Comentários referentes à 14/03/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 14/03

O contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,52%, ou $ 5,25 cents/bushel a $ 1016,00. A cotação de julho, fechou em alta de 0,49% ou $ 5,00 cents/bushel a $ 1030,00. O contrato de farelo de soja para maio fechou em baixa de -0,39 % ou $ -1,2 ton curta a $ 305,9 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em alta de 0,75 % ou $ 0,31/libra-peso a $ 41,59.

ANÁLISE DA ALTA

A soja negociada em Chicago fechou o dia em alta, mas acumulado da semana em baixa. As cotações da oleaginosa reagiram nas duas últimas sessões, mas não conseguiram reverter a queda semanal. A boa demanda da soja americana divulgada na quinta-feira e a perspectiva de uma safra menor na Argentina deram o suporte. Mesmo com as incertezas comerciais entre EUA e China, o mercado olhou para a crescente demanda do país. A previsão de importação de soja da China para o segundo trimestre de 2025 pode aumentar para um recorde de 31 milhões de toneladas, visto que que o país busca melhorar os suprimentos atualmente escassos.

“A escassez de soja durante este período foi mais generalizada e severa, levando um número crescente de usinas de soja em todo o país a interromper as operações”, observou Liu Jinlu, pesquisador agrícola da Guoyuan Futures.

Com isso a soja fechou o acumulado da semana em baixa de -0,88% ou $ -9,00 cents/bushel. O farelo de soja subiu 0,49% ou $ 1,5 ton curta. O óleo de soja caiu -4,21% ou $ 1,83 libra-peso.

Análise semanal da tendência de preços
FATORES DE ALTA

a) valorização do real frente ao dólar registrada hoje (no fechamento do pregão, estava em torno de 1,15%), uma vez que reduziu o incentivo de venda para os produtores e, também reduziu a competitividade das exportações brasileiras, que estavam a todo vapor durante a safra. (Este é um fator altista para CBOT, mas baixista para o Brasil.)

b) Redução da safra argentina: Embora os preços da soja estivessem perdendo terreno na última parte do dia, a queda no preço do farelo de soja jogou contra a melhora nos preços da soja. Ontem, perto do fechamento do mercado, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) ratificou sua estimativa de 49,60 milhões de toneladas para a colheita de soja argentina, em contraste com o ajuste de 47,50 para 46,50 milhões de toneladas projetado na quarta-feira à noite pela Bolsa de Valores de Rosario (BCR). Vale ressaltar que esses dados divulgados ontem pela empresa sediada em Rosário foram significativos na tendência de alta dos preços da soja e do farelo em Chicago.

c) Nova venda de óleo de soja: Em seus relatórios diários de hoje, o USDA confirmou uma nova venda de 20.000 toneladas de óleo de soja dos EUA para 2024/2025 para destinos desconhecidos.

FATORES DE BAIXA

a) Clima de incerteza geral devido à possibilidade de a economia dos EUA entrar em recessão e à guerra comercial 2.0, desencadeada pelo governo Trump afetando a demanda, que fez os investidores agiram com muita cautela, tanto no mercado de soja quanto no restante dos produtos agrícolas;

b) Tarifas chinesas sobre os EUA e o Canadá: Como parte da resposta da China às tarifas de 20% impostas pela Casa Branca sobre as importações daquele país, as tarifas chinesas sobre vários produtos dos EUA entraram em vigor na segunda-feira, incluindo a soja, que agora tem uma sobretaxa de 10%. Embora este não seja o período mais movimentado do ano para o comércio, a medida é apenas um ponto de partida e pode piorar as relações comerciais se for prolongada.

Por outro lado, o governo de Xi Jinping também confirmou que, a partir de 20 de março, imporá tarifas de até 100% sobre vários produtos do Canadá, incluindo óleo e farelo de canola, em retaliação aos impostos que o país impôs em agosto passado sobre veículos elétricos, aço e alumínio da China. Essa notícia, que atingiu os preços da canola em Winnipeg, pode levar ao aumento do fluxo de óleo de canola canadense para os Estados Unidos, país que é o principal importador desse produto, do qual o Canadá é o maior produtor e exportador, dependendo do que acontecer em termos de tarifas entre esses vizinhos norte-americanos.

c) Agilidade na colheita do Brasil foi acentuada: Em seu relatório semanal desta sexta-feira, a consultoria Pátria Agronegócios informou que o avanço da colheita de soja no Brasil está em 66,03% da área plantada, à frente dos 61,87% registrados no mesmo período em 2024; de 62,88% em 2023 e 65,55% em média.

Especificamente em Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária informou — também na sexta-feira — que a colheita de soja atingiu 97,33% da área apta, ante 95,60% no mesmo período do ano passado e a média de 93,18% dos últimos cinco anos. No início de março, o órgão aumentou o volume da safra estadual de 47,16 para 49,62 milhões de toneladas.

Na quinta-feira, em seu relatório mensal de estimativas agrícolas, a Conab elevou sua avaliação da produção brasileira de soja de 166,01 para 167,37 milhões de toneladas; de 105,49 para 105,75 milhões a estimativa para exportação de grão, e de 22 para 23,60 milhões a previsão para venda de farelo. Na terça-feira, o USDA projetou essas variáveis em 169, 105,50 e 22 milhões de toneladas, respectivamente.

d) Vendas brasileiras se tornam agressivas: Com a maior disponibilidade de novos grãos, em sua revisão semanal das estimativas de exportação brasileira, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais do Brasil (ANEC) elevou sua previsão de embarques de soja para março de 14,80 para 15,45 milhões de toneladas, acima dos 9,59 milhões embarcados em fevereiro e dos 13,55 milhões negociados no terceiro mês de 2024. Em relação ao farelo, a entidade aumentou os embarques de 2,05 para 2,38 milhões de toneladas em março, ante 1,47 milhão em fevereiro e 1,80 milhão em março de 2024.

e) No Brasil, os preços da soja estão recuando, nos últimos 60 dias, como mostra o gráfico ao lado, diante da colheita substancial desta temporada, estimada pelas consultorias particulares ao redor de 170 milhões de toneladas, pela Conab em 167.369,5 mil toneladas, em seu relatório de março, 0,82% a mais ue as 166.013,8 mil toneladas estimadas em fevereiro e 169 MT estimadas pelo USDA. As quebras ocorridas no sul do país estão sendo parcialmente compensadas pelo aumento da produtividade nos estados do Centro-Oeste do país. Mas, Trump poderá ser o fator altista para o Brasil.

Fonte: T&F Agroeconômica



Acompanhe nosso site, siga nossas mídias sociais ( Site ,  Facebook ,  Instagram ,  Linkedin ,  Canal no YouTube )


DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.