O arroz é um importante grãos da cadeia produtiva brasileira, cuja planta pode ser cultiva em sistema de sequeiro ou irrigada. Assim como as demais culturas agrícolas, o arroz possui algumas exigências nutricionais para o bom crescimento e desenvolvimento vegetal, sendo o nitrogênio (N), o nutriente mais requerido pela cultura.
Normalmente, o nitrogênio é fornecido às plantas de arroz por meio de adubação, com o uso de fertilizantes nitrogenados. Contudo, essa adubação pode representar uma significativa parcela do custo de produção da lavoura, sendo fundamental, buscar alternativas que possibilitem reduzir a perda desse nutriente por volatilização e/ou lixiviação, e ou formas complementares de fornecer esse nutriente para a planta.
Uma das principais e mais estudadas alternativas para isso é o uso de bactérias diazotróficas no arroz. A inoculação de plantas de arroz com bactérias diazotróficas é uma alternativa para a diminuição do uso de adubos nitrogenado na cultura (Sabino, 2007). As bactérias endofíticas diazotróficas podem apresentar potencial de 20-30% de aumento na produção de arroz e que interagem positivamente com genótipos de arroz irrigado em terras baixas (Mattos et al., 2020).
Visando avaliar a eficiência agronômica de bactérias endofíticas diazotróficas para a fixação de nitrogênio e promoção do crescimento de arroz irrigado cultivado em terras baixas, Mattos et al. (2020) observaram que algumas formulações de inoculantes, contendo bactérias diazotróficas, combinados com adubação nitrogenada mineral demonstram eficiência agronômica quanto à produtividade de grãos, além de que espécies do gênero Bacillus, endofíticas e associativas, contribuem para o melhor desempenho agronômico e produtivo do arroz irrigado (Mattos et al., 2020).
Com base nos resultados observados pelos autores (tabela 1), o inoculante 1, contendo os acessos CMM 174 (Pseudomonas sp.), CMM 175 (Bacillus sp.), CMM 179 (Bacillus sp.), com adubação nitrogenada combinada (90 kg ha-1), proporcionou produtividade média ao longo de quatro safras agrícolas apenas 6% inferior ao tratamento com adubação nitrogenada recomendada (120 kg ha-1) (Mattos, et al., 2020).
Já o inoculante 2, contendo os acessos CMM 179 (Bacillus sp.) + CMM 176 (Bacillus sp.), CMM 197 (Aeromicrobium sp.) + CMM 205 (Rhizobium sp.), com adubação nitrogenada (90 kg ha-1), apresentou produtividade média significativa ao longo das quatro safras agrícolas (11.405 kg ha-1), equiparando-se ao tratamento com uso da adubação recomendada para o arroz (11.204 kg ha-1), demonstrando a importante contribuição dessas bactérias na manutenção da produtividade do arroz (Mattos et al., 2020).
Tabela 1. Produtividade de grãos de arroz (kg ha-1) em função da inoculação com os consórcios bacterianos. Médias das quatro safras agrícolas. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2020.

Os autores concluem que a formulação de um inoculante turfoso, composto por Bacillus sp. e Aeromicrobium sp., e Rhizobium sp, combinados com adubação nitrogenada mineral reduzida [90 kg ha-1 de N (aplicado em cobertura)], demonstra eficiência agronômica quanto à produtividade de grãos da cultivar BRS Pampa, demonstrando assim, ser uma importante ferramenta de manejo para a cultura.
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Referências:
MATTOS, M. L. T. et al. EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS DIAZOTRÓFICAS PARA A FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO E PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO DE ARROZ IRRIGADO CULTIVADO EM TERRAS BAIXAS. Embrapa, Circular Técnica, n. 210, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/218374/1/CIRCULAR-210.pdf >, acesso em: 07/01/2021.
SABINO, D. C. C. INTERAÇÃO PLANTA-BACTÉRIA DIAZOTRÓFICA NA CULTURA DO ARROZ. Tese de Doutorado, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: < https://tede.ufrrj.br/jspui/handle/tede/296#preview-link0 >, acesso em: 07/01/2021.