Estávamos prevendo preços do trigo no Paraná ao redor de R$ 1.150,00 para o final de março/início de abril, mas ele já aconteceu na segunda semana de março,acompanhando as fortes altas do dólar que está muito fora da curva.
E a tendência é continuar, não apenas pelo dólar, que aos poucos deverá voltar a cair até se acomodar no seu leito “natural” ao redor de R$ 4,20/4,35 no final do ano, mas pela falta de trigo nacional e maior utilização de trigo importado, cujos preços, postos nos moinhos do Sul do Brasil, como acompanhados diariamente pela T&F, chegaram nesta semana ao redor de R$ 1.367,00/t em Março, R$ 1.377,00 em Abril, R$ 1.400 em Maio, R$ 1.437,00 em Junho, R$ 1.448,63 em Julho, R$ 1.445,36 em Agosto e R$ 1.204,29 em Dezembro.
Ocorre que estes são preços do trigo argentino (US$ 243,0/tFOB), onde a disponibilidade está extremamente apertada e onde talvez o Brasil não consiga se abastecer inteiramente nos últimos meses de entressafra. Isto significa que poderão ficar igualmente altos, porque os fretes são maiores, se tiverem que vir dos Estados Unidos (US$ 235,6/t FOB) ou da Rússia (US$ 203,5/tFOB) ou mesmo da França (US$195,1/tFOB), que seriam as alternativas.
Para fazer frente a isto, as farinhas terão que subir muito.
Comparando-se a evolução anual dos preços das farinhas da Tabela 1 acima com a evolução dos preços do trigo em grão, expressos na Tabela 2, também acima, vemos que a matéria prima teve uma evlução de 25% no norte do Paraná, que fornece trigo para a fabricação de farinha de panificação, cuja evolução de preços foi negativa em 6,13%, estabelecendo-se uma defasagem ao redor de 31% nos custos dos moinhos.
No caso dos trigos domésticos a alta foi de 16,25% em Ijuí, nas Missões do RS, que fornece trigo para as indústrias de massas e biscoitos, mas as farinhas feitas com estes trigos tiveram um recuo anual dos preços da ordem de 11,62% no mesmo periodo dos últimos 12 meses, a comum e subiram apenas 4,12%, a inteira.
Como se vê, o gap entre os custos de produção dos moinhos e os preços de venda de suas farinhas não poderá ser mantido nos níveis em questão, sob pena de faltar farinha por parada dos moinhos.
TRIGO RS: Preço mantém R$ 1.000,00/t nos moinhos gaúchos
Os preços do trigo disponível mantiveram a alta dos dia anteriores, em níveis elevados de R$ 925/930/935,00 FOB interior, dependendo da localização equivalentes a R$ 1.000,00/t nos moinhos. Trigo futuro foi negociado a R$ 925/t no porto, para Dezembro. No interior, os preço FOB para a próxima colheita, em outubro gira entre R$ 820,0 e R$ 840,00.
Para os agricultores, no mercado de balcão disponível os preços continuaram Santa Rosa/Santo Angelo/Três de Maio/Tucunduva a R$ 46,00/saca e em Ijuí a R$ 49,50/saca. A pesquisa Cepea registrou que a média dos preços no estado subiram 0,34% nesta sexta-feira, a R$ 901,96, contra R$898,87 anterior, mantendo os ganhos do mês para 4,12%. A diferença com a média dos preços do Paraná aumentou para R$150,30/t, contra R$139,35/t, do dia anterior.
TRIGO SC: Mercado inalterado, mas há um impasse mínimo de R$ 50,00/t entre comprador e vendedor
Tudo igual no estado de Santa Catarina com o preço de lotes em Campos Novos manteve os R$ 55,80/saca do dia anterior, assim como em Chapecó e Mafra os mesmos R$ 57,00/saca. Estes são preços equivalentes a R$ 950,00/t, mas ninguém vende nestes níveis. Os vendedores querem, noi mínimo R$ 1.000,00/t FOB. O preço para os agricultores subiu cinquenta centavos para R$ 47,50/saca. Em Concórdia está a R$ 41,00/saca.
TRIGO PR: Preços atingem os níveis dos importados, com viés de alta
No Paraná os vendedores continuam mantendo as suas pedidas elevadas, agora ao redor de R$ 1.200,00, depois das vendas efetuadas a R$ 1.150,00/t FOB no norte do estado e a R$ 1.130,00/t posto moinho em Ponta Grossa. Os analistas esperavam estes aumentos somente para o final do mês. Não há ofertas menores do que R$ 1.100,00 FOB no estado.
Os agricultores continuaram recebendo ao redor de R$ 54,00/saca em Campo Mourão, Pato Branco, Londrina e Maringá e R$ 53,00 em Capanema. Para safra nova, os preços são de R$ 850,00/t a retirar em setembro e R$ 800,00/t para novembro, embora um moinho tenha oferecido mais de R$ 900,00/setembro e os vendedores tenham recusado.
A pesquisa Cepea registrou alta de 1,35% nos preços do PR para R$ 1.051,26, contra R$ 1.038,24 do dia anterior. Com isto o acumulado do mês ficou em 6,35% no estado.
Fonte: T&F Agroeconômica