ANÁLISE CLIMÁTICA DE MAIO

Em maio de 2023, os maiores acumulados de chuva se concentraram no extremo-norte do país, além de áreas da costa leste da Região Nordeste e no Rio Grande do Sul, com volumes que ultrapassaram 150 mm, contribuindo para a manutenção dos níveis de água no solo e recuperação da umidade do solo em parte da Região Sul. Já em áreas centrais do país foi observada a redução das chuvas, que é característico dessa época do ano, com volumes que não ultrapassaram 50 mm, reduzindo o armazenamento de água no solo e agravando o deficit hídrico em áreas da Bahia e centro e norte de Minas Gerais.

Em grande parte da Região Norte foram observados acumulados de chuva maiores que 200 mm, e que ultrapassaram 300 mm em áreas do nordeste do Pará, Amapá e em Roraima, mantendo os níveis de água no solo elevados e favorecendo o desenvolvimento do milho segunda safra.

Na Região Nordeste foram registrados grandes volumes de chuva em áreas do noroeste do Maranhão e na costa leste, incluindo áreas da Sealba, com valores que ultrapassaram 200 mm, mantendo os níveis de água no solo elevados. Nas demais áreas do Matopiba, os volumes foram menores que 150 mm, e com exceção da Bahia e de áreas no Sudoeste do Piauí, os níveis de água no solo foram suficientes para o desenvolvimento das culturas em grande parte da região, além de favorecer a colheita dos cultivos de primeira safra.

Já na Região Centro-Oeste, com exceção do centro-sul de Mato Grosso do Sul e áreas pontuais de Mato Grosso, os acumulados de chuva foram inferiores a 40 mm, causando redução do armazenamento hídrico, principalmente em áreas de Goiás. Entretanto, os níveis de água no solo foram satisfatórios para o desenvolvimento das lavouras em grande parte da região, com exceção do centro-oeste de Goiás, onde houve restrição hídrica às lavouras que se encontravam em estágios fenológicos reprodutivos.

Na Região Sudeste, assim como no Centro-Oeste, foram registrados baixos volumes de chuva que não ultrapassaram 70 mm, principalmente em áreas do Triângulo Mineiro e noroeste de São Paulo, onde os volumes foram ainda menores, não ultrapassando 10 mm, causando uma ligeira redução dos níveis de água no solo. Em áreas do centro e norte de Minas Gerais, os baixos acumulados de chuva reduziram ainda mais a disponibilidade hídrica no solo, agravando o deficit hídrico e restringindo o desenvolvimento das culturas na região.

Na Região Sul, os volumes de chuva foram significativos em grande parte do Rio Grande do Sul e áreas de Santa Catarina, com valores maiores que 120 mm, contribuindo para a recuperação do armazenamento de água no solo, principalmente no estado gaúcho. Além disso, os volumes de chuva não prejudicaram a colheita da soja e beneficiaram o preparo da semeadura dos cultivos de inverno. Já no Paraná, os volumes de chuva foram inferiores a 40 mm principalmente em áreas do norte do estado, causando uma ligeira redução dos níveis de água no solo.

As temperaturas, em especialmente as mínimas, em maio ficaram dentro ou acima da média em grande parte do país. Entretanto, foram observadas incursões de massas de ar frio e ocorrência de geada de intensidade fraca em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste. Além disso, as temperaturas mais amenas contribuíram para a redução da evapotranspiração, o que manteve a umidade no solo em níveis satisfatórios para e desenvolvimento dos cultivos de segunda safra, além da semeadura e manejo dos cultivos de inverno na maior parte do país.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 30 de abril e 27 de maio de 2023. Na parte Central do Pacífico Equatorial houve predomínio de anomalias de até 1 °C acima da média, chegando a valores maiores que 3 °C na costa oeste da América do Sul, indicando o aquecimento das águas na região. Considerando a região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), desde o início de fevereiro de 2023 houve tendência de aumento da anomalia média de TSM, persistindo até o final de maio, chegando a valores próximos de 0,6 °C.

A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), indica que a transição entre a neutralidade e condições de El Niño (fase quente) deve ocorrer no início do inverno, com probabilidades maiores que 80% já no trimestre de junho, julho e agosto.

PROGNÓSTICO C LIMÁTICO PARA O BRASI L – PERÍODO JUNHO, JULHO E AGOSTO DE 2023

As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo do Inmet, são mostradas na figura abaixo.

Para a Região Norte, há previsão de chuvas acima da média em áreas do extremo-norte, principalmente em Roraima, Amapá e noroeste do Pará, enquanto nas demais áreas os volumes de chuva podem ficar dentro ou ligeiramente abaixo da média. Em áreas do Matopiba, o modelo indica chuvas dentro ou abaixo da média, com exceção de áreas pontuais do Maranhão e Piauí, podendo afetar as culturas de segunda safra que ainda se encontrarem em estágios fenológicos mais sensíveis. Já em áreas do norte da região, os volumes de chuva podem ficar dentro ou acima da média, enquanto em áreas de Sealba, a previsão é de chuva dentro ou ligeiramente abaixo da média, o que também pode contribuir para a redução do armazenamento de água no solo.

Em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste o modelo indica chuvas dentro ou abaixo da média, principalmente em áreas entre Mato Grosso e Goiás, além do centro-sul de Mato Grosso do Sul. Além disso, desde de maio houve redução das chuvas, que é característico da região, impactando os níveis de água no solo, o que poderá afetar as culturas agrícolas de segunda safra e de inverno que estiverem em estádios fenológicos sensíveis ou sob deficiência hídrica.

Na Região Sul há previsão de chuvas dentro ou abaixo da média em grande parte da região. Entretanto, os volumes de chuva previstos poderão contribuir para a manutenção dos níveis de água no solo e beneficiar os cultivos de inverno e as fases finais dos cultivos de segunda safra.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando que nos próximos três meses, as temperaturas podem ficar dentro ou acima da média climatológica em grande parte do país, principalmente em áreas do Centro e Norte do Brasil. Já na Região Sul, as temperaturas podem ficar dentro ou ligeiramente abaixo da média, principalmente em julho no Rio Grande do Sul, devido à entrada de massas de ar frio, que favorecem a ocorrência de geadas em áreas que já são suscetíveis a este fenômeno.

Mais detalhes sobre o prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA, do menu principal do site do Inmet: https://portal.inmet.gov.br

Fonte: Conab



 

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