Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 20/06/2025
FECHAMENTOS DO DIA 20/06

O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,63%, ou $ -6,75 cents/bushel a $ 1068,00. A cotação de agosto, fechou em baixa de -0,49% ou $ -5,25 cents/bushel a $ 1071,50. O contrato de farelo de soja para julho fechou em baixa de -0,28 % ou $ -0,8 ton curta a $ 284,1 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em baixa de -0,55 % ou $ -0,30/libra-peso a $ 54,47.

ANÁLISE DA BAIXA

A soja negociada em Chicago fechou o dia em baixa e o acumulado da semana de forma mista. As cotações da oleaginosa caíram em sintonia com os demais grãos, o mercado com um todo, aproveitou a volta do feriado para realizar lucros na bolsa americana. O clima nos EUA, onde o verão começa este final de semana, é positivo para o desenvolvimento das lavouras, conforme previsto para os próximos dias.

Mesmo com uma sensível melhora nas vendas para exportação esta semana, a ausência de compras por parte da China e acordos comerciais com outros países pressionam os exportadores americanos. As importações chinesas de soja do Brasil em maio aumentaram 37,5% em relação ao ano anterior, após atingirem 12,1 milhões de toneladas no mês passado. As importações de soja dos EUA também apresentaram tendência de alta de 28,3% em relação ao ano anterior, com 1,630 milhão de tonelada.

No entanto, os Estados Unidos representaram apenas 11,7% do total das importações chinesas de soja em maio. Com isso a soja fechou o acumulado da semana em baixa -0,16% ou $ -1,75 cents/bushel. O farelo de soja caiu -2,67% ou $ -7,8 ton curta. O óleo de soja subiu 7,63% ou 3,86 libra-peso.

Análise semanal da tendência de preços
FATORES DE ALTA

a) EUA-Oferta apertada: O padrão de oferta apertada de 2025/2026 nos Estados Unidos continuou sendo o principal fator de alta. Vale destacar que o USDA prevê um estoque final de 8,03 milhões de toneladas para a nova safra, volume inferior aos 9,53 milhões de toneladas do ciclo atual e aos 9,32 milhões de toneladas da safra 2023/2024.

b) Exportações positivas, mesmo sem a presença da China: O relatório semanal de exportações dos EUA, referente ao período de 6 a 12 de junho, foi ligeiramente positivo em termos de números, com base nas baixas expectativas de mercado entre os traders. De fato, o USDA reportou hoje vendas de soja para a safra 2024/2025 de 539.500 toneladas, acima das 61.400 toneladas reportadas no relatório anterior e acima da faixa esperada por investidores privados de 0 a 400.000 toneladas. A Alemanha foi a principal compradora, com 122.900 toneladas. Em relação às vendas para a safra 2025/2026, a agência reportou vendas de 75.200 toneladas, acima das 58.100 toneladas da semana anterior e dentro das estimativas de mercado.

c) No Brasil, a disputa sazonal que sempre ocorre no segundo semestre, entre exportadores e indústrias começa a recuperar o preço da soja. O Brasil vendeu 20 cargos de soja (aprox.320 mil toneladas) para a China somente nesta semana, especialmente para embarques em agosto. Nenhum embarque foi registrado dos EUA. No ano passado foram vendidos 14 cargos de soja americana nesta mesma época.

FATORES DE BAIXA

a) Clima favorável nos EUA: A pressão baixista foi exercida pelo clima, que deve ser favorável ao desenvolvimento das lavouras no Centro-Oeste dos EUA nas próximas semanas. Isso fica evidente na previsão estendida de 6 a 14 dias, que prevê chuvas acima do normal para a temporada, o que compensará as temperaturas que também devem ficar acima dos níveis normais.

b) A ausência da demanda chinesa, em meio à trégua comercial em curso entre a Casa Branca e Pequim, contribuiu para a tendência de queda. Também não houve notícias sobre as negociações tarifárias com a União Europeia, outro importante bloco alternativo para a demanda de soja dos EUA.

c) No Brasil, a gripe aviária reduziu a demanda por farelo de soja: O período em que o Brasil ficou de quarentena pela ocorrência de gripe aviária em algumas granjas produtoras de aves, que provocaram a suspensão das exportações de carnes de frango, levaram à menor demanda por farelo de soja, cuja queda de preço se acentuou no ano (embora esteja se recuperando nesta semana) arrastou junto o preço da soja.

d) No Brasil, a venda da soja para abrir espaço para receber o milho: A possibilidade de os produtores brasileiros optarem por escoar a soja, que tem lucratividade melhor, para dar lugar ao milho safrinha, em meio a um desafio logístico de armazenagem que está sendo testado novamente pelas colheitas abundantes que o Brasil vem obtendo de ambos os produtos, safra após safra.

e) Queda do dólar: A desvalorização da moeda americana e valorização do Real (10,82% no ano, 2,55% no mês e 0,32% na semana) reduzem os preços recebidos pelos agricultores brasileiros.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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