Em julho de 2024, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm no extremo-norte e Sul do país, bem como em áreas pontuais da costa leste do Nordeste, onde as chuvas foram suficientes para manter a umidade do solo elevada. Já em grande parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste, além do sul da Região Norte e interior da Região Nordeste, os volumes foram inferiores a 50 mm, diminuindo os níveis de água no solo em algumas localidades.

Na Região Norte, houve uma redução da área com altos volumes de chuva em relação ao mês anterior, permanecendo sobre o noroeste do Amazonas e Roraima. No restante da região os volumes de chuva foram inferiores a 150 mm, e nos estados de Rondônia e Tocantins não houve registro de chuva. De modo geral, os níveis de armazenamento hídrico do solo se encontram elevados na região devido às chuvas dos últimos meses, exceto no sul do Pará, leste de Rondônia e Tocantins, onde os níveis de umidade estão baixos.

Já na Região Nordeste, os maiores volumes de chuva foram observados na parte costeira da região, desde o Rio Grande do Norte até à Bahia, com valores superiores a 50 mm. No interior do Nordeste e Matopiba, os volumes de chuva foram inferiores a 30 mm, principalmente no sudeste do Piauí e oeste da Bahia. Apesar da redução das chuvas, as condições seguem favoráveis para a maturação e colheita do algodão e milho segunda safra.

Em grande parte da Região Centro-Oeste, houve o predomínio de tempo seco, sem registro de chuvas, entretanto, as condições permanecem favoráveis para a maturação e colheita das lavouras, além da qualidade das fibras de algodão. Chuvas entre 40 mm e 70 mm foram observadas no sul do Mato Grosso do Sul. Desde o início da estação seca, os níveis de umidade no solo estão reduzidos em todos os estados, exceto no sul do Mato Grosso do Sul, onde as chuvas localizadas contribuíram para manter os níveis de umidade favoráveis para as lavouras de trigo.

Na Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva abaixo de 50 mm, exceto no sul de São Paulo, onde houve registro de até 100 mm. A redução da umidade do solo ocorreu em grande parte de Minas Gerais, Espírito Santo e noroeste de São Paulo, o que tem afetado as lavouras de trigo sequeiro em floração e enchimento de grãos.

Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 70 mm e em áreas do sul do Paraná e leste de Santa Catarina, os volumes ultrapassaram os 100 mm. No centro-oeste do Rio Grande do Sul e norte do Paraná, as chuvas foram inferiores a 50 mm. No geral, as condições seguem favoráveis para o manejo e o desenvolvimento dos cultivos de inverno na região, além da maturação e colheita do milho segunda safra no Paraná.

Em julho, as temperaturas máximas foram superiores a 28 °C nas regiões Centro-Oeste, Norte e parte oeste da Região Nordeste. Destaques para áreas localizadas no sudeste do Amazonas, centro-sul do Pará, Tocantins, centronorte do Mato Grosso, Maranhão e Piauí, onde foram registradas máximas entre 32 °C e 36 °C. No sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as temperaturas foram inferiores a 20 °C.

Quanto às temperaturas mínimas, foram inferiores a 18 °C no centro-sul do país. Temperaturas entre 14 °C e 18 °C foram observadas no sul da região Centro-Oeste e Região Sudeste, bem como no norte do Paraná. No sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as temperaturas foram inferiores a 10 °C. Em localidades de maior altitude na Região Sul, houve registros de temperaturas abaixo de zero e geadas fortes durante o mês. No dia 9 de julho, houve registro de geada forte em Bagé (RS), com temperatura mínima de -5,9 °C.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 31 de julho de 2024. Foram observados valores de anomalias entre -0,5 °C e 1 °C em toda faixa do Pacífico Equatorial, inferiores aos observados durante o mês passado.

Considerando somente a região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), as anomalias médias positivas de TSM têm apresentado um decréscimo acentuado desde o início de abril, indicando o fim do fenômeno El Niño, porém desde o início de maio até julho, as anomalias vêm oscilando entre 0,5 °C e -0,5 °C, indicando o início das condições de Neutralidade.

Durante a segunda quinzena de julho e nos primeiros dias de agosto, os valores vêm se mantendo abaixo de zero, porém vêm permanecendo superiores a -0,5 °C, persistindo as condições de neutralidade.

A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para condições de neutralidade durante os trimestres julho, agosto e setembro de 2024 e agosto, setembro e outubro de 2024, com probabilidades iguais a 72% e 55%, respectivamente. Entretanto, a partir do trimestre setembro, outubro e novembro de 2024, o modelo aponta uma transição para o fenômeno La Niña (resfriamento anômalo das águas do Pacífico Equatorial), com 49% de probabilidade.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO AGOSTO, SETEMBRO E OUTUBRO DE 2024

A climática do modelo do Inmet para os próximos três meses é mostrada na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média em grande parte do país. Chuvas acima da média são previstas em áreas do oeste e norte da Região Norte e Região Sul. Ressalta-se que tivemos o início do período seco no Brasil Central e, consequentemente, os níveis de água no solo vêm sofrendo redução, principalmente no interior da Região Nordeste e norte de Minas Gerais.

Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de chuvas acima da média no norte de Roraima, noroeste do Pará e do Amazonas. Nas demais áreas, os volumes de chuva podem ficar próximos ou abaixo da média histórica, o que pode reduzir os níveis de umidade do solo nos próximos meses, principalmente no sul da região amazônica.

Na Região Nordeste, há previsão de chuvas abaixo da média em grande parte da região, principalmente no interior. Este cenário contribui para a redução do armazenamento hídrico do solo. Ressalta-se que, em áreas pontuais da faixa litorânea, o transporte de umidade do oceano para o continente pode favorecer a ocorrência de chuvas inferiores a 20 mm.

Em grande parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas abaixo da média, que podem contribuir para a redução dos níveis de água no solo nos próximos meses. Em áreas do sul de São Paulo e sudeste do Mato Grosso do Sul, podem ocorrer chuvas próximas ou ligeiramente acima da média devido ao avanço de algumas frentes frias.

Na Região Sul, são previstas chuvas acima da média, exceto no oeste do Paraná, onde as chuvas podem permanecer próximas ou abaixo da média. De modo geral, os níveis de água no solo permanecerão elevados devido às chuvas ocorridas nos últimos meses. Porém, o norte do Paraná poderá sofrer redução dos níveis de umidade no solo, principalmente em agosto e setembro.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando temperaturas acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente em áreas do Matopiba e sudeste do Pará, onde os valores médios podem ultrapassar os 28 °C. Em áreas pontuais do leste do Nordeste, sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, centro-leste de São Paulo, sul do Mato Grosso do Sul, além de grande parte da Região Sul, as temperaturas devem ser próximas da média, variando entre 17 °C e 22 °C. Já em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser inferiores a 15 °C, pois não se descarta a entrada de massas de ar frio que podem causar declínio da temperatura mínima e possíveis formações de geadas.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br)

Confira o Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos – Safra 2023/2024, n° 11, agosto 2024 completa, clicando aqui!

Fonte: CONAB



 

FONTE

Autor:Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2023/2024 - 11° Levantamento

Site: CONAB

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