Comentários referentes à 11/04/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 11/04
O contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 1,34%, ou $ 13,75 cents/bushel a $ 1042,75. A cotação de julho, fechou em alta de 1,57 % ou $ 16,25 cents/bushel a $ 1053,00. O contrato de farelo de soja para maio fechou em alta de 0,57 % ou $ 1,7 ton curta a $ 299,6 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em alta de 2,22 % ou $ 1,03/libra-peso a $ 47,35.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em alta. O tom otimista tomou o mercado americano de grãos no final desta turbulenta semana. As cotações saltaram ao longo da semana, com um dólar desvalorizado e a pausa/redução das tarifas por 90 dias para vários países com exceção a China. Os dados do relatório de oferta e demanda do USDA foram positivos para a soja. Neste conjunto, os operadores de mercado aproveitaram a semana para recompor posições vendidas, já que a oleaginosa começou a semana valendo menos de US$ 10,00 bushel.
O mercado ainda avalia a recuperação das terras alagadas nos EUA, o que pode atrasar o começo do plantio da soja. A demanda voltou, exportadores privados anunciaram ao USDA a venda de 120 mil toneladas de soja para destinos desconhecidos. Do total, 45% são para entrega durante o atual ano comercial, com o restante para entrega em 2025/26. Com isso a soja fechou o acumulado da semana em alta de 6,73% ou $ 65,75 cents/bushel. O farelo da soja fechou em alta de 5,83% ou $ 16,5 ton curta. O óleo de soja subiu 3,29% ou $ 1,51 libra-peso.
Analise semanal da tendência de preços
FATORES DE ALTA
a) A redução dos estoques finais de soja americana para 10,21 MT, quando o mercado esperava uma média de 10,31 MT foi o principal fator de alta nesta sexta-feira. Isto fez a cotação de Chicago para maio subir 14,75 cents/bushel;
b) A ajuda prometida por Trump aos sojicultores americanos fortalece a iniciativa americana no jogo de tarifas. Mas, a isenção de tarifas sobre eletrônicos produzidos na China mostra que Trump foi o primeiro a “piscar” nesta guerra e isto poderá significar profunda alteração nas futuras operações;
c) No Brasil, a manutenção das altas tarifas recíprocas entre EUA e China teve como efeito, como mostramos acima, uma pequena elevação do preço de exportação, mas uma elevação significativa do preço doméstico, já que as indústrias estão tratando de garantir a sua matéria-prima para a produção de óleo de soja, que proporciona grande lucratividade ao setor. O resultado foi uma alta, até o momento, de R$ 8,33/saca, segundo o CEPEA. Contudo, a grande volatilidade das decisões da Casa Branca impede uma previsão mais segura sobre o que pode acontecer com o mercado. Como as exportações americanas para a China serão praticamente inexistentes nos próximos 6 meses, não por causa da guerra comercial, mas simplesmente pela sazonalidade natural das colheitas, haverá muito tempo para o desenvolvimento de novas marchas e contramarchas desta guerra de tarifas e suas implicações podem mudar significativamente.
FATORES DE BAIXA
a) Grande incerteza sobre os próximos passos da guerra comercial – cujos efeitos são a cautela dos Fundos e dos vendedores e compradores de soja e farelo ao redor do mundo. Os Fundos, (que compraram 25.500 contratos esta semana), já que o interesse em aberto caiu 108.000 contratos desde o final da semana passada, voltaram se desfazer de posições vendidas, como mostramos abaixo e os principais players do mercado se mostram cautelosos nas suas operações, comprando e vendendo apenas o estritamente necessário para continuar suas atividades, sem formar grandes posições;
b) Aumento de 17% na produção de óleo de palma na Malásia, especialmente com o prêmio do óleo de soja americano em US$ 85 (contra US$ 17 no ano passado), o que deixa o mercado de óleo de soja americano enfrentando maior resistência no mercado físico.
Fonte: T&F Agroeconômica