No texto de hoje vamos ver as principais espécies de plantas daninhas classificadas na Família Portulacaceae.
As plantas daninhas da Família Portulacaceae tem distribuição cosmopolita.
Esta família está representada por 30 gêneros e 400 espécies. No Brasil, temos apenas dois gêneros.
Os gêneros presentes no Brasil são: Portulaca e Talinum.
Ambos com algumas espécies consideradas invasivas e outras cultivadas como ornamentais.
Em geral as espécies preferem vegetar em ambientes sombreados, são herbáceas, anuais ou perenes, com caules carnosos e folhas simples alternas ou opostas com o limbo grosso e sucoso.
A inflorescência é terminal ou flores isoladas no ápice dos ramos.
A família reúne aproximadamente 30 espécies com frutos capsulares contendo numerosas sementes pequenas, negras e brilhantes.
As principais espécies pertencentes a esta família são:
- Portulaca oleracea (beldroega, berdoega, bredo de porco, caruru de porco, ora pro nóbis);
Fonte: Manual de Identificação de Plantas Infestantes.
A beldroega é uma planta comestível e indicativa de solos de boa fertilidade.
É uma espécie anual, herbácea, que pode ser encontrada em hortas, viveiros e culturas perenes.
Plântula de beldroega. Fonte: Plantas Daninhas Online.
Pode ter hábito prostrado ou ereto, em função da posição da planta em relação a luz solar.
Uma única planta de beldroega é capaz de produzir 10.000 sementes, estas podem apresentar dormência por até 19 anos.
Sementes de beldroega. Fonte: UFSCar (CCA).
A beldroega pode ser hospedeira de nematoides dos gêneros: Meloidogyne, Pratylenchus, Rotylenchus e Heterodera.
- Talinum paniculatum (beldroega grande, bênção de deus, bredo, bredo major gomes, bunda mole, carne gorda, caruru, erva gorda, joão gomes, língua de vaca, mariagombe, maria gomes, maria gorda, manjogome, manjongome);
Fonte: Manual de Identificação de Plantas Infestantes.
A maria gorda é uma espécie herbácea, anual e que se desenvolve em todo o país ocupando áreas cultivadas, terras abandonadas, margens de rodovias, hortas, pomares e jardins.
Prefere solos com mais umidade e locais mais sombreados.
A planta é utilizada na alimentação humana, alimentação de animais, na medicina popular e ocasionalmente no paisagismo.
Apresenta caule cilíndrico, verde ou com pigmentação vermelho-arroxeada, carnoso, glabro, ceríceo e ramificado na base.
As folhas são simples, curtíssimo-pecioladas ou sésseis, carnosas e de disposição alternada helicoidal.
A propagação da espécie é por meio de sementes.
Fonte: Barbosa et al. (2014).
Casos de resistência a herbicidas na Família Portulacaceae
No Brasil não há relatos de resistência neste família. No mundo há apenas um de Portulaca oleracea, nos EUA, em lavouras de cenouras e outros vegetais, aos herbicidas linuron e atrazine, ambos pertencentes ao Inibidores do Fotossistema II.
Conclusão
No texto de hoje vimos sobre as plantas daninhas pertencentes à Família Portulacaceae.
Entendemos melhor sobre as principais características das plantas daninhas e as duas espécies presentes no Brasil.
O conhecimento da biologia das espécies de plantas daninhas nos auxilia na tomada de decisão, somente identificando corretamente as espécies é que poderemos selecionar o melhor método de controle.
Referências utilizadas neste artigo:
Aspectos da biologia e manejo das plantas daninhas / organizado por Patrícia Andrea Monquero – São Carlos: RiMa Editora, 2014.
Manual de Identificação de Plantas Infestantes. Moreira e Bragança (2010). FMC.
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Sobre a Autora: Ana Ligia Girardeli, Sou Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar) e Doutora em Fitotecnia (USP/ESALQ). Atualmente, estou cursando MBA em Agronegócios.