Apesar de ser cultivado em algumas regiões do Brasil, especialmente com a finalidade de pastejo, o azevém (Lolium multiflorum) pode ser considerado uma planta daninha em muitas culturas agrícolas. Por se tratar de uma gramínea (Poaceae), seu controle em culturas como o trigo e aveia é extremamente difícil, sendo necessária perícia para um adequado manejo dessa daninha.
Além das similaridades com demais culturas pertencentes a família Poaceae, algumas populações de azevém possuem resistência conhecida a diferentes herbicidas, havendo relatos de casos de resistência do azevém a herbicidas no Brasil nos anos de 2003, 2010, 2016 e 2017, abrangendo casos de resistência simples e múltipla a herbicidas.
Figura 1. Evolução nos relatos de resistência de Azevém aos herbicidas.

Embora o controle do azevém possa ser um tanto quanto difícil, especialmente se tratando da presença dessa daninha em meio a cultura do trigo, Oppelt destaca que para o controle do azevém no trigo, se tem no mercado o herbicida Clodinafope-Propargil, que tem alta eficácia sobre as aveias e azevém, quando seguidas as recomendações técnicas para a cultura. No que diz respeito ao intervalo de aplicação de Clodinafope-Propargil e adubação nitrogenada não tem um intervalo mínimo, ou seja, a aplicação da ureia pode ser realizada no dia seguinte a aplicação do herbicida (Oppelt).
Avaliando a seletividade do Pyroxsulam à cultura do trigo e o controle do azevém, Zobiole et al. (2018) observaram que o herbicida Pyroxsulam aplicado nas doses de 15 ou 18 g i.a. ha-1 proporcionou controle superior a 85% em Lolium multiflorum, sem causar injuria visual superior a 10% na cultura do trigo. Ou seja, ainda existem algumas opções eficientes para o controle do azevém no trigo de forma eficaz, deste que seguidas as recomendações técnicas para a cultura.
Em populações com resistência conhecida a herbicidas deve-se evitar o uso dos herbicidas aos quais o azevém já apresente resistência e a utilização de “sobredosagens” de herbicidas de mesmo mecanismo de ação, fator esse que pode contribuir para o desenvolvimento de novos casos de resistência . Conforme destacado pelo Pesquisador da CCGL Mario Bianchi, além da escolha do produto, deve-se atentar para as condições ambientais e o estádio de controle do azevém.
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Segundo Bianchi, após a aplicação do(s) herbicidas para controle do azevém, o ideal é que se tenha no campo condições de pelo menos 3h com temperatura mínima de 10°C e sem nebulosidade (dia ensolarado), para proporcionar condições adequada para uma boa absorção do(s) produto(s). Com relação ao estádio de aplicação, Bianchi destaca que o ideal é realizar o controle do azevém com 4 folhas (figura 2).
Figura 2. Planta de azevém (Lolium multiflorum) em estádio de controle utilizando herbicidas.

Confira o vídeo abaixo com as dicas do pesquisador da CCGL Mario Bianchi.
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Referências:
LORENZI, H. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS: PLANTIO DIRETO E CONVENSIONAL. Instituto Plantarum, ed. 7, 2014.
OPPELT, R. CONTROLE DE AZEVÉM E AVEIA PÓS EMERGENTE EM TRIGO. Coagril. Disponível em: < http://www.coagril-rs.com.br/informativos/ver/90/controle-de-azevem-e-aveia-pos-emergente-em-trigo >, acesso em: 23/07/2021.
RIZZARDI, M. A. MANEJO QUÍMICO: COMO CONTROLAR O AZEVÉM NO TRIGO. Up. Herb: Academia das Plantas Daninhas. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/int/como-controlar-o-azevem-no-trigo >, acesso em: 23/07/2021.
ZOBIOLE, L. H. S. et al. PYROXSULAM: SULFONAMIDA PARA O CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO TRIGO NO BRASIL. Planta Daninha, v. 36, 2018. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/pd/a/Cj9LQ5NVKvPRCYvjzBP8q8j/?lang=en >, acesso em: 23/07/2021.
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