Autores: Maiara dos Santos Sousa¹; Letícia do Socorro Cunha²; Luane Laíse Oliveira Ribeiro³; Mayra Taniely Ribeiro Abade4

Introdução

Quando mencionamos as palavras biodiversidade e extinção de espécies, a primeira coisa que vem na cabeça é sobre as espécies que vivem acima do nível do solo, como, as plantas e os animais. Porém, no solo onde as espécies de vegetais e de animais estão inseridas, existem comunidades de organismos micro e macroscópicos que habitam o solo, e por não estarem visível aos olhos do homem, dificilmente são mencionados. Portanto, essas comunidades, que se tornam ‘invisíveis’, compostas por microrganismo que executam atividades importantes que garante a manutenção e sobrevivência das comunidades vegetais e animais.

Nesse sentido Moreira & Siqueira (2010) enfatiza que no solo, os micro e macro organismos exercem atividades essenciais, como, a decomposição da matéria orgânica, produção de húmus, ciclagem de nutrientes e energia (incluindo a fixação de nitrogênio atmosférico), produção de compostos complexos que contribui para agregação do solo, decomposição de xenobióticos e controle biológico de pragas e doenças, entre outras funções.

Assim, sujeitos a modificação e em seus físicos, químicos e microbiológico de acordo com o uso de manejo e sistemas de manejo adotados os solos agrícolas estão, por outro lado, a degradação do solo pode ser revertida e qualidade do solo mantida ou melhorada, pela utilização de métodos adequados, a sustentabilidade agrícola poder ser realidade, dessa forma, o conhecimento da qualidade solo é fundamental para se fazer uso de estratégias de manejo sustentável sem interferir a sua qualidade futuramente (Effgen, 2006).

Nesse contexto, a biomassa microbiana do solo compõe a parte viva e é a mais ativa da matéria, essa biomassa é constituída por fungos, bactérias e actiomicetos que atuam em processos que vão desde a formação do solo até a decomposição de resíduos orgânicas, ciclagem de nutrientes, biorremediação de áreas contaminadas por poluentes, entre outros (Junior & Mendes, 2007).

Indicador de qualidade do solo no sistema de plantio direto

Segundo Cardoso (2004) a biomassa microbiana do solo é o principal componente do subsistema de decompositores, que ajusta a ciclagem de nutrientes, o fluxo de energia, a produtividade das plantas e dos ecossistemas. Os microorganismos são os principais transformadores da matéria orgânica, executam a decomposição dos resíduos orgânico e utilizam elementos carbono e nitrogênio na proporção de 30/1, eliminando dois terços do carbono para atmosfera de CO2 mobilizando, no seu protoplasma, um terço com relação C/N 10/1 (Siqueira,1993).

Neste contexto a biomassa microbiana é um dos componentes que controla a decomposição e o acúmulo de matéria orgânica e as transformações envolvendo os nutrientes minerais. Pelo fato destas atuarem nos processos de mineralização, os microrganismos do solo são fontes de drenos de nutrientes.

Silva (2008) menciona em seus resultados que os valores obtidos para o carbono e nitrogênio da biomassa microbiana do solo nos diferentes sistemas analisados, nas épocas de verão e inverno, foram significativamente superiores no sistema de plantio direto (PD) quando comparados com outros sistemas de manejo de solo no qual houve revolvimento, e desta forma demonstrando forte influência do manejo do solo sobre estes parâmetros e proporcionando ao sistema de plantio direto aumento da biomassa microbiana do solo em diversas condições de manejo das culturas.

Neste sentido o sistema de plantio direto por ser um sistema de manejo com menor interferência do solo, onde com o tempo de adoção tem como tendência aumentar o aporte de matéria orgânica, e consequentemente da biomassa do solo.

Fatos este, comprovado Alves et al. (2011) que ao estuda a ausência de revolvimento para a cultura da soja encontraram valores expressivamente maiores de carbono da biomassa microbiana, tendo em vista o acúmulo de material orgânico, que fornece maior fonte de nutrientes para o desenvolvimento da comunidade microbiana.

Em seu estudo sobre biomassa microbiana em plantio direto em sucessão e rotação Barbieri et al. (2019) tiveram como resultado que o plantio direto não escarificado apresentou um incremento no carbono da biomassa microbiana comparado com os demais tratamentos estudados (Tabela 1).

Conclusão 

O tempo de adoção de uma área para o sistema de plantio direto, por se tornarem solos menos perturbados, apresentam maiores valores de carbono e nitrogênio da biomassa microbiana em diferentes épocas, segundo estudos desenvolvidos. Desta forma melhorando a qualidade do solo e proporcionando uma correlação positiva ao rendimento de culturas de grãos como a soja.

Referências 

ALVES, T.S.; CAMPOS, L. L.; NETO, N. E.; MATSUOKA, M. & LOUREIRO, M.F. Biomassa e atividade microbiana de solo sob vegetação nativa e diferentes sistemas de manejos. Acta
Scientiarum. Agronomy, v. 33, n. 2, p. 341-347, 2011.

BARBIERI, M.; DOSSIN, M. F.; NORA, D. D.; SANTOS, B. dos.; BEVILACQUA, C.B.; ANDRADE, N. de.; BOENI, M.; DEUSCHLE, D. ; JACQUES, R.J.S.; ANTONIOLLI, Z. I. Ensaio
sobre a bioatividade do solo sob plantio direto em sucessão e rotação de culturas de inverno e verão. Revista de Ciências Agrárias, v. 42, n. 1, p. 121-130, 2019.

CARDOSO, M. O. Método para quantificação da biomassa microbiana do solo. Agropecuária
Técnica, v. 25, n. 1, p. 1-12, 2004.

EFFGEN, T. A. M. Atributos do solo em função de tratos culturais em lavouras de cafeeiro
conilon no sul do estado do Espírito Santo. 2006.

SILVA, A. P. Biomassa microbiana em diferentes sistemas de manejo do solo e de culturas
típicas da região norte do Paraná. 2008.

MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e bioquímica do solo. 2. Ed. Lavras: Editora UFLA, 2006.

JUNIOR, F. B. R.; MENDES, I. C. Biomassa Microbiana do Solo. Embrapa Cerrado- DF:
Planaltina. 2007.

SIQUEIRA, J. O. Biologia do Solo. Lavras: Esal/Faepe,1993.

Informações dos autores:

¹ Agrônoma e Mestranda do Programa de Pós Graduação em Agronomia, Universidade do
Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Marechal Cândido Rondon/PR. E- mail:
maiaraifet@gmail.com
² Engenheira Agrônoma e Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Agronomia,
Universidade do Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Marechal Cândido Rondon/PR. Email: leticiacunhaufra2013@hotmail.com
³ Engenheira Agrônoma e Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Agronomia,
Universidade do Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Marechal Cândido Rondon/PR. Email: luanelaiseifpa@hotmail.com
4 Engenheira Agrônoma e Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Agronomia,
Universidade do Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Marechal Cândido Rondon/PR. Email: mayra_agro2011@hotmail.com

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