Por Argemiro Luís Brum

Em Chicago, as cotações da soja recuaram nesta semana, com o bushel fechando a quinta-feira (29) em US$ 10,51, para o primeiro mês cotado, contra US$ 10,67 uma semana antes.

Enquanto isso, o plantio da oleaginosa, nos EUA, alcançou 76% da área esperada até o dia 25/05, contra a média histórica de 68% para a data. Do que está plantado, 50% se encontrava germinado, contra 40% na média.

Já na Argentina, o clima seco, depois de grandes chuvas recentemente, e mais o frio, tendem a acelerar a colheita, que está atrasada devido ao clima. O vizinho país espera colher 49 milhões de toneladas após perdas climáticas registradas. Em torno de 75% da área argentina de soja estaria colhida no início da presente semana.

E no Brasil, com um câmbio girando ao redor de R$ 5,65 por dólar, e prêmios que melhoraram um pouco, os preços locais igualmente melhoraram, sendo que as principais praças gaúchas trabalharam com valores entre R$ 119,00 e R$ 120,00/saco, enquanto nas demais regiões brasileiras os preços oscilaram entre R$ 106,00 e R$ 121,00/saco.

Quanto à comercialização da atual safra, o Brasil se aproximava de 60% da mesma vendida no início da presente semana. Agora, as atenções se voltam à demanda chinesa, dentro do conflito comercial com os EUA, e ao clima sobre as lavouras estadunidenses. Espera-se que a China venha a comprar volumes importantes de soja nos próximos meses no mercado mundial em geral.

Lembrando que, diante da redução da área semeada nos EUA, qualquer problema climático sobre as lavouras de soja daquele país tenderá a puxar para cima as cotações da oleaginosa em Chicago. A colheita estadunidense ocorre a partir de meados de outubro. Outro dado importante é que a soja brasileira continua mais competitiva, no mercado mundial, do que a dos EUA.

Por sua vez, de acordo com os últimos números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o Brasil já embarcou 48,6 milhões de toneladas de soja no acumulado deste ano. No entanto, os números do line-up brasileiro, verificados pela Royal Rural, já indicam quase 55 milhões de toneladas vendidas ao exterior. Assim, os estoques finais brasileiros de soja, na safra 2024/25, estão estimados em 8,1 milhões de toneladas, desde que a safra chegue a 170,5 milhões de toneladas como espera a Agrinvest. “Já para a safra 2025/26, mesmo com uma produção maior sendo esperada, em 175,8 milhões de toneladas, os estoques finais ainda deverão permanecer apertados, estimados em 9,9 milhões de toneladas. A consultoria privada projeta exportações de 112 milhões e esmagamento de 59,5 milhões de toneladas no novo ano comercial. Mas há muitas incógnitas neste ano em torno do mercado da soja, exigindo muita cautela de todos.

Lembrando que a Conab estima que nossa safra atual tenha ficado em torno de 169,5 milhões de toneladas, enquanto outros analistas privados, como a Datagro, estima 172 milhões de toneladas.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Informativo CEEMA UNIJUÍ

Site: Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

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