Comumente conhecida como pé-de-galinha, esta erva daninha é uma espécie anual, com colmos geralmente ramificados a partir da base e nós inferiores altamente comprimidos. No estado reprodutivo, a inflorescência é uma panícula ereta com 5 a 12 pontas fasciculadas. A posição dos cachos das espigas assemelha-se ao pé de uma galinha, peculiaridade que lhe rendeu o nome popular.
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Planta Eleusine indica em estado vegetativo com 3 perfilhos (esquerda) e inflorescência Eleusine indica (direita). Fonte: Alejandro Brunori
Segundo levantamento do REM realizado com parceiros da Aapresid, essa planta daninha faz parte do grupo das gramíneas mais importantes nos sistemas produtivos do país devido à dificuldade de controle (Gráfico 1).
Gráfico 1: Gramíneas anuais com maior dificuldade de controle. Fonte: Pesquisa REM 2020
Em 2012, os pesquisadores H.Rainero, D.Ustarroz (INTA Manfredi) e M. de la Vega (Univ. Nac. De Tucumán) relataram o primeiro biótipo resistente ao glifosato no centro de Córdoba e Tucumán, que posteriormente se expandiu para uma área muito maior atualmente atingindo quase toda a área produtiva do país.
Em 2016, também em Tucumán, L. Devani, P. Vargas, S. Sabaté, H. Vinciguerra e I. Olea (EEAOC), declararam biótipo resistente aos graminicidas ACCase (haloxifope e cletodim). Finalmente, em 2020 Diego Ustarroz (INTA Manfredi) confirmou a presença de um biótipo com resistência múltipla a ambos os sítios de ação: glifosato e haloxifope. O graminicida cletodim continua sendo eficaz no controle dessa espécie, porém, aumenta a pressão seletiva sobre esse ativo pós-emergente, por isso é fundamental que seja utilizado em conjunto com práticas complementares para cuidar do bem e retardar o máximo possível. possível o surgimento de resistência.
Algumas considerações a serem levadas em consideração para melhorar seu controle:
- Monitore e controle antes do perfilhamento. Para um bom controle, é imprescindível o monitoramento do lote.
- Não realize a semeadura da cultura (milho ou soja) na presença de plantas vivas, pois em pós emergência das culturas é preferível aplicar a menor dose recomendada de graminicida.
- Considere a chuva e o tempo decorrido até a semeadura, para evitar fitotoxicidade no milho após a aplicação do graminicida: chuva + 7 dias para haloxifope (desnecessário no milho Enlist) e chuva + 14 dias para cletodim.
- Use sempre herbicidas residuais em conjunto com graminicidas para manter o controle pré-emergência de um ou dois fluxos de emergência das plantas (20/30 dias).
- Não aplique misturas de graminicidas com herbicidas hormonais. Isso gera antagonismo, devido à interferência da translocação do ativo, mesmo quando a planta daninha é pequena. Caso seja necessário aplicar esses ativos, é recomendável dividir as aplicações.
- Uso de misturas de graminicida + glifosato: muitas vezes permite aumentar o controle e reduzir a pressão de seleção em biótipos suscetíveis ao glifosato.
- Acompanhar os graminicidas com um bom adjuvante para favorecer a entrada dos produtos na planta, principalmente em condições ambientais de maior estresse.
- Evite sob todos os meios a colheita de plantas com sementes. Em caso de manchas, deixe-as para o final da colheita e faça uma limpeza adequada da máquina ao sair do lote.
- Manter a cobertura com safra de inverno ou culturas de cobertura. A emergência de plantas desta espécie é suscetível ao efeito da palhada. Favorecer uma boa palhada contribui muito para o controle.
- Use aplicações sequenciais com gramínicidas/glufosinato para controlar escapes em plantações onde sua tecnologia permitir.
A rotação de herbicidas e culturas e outras práticas de manejo adquirem especial importância nesta espécie, tendo em vista os diversos herbicidas que já não são eficazes para o controle, tanto os já declarados na Argentina como a resistência existente em outros países.
Fonte: Adaptado de Aapresid Rem