No manejo fitossanitário da cultura da soja, a calendarização das aplicações de fungicidas é muito comum em virtude da maioria das recomendações de controle de doenças se embasarem no manejo preventivo, a exemplo da ferrugem-asiática da soja, cujas recomendações do Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, estabelecem que todo o programa de controle da doença deva ser iniciado de forme preventiva à sua ocorrência.

Com isso em vista, tem-se convencionado em especial em lavouras de altos tetos produtivos, a aplicação de uma “falsa” primeira aplicação de fungicidas ou “aplicação zero” como é popularmente conhecida. A aplicação zero consiste na aplicação de fungicidas de menor efeito residual, antes da primeira aplicação verdadeira de fungicidas onde produtos com melhor desempenho e efeito residual são empregados.

A aplicação zero é realizada na soja no período entre V3 e V4, juntamente com a aplicação de herbicidas (capina), normalmente são empregadas misturas de fungicidas como Triazol + Estrobilurinas, Triazol + Carbendazim ou então Triazol + multissítio. Passado este estádio, independente do motivo, o ideal é que o programa de manejo seja adotado da primeira aplicação em diante, eliminando a aplicação chamada de 0.

Sobretudo, cabe destacar que a “aplicação zero” é uma ferramenta de manejo que pode ser utilizada em algumas situações, apresentando algumas limitações. Uma das principais é o efeito residual em função dos fungicidas normalmente empregados, logo, recomenda-se que o intervalo entre a aplicação zero e a primeira verdadeira não seja superior a 12 dias.



Outra limitação está relacionada a época aplicação, sendo necessário avaliar a viabilidade e necessidade de se realizar a aplicação zero em períodos fora do recomendado. Desde que realizada dentro do período recomendado, a aplicação zero exerce importante papel no manejo de doenças, quando observadas condições favoráveis ao desenvolvimento de patógenos, em especial, se tratando de manchas foliares.

Contudo, quando realizada fora do período recomendado (V3 a V4), a aplicação zero pode não surtir o efeito desejado, sendo recomendado para tanto, realizar a primeira aplicação “verdadeira”, abrindo mão da aplicação zero, em especial quando ultrapassado o período recomendado para essa aplicação, pois em poucos dias tem-se o fechamento das entre linhas da cultura, dificultando a partir daí a correta proteção das folhas do terço inferior.

A aplicação zero tardia, e sucessivo adiamento das demais aplicações, pode comprometer a eficiência do programa de fungicidas, resultando em um controle deficitário de doenças. Logo, em algumas situações, abrir mão da aplicação zero, pode ser a melhor opção para manter a eficácia do manejo de doenças, sem alterar o cronograma da primeira aplicação de fungicidas, a qual desempenha papel essencial no manejo fitossanitário da soja.

Confira abaixo o que o Professor e Pesquisador Marcelo Madalosso tem a dizer sobre o tema.

 


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Referências:

FRAC-BR. CULTURAS: IMPORTANTE: NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGE ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, 2022. Disponível em: < https://www.frac-br.org/soja >, acesso em: 19/12/2022.

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