Embora na maioria das regiões produtoras, a colheita da soja já venha ocorrendo, no Rio Grade do Sul, a realidade é outra. Em função dos atrasos na semeadura, principalmente em função as condições hídricas no Estado, grande parte das lavouras gaúchas ainda se encontram em desenvolvimento, em estádios variando entre desenvolvimento vegetativo, florescimento, enchimento de grãos e maturação.

Nas lavouras que já atingiram a maturação fisiológica, o foco é o manejo pré-colheita da soja, realizando a dessecação da cultura quando necessário. Contudo, nas lavouras que ainda estão no período de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, os cuidados devem ser redobrados com pragas e doenças, em especial com a ferrugem-asiática, que vem acometendo diversas lavouras do RS.

Figura 1. Desenvolvimento das lavouras nas principais regiões produtoras do Brasil, 04 de março de 2024.

Fonte: CONAB (2024)

Ferrugem no Sul

Com danos que variam de 10% a 90%, a ferrugem-asiática da soja causada pelo fungo (Phakopsora pachyrhizi), é uma das mais preocupantes e devastadoras doenças que acometem a soja (Godoy et al., 2023). Conforme o levantamento do Consórcio Antiferrugem, atualmente 315 casos da doença foram relatados no Brasil, na safra 2023/2024.


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É possível observar no mapa de dispersão dos casos (figura 2), que, em sua maioria, os casos de ferrugem-asiática na presente safra estão concentrados no Sul do Brasil, mais especificamente nos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Até então, foram relatados 128 casos da doença no Paraná e 104 casos no Rio Grande do Sul (figura 3). Pode-se dizer que a elevada concentração dos casos de ferrugem no Sul do Brasil foi favorecida pela presença de inóculo da doença e condições ambientais favoráveis, influenciadas principalmente pelo maior regime de chuvas observado nessa região.

Figura 2. Mapa de dispersão dos casos de ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) na safra 2023/2024 no Brasil. 06/03/2024.

Fonte: Consórcio Antiferrugem (2024)

Figura 3. Distribuição dos casos de ocorrência de ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) na safra 2023/2024 por Estado brasileiro. 06/03/2024.

Fonte: Consórcio Antiferrugem (2024)

Recomendações de manejo

Tendo em vista que grande parte das lavouras de soja do RS ainda estão em desenvolvimento, intensificar o monitoramento e manejo da ferrugem asiática é fundamental para a manutenção do potencial produtivo da lavoura. Conforme orientações do Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas (FRAC-BR), as recomendações de fungicidas para controle da ferrugem asiática da soja devem ser baseadas em produtos registrados contendo estrobilurinas em combinação a triazóis, triazolintione e/ou Carboxamidas, além disso, todo programa de controle de ferrugem deve ser iniciado de forma preventiva à ocorrência da doença.

Clique aqui e acompanhe os casos de ocorrência de ferrugem-asiática no Brasil.

Referências:

CONAB. PROGRESSO DE SAFRA. Companhia Nacional de Abastecimento, 2024. Disponível em: < https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/progresso-de-safra >, acesso em: 06/03/2024.

CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM. OCORRÊNCIAS. Consórcio Antiferrugem: Parceria público-provada no combate à ferrugem asiática da soja, 2024. Disponível em: < http://www.consorcioantiferrugem.net/#/main >, acesso em: 06/03/2024.

FRAC-BR. NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, 2024. Disponível em: < https://www.frac-br.org/recomendacoes-ferrugem-asiatica-da- >, acesso em: 06/03/2024.

GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2022/2023: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 195, 2023. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1154837/1/Circ-Tec-195.pdf >, acesso em: 06/03/2024.

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