A semeadura da safra 2024/25 de soja vem avançando no território nacional. Atualmente, cerca de 83% da área brasileira de soja já foi semeada (figura 1). Dos doze estados mais representativos da produção de soja (TO, MA, PI, BA, MT, MS, GO, MG, SP, PR, SC e RS), São Paulo, Mato Grosso e Paraná são os mais avançados na semeadura da soja. Já Maranhão e Rio Grande do Sul representam os estados com menor percentual de área semeada até então. Juntos, esses doze estados representam 96% da área cultivada com soja no Brasil (Conab, 2024).
No geral, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento, as condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento da soja na maioria das regiões produtoras. Caso as previsões climáticas se concretizem, a boa disponibilidade hídrica tende a favorecer o avanço da semeadura da soja nos próximos dias.
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No entanto, com a melhoria das condições hídricas, as condições ambientais, em especial a umidade, tendem a favorecer o desenvolvimento de patógenos causadores de doenças em soja, sendo um deles, o fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem-asiática da soja.
A ferrugem-asiática da soja pode ocorrer em qualquer estádio do desenvolvimento da soja. No entanto, para que ocorra a infecção, é necessário disponibilidade de água livre na superfície da folha (no mínimo 6 horas de molhamento foliar), e temperaturas amenas, variando entre 18°C e 26,5°C (Soares et al., 2023).
Figura 1. Ferrugem-asiática em folha de soja.
Os danos em decorrência da incidência da ferrugem em soja podem variar de acordo com a suscetibilidade da cultivar, intensidade da doença e estádio em que acomete a soja. Em casos mais severos, perdas de produtividade de até 90% podem ser observadas caso as devidas medidas de manejo não sejam adotadas (Godoy et al., 2023).
Considerando o impacto da ferrugem-asiática na soja e as condições favoráveis ao desenvolvimento da doença, é necessário monitorar a ocorrência dos casos de ferrugem, atuando de forma proativa no manejo da doença.
Conforme dados do consórcio antiferrugem, na safra 2023/2024, foram relatados 324 casos de ocorrência da ferrugem-asiática no Brasil. Na presente safra (2024/2025), já são observados dois casos de ocorrência da ferrugem-asiática em soja no Brasil, ambos no estado de São Paulo, respectivamente nas cidades de Itaberá e Itapetininga.
Embora estejamos no início da safra de verão, além dos casos de ocorrência propriamente ditos, há relatos de ferrugem-asiática em soja voluntária nos estados de Santa Catarina (Ituporanga e Rio do Sul); Rio Grande do Sul (Cruz Alta) e Paraná (Castro), além da presença de esporos do fungo causador da ferrugem nos municípios de Francisco Beltrão, Guaíra, Palotina e Ubiratã (Figura 2).
Figura 2. Mapa de dispersão dos casos de ferrugem em soja voluntária, soja cultivada e esporos de ferrugem no Brasil, safra 2024/2025.
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Referências:
CONAB. PROGRESSO DE SAFRA: ACOMPANHAMENTO DAS LAVOURAS 18/11 A 24/11/24. Companhia Nacional de Abastecimento, 2024. Disponível em: < https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/progresso-de-safra >, acesso em: 27/11/2024.
CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM. MAPA DE DISPERSÃO. Consórcio Antiferrugem: Parceria público-privada no combate à ferrugem asiática da soja, 2024. Disponível em: < http://www.consorcioantiferrugem.net/#/main >, acesso em: 27/11/2024.
GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2022/2023: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica n. 195, 2023. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1154837/1/Circ-Tec-195.pdf >, acesso em: 27/11/2024.
SOARES, R. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa Soja, Documentos, n. 256, 2023. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1158639 >, acesso em: 27/11/2024.
