Oferta é suficiente para atender as necessidades do Brasil em 2021, diz Abiove
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) manteve as suas projeções de produção e consumo de derivados em 2021, com esmagamento de 46,3 milhões de toneladas, inalterado ante a previsão de dezembro. Quanto ao farelo, a expectativa de produção foi mantida em 35,3 milhões de toneladas, com exportações de 17,1 milhões de toneladas e consumo interno de 17,4 milhões de toneladas. O único ajuste foi nas previsões de estoque inicial e final, em virtude de revisões na safra 2020. A estimativa de estoque inicial aumentou de 2,115 milhões para 2,177 milhões de toneladas, enquanto a previsão de estoque final aumentou de 2,915 milhões para 2,977 milhões de toneladas.
Já quanto ao óleo de soja, a Abiove deixou estável a projeção de produção em 9,3 milhões de toneladas, assim como as previsões de exportação, em 500 mil toneladas, e consumo interno, em 9,2 milhões de toneladas. O estoque inicial sofreu leve corte, de 299 mil para 289 mil toneladas, refletindo ajustes na safra 2020. Já a previsão de estoque final caiu de 199 mil para 189 mil toneladas.
“A gente acredita que o esmagamento está em um patamar bastante bom, suficiente para atender a tudo que o Brasil precisa em termos de farelo e óleo. Caso haja um aumento de consumo de proteína ou óleo, pode ser que a demanda por esmagamento até seja maior, mas por enquanto esse é o cenário que estamos visualizando”, disse o economista- chefe da Abiove, Daniel Furlan Amaral, ao Broadcast Agro.
O que esperar desta semana para a soja?
Espera-se que, com o fim das festividades do Ano Novo Chinês, a demanda retorne para a soja brasileira, com embarques de março em diante, melhorando um pouco os preços. Esta melhora é real, mas não explosiva, como no final do ano passado. Como estão muito elevados, os preços irão subir mais devagar, tateando na escuridão, para dar tempo à demanda de absorver os novos aumentos.
Contudo, o atraso de mais da metade da média histórica na colheita da soja no Brasil poderá desviar a demanda chinesa ainda para os EUA nos próximos 30 dias, até meados de março, reduzindo os prêmios pagos no período e, consequentemente, os preços pagos pela exportação.
A falta de demanda chinesa poderá ser compensada com a demanda interna por soja
Mas, esta falta de demanda chinesa poderá ser amplamente compensada com a demanda local, pois há grande falta de matéria-prima (soja em grão) para o abastecimento das esmagadoras brasileiras que tratarão de abocanhar parte desta colheita oferecendo preços um pouco melhores, embora os preços do óleo e do farelo estejam em leve queda.
Fonte: T&F Agroeconômica