Os preços do trigo subiram com força em fevereiro, refletindo o período de entressafra, a retração de vendedores – que aguardam novas altas nas cotações – e a valorização externa. Esse cenário, atrelado aos elevados volumes importados em meses anteriores, manteve baixa a liquidez doméstica.

Compradores indicaram ter dificuldades em encontrar o cereal de qualidade no mercado spot e, com isso, priorizaram as aquisições externas, ainda que em quantidades menos expressivas. Com isso, as negociações envolvendo trigo de qualidade superior (maior ou igual a PH 78) ocorreram de forma pontual.

Quanto aos preços, de acordo com dados do Cepea, em fevereiro/25, a média do trigo negociado no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.324,57/t, elevações de 4,3% frente à de janeiro/25 e de 3,4% em relação à de fevereiro/24, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI). No Paraná, a média foi de R$ 1.449,63/t, altas de 2,9% no comparativo mensal e de 7,6% no anual. Em São Paulo, os avanços foram de 1,7% e de 22,4%, respectivamente, com o valor médio de fevereiro a R$ 1.618,78/t. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.428,70/t, 0,7% inferior à de janeiro/25 e 3,4% abaixo da de fevereiro/24.

CONAB – Após 11 anos, a Conab voltou a formar estoque de trigo, conforme notícia divulgada em 20 de fevereiro. Foram adquiridas pela Companhia cerca de 7,2 mil toneladas do cereal de produtores do Rio Grande do Sul. A compra foi realizada pelo mecanismo de Aquisição do Governo Federal (AGF), previsto na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que tem como propósito garantir que triticultores sul-rio-grandenses recebam o preço mínimo estabelecido pelo governo por seu produto, quando o valor de mercado estiver abaixo desse mínimo.

DERIVADOS DE TRIGO – A demanda por farinha de trigo seguiu limitada em fevereiro. A moagem esteve mais reduzida, diante no menor consumo final. Ainda assim, considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea, o farelo de trigo ensacado se valorizou 4,2% de janeiro para fevereiro; no caso do a granel, houve ligeira queda de 0,06%. Entre as farinhas, as variações foram positivas em 1,4% para o preço das massas frescas, em 0,21% para massas em geral, em 1,3% para bolacha salgada, 0,98% para bolacha doce e em 1,4% para panificação; já para a farinha integral e para a pré-mistura, foram verificadas desvalorizações, de 0,95% e de 0,31%, nesta ordem.

MERCADO EXTERNO – Dados divulgados pelo USDA no dia 27 de fevereiro indicaram que a área semeada de trigo de inverno nos Estados Unidos deve somar 13,8 milhões de hectares, aumento de 2% em relação a 2024. O cultivo de trigo de primavera em 2025/26 também deve ter crescimento, diante de mais áreas disponíveis nas Planícies do Norte, com redução esperada na semeadura de soja, embora os retornos mais altos esperados para o milho possam limitar esse aumento. A área total plantada de trigo para 2025/26 está projetada em 19,02 milhões de hectares, avanço de 2% em relação ao ano passado.

Quanto aos preços, em fevereiro, o primeiro vencimento do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago teve média de US$ 5,7730/bushel (US$ 212,12/t), alta de 5,8% frente à de janeiro/25, mas queda de 1,5% em relação à de fevereiro/24. Na Bolsa de Kansas, o primeiro vencimento do trigo Hard Winter teve média de US$ 5,9711/bushel (US$ 219,40/t) em fevereiro, elevações de 6,5% no comparativo mensal e de 0,3% no anual. Na Argentina, a média de fevereiro/25 para os preços FOB do Ministério da Agroindústria foi de US$ 237,65/t, 3,6% acima de janeiro/25 (US$ 229,45/t) e 2,3% maior que a de fevereiro/24.

TRANSAÇÕES EXTERNAS – Segundo dados da Secex, até a 3ª semana de fevereiro/25, foram importadas 336,61 mil toneladas de trigo, volume 36% menor que o importado em todo o mês de fevereiro/24 (529,14 mil toneladas). O preço médio de fevereiro/25 foi de US$ 230/t, 4,5% inferior ao de fevereiro/24.

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FonteCepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS FEVEREIRO/2025

Site: Cepea

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