriundos da China, a partir de então, começa a guerra comercial com mais taxas americanas e retaliações pelo governo Chinês. As medidas tomadas pelo governo Norte Americano tem o intuito de fortalecer a sua indústria em detrimento das mercadorias importadas.

Um dos motivos que levaram o governo americano a adotar estas medidas foi a eficiência da indústria chinesa. Nos últimos anos a China deixou de fabricar produtos de baixa qualidade e conseguiu uma eficiência maior com preço muito mais atrativo ao consumidor, assim a concorrência aumentou e o mercado começou a optar pelos produtos chineses. Com o avanço da economia dos asiáticos, os estados unidos resolvem então tomar medidas para frear as disputas e tentar recuperar o mercado. Além disso, há muitas outras questões envolvendo o conflito entre os dois países, como o déficit de comercio (USA importam mais da China do que exportam para ela) e acusações por parte dos americanos de uso de hackers para roubar segredos industriais.



Essas regras afetaram diversos gêneros econômicos, tanto pelo lado chinês, quanto para o americano. Dentre estas medidas encontra-se uma tarifa de 25% sobre a soja americana, ou seja, importadores chineses que desejam comprar soja americana além de custo com o produto terão de desembolsar mais 25%, tornando-se assim inviável, visto que, os mesmos players podem comprar soja de outros países sem taxa.

Nesse sentido, os importadores chineses compraram mais soja do Brasil e assim, aliado pelo movimento de alta do câmbio, o mercado nacional se beneficiou enormemente no ano de 2018, batendo o recorde de exportação, cerca de quase 84 milhões de toneladas. De acordo com Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), teve um crescimento de 23% em relação a 2017, sendo que, deste montante, cerca de 82% foram para o país asiático. Já a soja americana, caiu 50% segundo a Reuters. Por outro lado, a economia brasileira teve um enfraquecimento devido justamente a alta do dólar, a crise das eleições brasileira e também por ser dependente das grandes economias mundiais, dificultando assim as importações principalmente de tecnologia.

Ainda em 2018, a Cúpula do G20 se reuniu na Argentina para discutir principalmente a tensão econômica. Nessa reunião foi acordada uma suspenção de 90 dias para as tarifas americanas sob os produtos chineses, e em troca a china se comprometeu em adquirir mais produtos agrícolas e energéticos dos USA.

Sendo assim, o Brasil pode ser afetado de duas maneiras. A primeira em curto prazo beneficia o país, principalmente pelo aumento da venda de commodities, movimento que já começou em 2018, porem já reduziu refletindo a reunião do G20. Dentro deste cenário há dois caminhos, o primeiro em que os dois países encontrem um caminho pacífico para a resolução do conflito, refletiria em um movimento de queda de preço na safra 2019, mas com estabilidade a longo prazo e, o segundo, onde a continuação do conflito refletiria na manutenção dos preços ou aumento da saca para esta safra no Brasil, porém com instabilidade a longo prazo. Além disso, em um segundo cenário, caso o conflito continue e se intensifique, é muito provável que estes dois países entrem em recessão econômica e baixo crescimento o que afetaria também o Brasil, trazendo crise em diversos setores afetando o agroindustrial principalmente nos insumos e tecnologia.



Sendo assim, o agricultor deve ficar atendo a novas movimentações referentes aos embargos, visto que, cada movimento afeta diretamente o preço da oleaginosa, e buscar negociar no momento em que se identificar uma oportunidade.  

Andrei Dobner – Acadêmico do 6ª semestre de Agronomia

Integrante do PET agronomia/UFSM

andreidobner@gmail.com

(054) 999-973-916

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