Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 30/05/2025
FECHAMENTOS DO DIA 30/05

O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,95%, ou $ -10,00 cents/bushel a $ 1041,75. A cotação de agosto, fechou em baixa de -1,12% ou $ -11,75 cents/bushel a $ 1036,75. O contrato de farelo de soja para julho fechou em baixa de -0,03 % ou $ -0,1 ton curta a $ 296,3 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em baixa de -3,10 % ou $ -1,50/libra-peso a $ 46,89.

ANÁLISE DA BAIXA

A soja negociada em Chicago fechou o dia, semana e o mês em baixa. Além da pressão sazonal, onde o mercado mundial se volta para os estoques do Brasil e Argentina para se abastecerem, a semana e o mês foram marcados por idas e vindas da administração Trump em relação as tarifas, com diversos parceiros comerciais, como China e Europa. O claro reflexo disto está nas vendas semanais de apenas 146.000 toneladas de soja na semana, volume comummente visto em compras únicas. Tudo isso leva incerteza para um mercado que depende de exportações e competitividade para crescer.

Com isso a soja fechou acumulado da semana em baixa de -1,74% ou $ -18,50 cents/bushel e o do mês de maio em queda de -0,26% ou $ -2,75 cents/bushel. O farelo de soja subiu 0,03% ou $ 0,1 ton curta na semana e o mês caiu -0,57% ou $ -1,7 ton curta. O óleo de soja caiu -4,98 % ou -2,46 libra-peso no acumulado da semana e baixa de -4,25 % ou -2,08 libra-peso ao longo de maio.

Análise semanal da tendência de preços
FATORES DE ALTA

a) No Brasil, as boas exportações iniciaram um período de disputa entre as indústrias, que não querem perder seus estoques e os exportadores, que querem aproveitar as boas oportunidades internacionais. O volume de exportações voltou a crescer em maio, despertando a atenção das indústrias que precisam garantir seus estoques para a produção nacional de biodiesel.

FATORES DE BAIXA

a) A incerteza gerada pela escalada tarifária imposta pela Casa Branca ontem foi agravada por idas e vindas judiciais, primeiro com uma decisão contrária à imposição de tarifas recíprocas pelo Tribunal de Comércio Internacional e, posteriormente, com o restabelecimento dessas tarifas por um tribunal de apelações, aguardando uma decisão sobre a questão subjacente. E esta tarde, Trump se juntou novamente:

O VAI E VEM DAS TARIFAS

“Há duas semanas, a China estava em grave perigo econômico. As tarifas altíssimas que impus tornaram praticamente impossível para a China negociar com o mercado americano, que é de longe o número um do mundo. Na verdade, abandonamos abruptamente as relações com a China, e isso foi devastador para eles. Muitas fábricas fecharam e houve, para dizer o mínimo, ‘agitação civil’. Vi o que estava acontecendo e não gostei — para eles, não para nós. Cheguei a um acordo rápido com a China para salvá-los do que eu pensava que seria uma situação muito ruim, e eu não queria que isso acontecesse. Graças a esse acordo, tudo se estabilizou rapidamente e a China voltou ao normal. Todos ficaram felizes! Essa é a boa notícia!

A má notícia é que a China, talvez sem surpresa para alguns, VIOLOU TOTALMENTE SEU ACORDO CONOSCO. Adeus às boas pessoas!” Este último desabafo foi publicado pelo presidente dos EUA em sua conta no Truth Social.

A POSIÇÃO AMERICANA

Questionado na CNBC sobre a acusação de Trump, o Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, acusou a China de continuar a “desacelerar e sufocar” negociações como as relacionadas a minerais essenciais. Ele acrescentou que o déficit comercial dos EUA com a China “continua enorme”, sem que Washington tenha observado mudanças significativas no comportamento do gigante asiático.

A FRAGILIDADE DO PACTO SUÍÇO

Em tempos de incerteza, o exposto acima não apenas destaca a fragilidade do pacto suíço, como também demonstra, mais uma vez, que tudo depende do humor e das ilusões messiânicas de Trump. O comércio como o conhecíamos provavelmente nunca mais será o mesmo enquanto o magnata continuar a “alugar” o Salão Oval.

b) Decepção com os incentivos sobre o biodiesel:

Além da renovada tensão entre os EUA e a China que abalou o mercado, as negociações do óleo de soja registraram as maiores quedas (a posição de julho caiu US$ 33,07 para US$ 1.033,73 por tonelada), refletindo mais uma vez a decepção dos traders com a falta de notícias que impulsionem a demanda por este produto por parte da indústria de biocombustíveis. Nem os cortes obrigatórios atenderão ao aumento esperado no uso de biodiesel, nem há garantia de que os créditos fiscais de 45Z para produtores de combustível de baixo carbono serão estendidos até 2031, como a indústria de biocombustíveis esperava.

c) EUA-Exportações menores

Além disso, o último relatório semanal do USDA sobre exportações foi negativo para o mercado de soja dos EUA, para o período de 16 a 22 de maio. Hoje, a agência reportou vendas de 146.000 toneladas na safra 2024/2025, abaixo das 307.900 toneladas reportadas no relatório anterior e da faixa esperada por investidores privados, que era de 150.000 a 500.000 toneladas. “As vendas caíram 53% em relação à semana anterior e 58% em relação à média das últimas quatro semanas”, afirmou a agência, que identificou o México como o principal comprador, com 52.200 toneladas. A agência também reportou vendas de 32.800 toneladas na safra 2025/2026, abaixo das baixas expectativas dos traders.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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