Com a manutenção de condições ambientais mais favoráveis na metade Leste do Estado, as lavouras semeadas mais recentemente, apresentaram um bom estabelecimento inicial e desenvolvimento mais uniforme. Nas lavouras implantadas até a metade do período indicado no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), avançou a colheita, alcançando 54% da área total cultivada. A perda de produtividade, nesses primeiros cultivos, é bastante elevada e consolida a redução de 53% em relação a projetada inicialmente.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, as lavouras em fase de enchimento dos grãos e maturação, tem tendência de perdas ainda mais significativas no potencial produtivo, considerando o baixo volume de chuvas registadas no período e as previsões de tempo seco, para as próximas semanas. A colheita avançou e os rendimentos confirmam as estimativas de perdas decorrentes da estiagem iniciada na primavera. Em São Borja, a produtividade nas lavouras irrigadas varia de 120 a 130 sacos por hectare e é três vezes superior as não irrigadas, que rendem apenas 40 sacos por hectare. Na Campanha, em Hulha Negra a colheita de lavouras de híbridos hiper precoces, com irrigação e alto uso de insumos, atingiu 220 sacos por hectare. Em Dom Pedrito, lavouras irrigadas superam o rendimento de 160 sacos, com retorno econômico superando ao alcançado com arroz irrigado. Em Candiota e Aceguá, as lavouras de milho implantadas em janeiro apresentam bom estande e desenvolvimento inicial satisfatório e as condições para aplicação de herbicidas foram adequadas. As temperaturas noturnas reduzidas foram excelentes tanto para as lavouras em fase vegetativa quanto para as lavouras em fase reprodutiva. Nessa região, constatou-se a presença de cigarrinha (Dalbulus maidis) em nível de dano econômico, sendo realizado controle nas lavouras estabelecidas na segunda quinzena do mês de janeiro.
Na de Erechim, 45% das lavouras foram colhidas. A produtividade inicial esperada era de 150 sacos por hectare e a obtida 60 sacos. As perdas são de 60%, materializando os efeitos da falta de água durante o ciclo da cultura.
Na área administrativa de Ijuí, a baixa umidade do ar tem contribuído para acelerar a perda de umidade dos grãos do cereal facilitando a colheita e secagem. Produtores que possuem silos secadores a ventilação natural foram favorecidos pelo menor tempo dispensado para secagem dos grãos. As lavouras semeadas em janeiro, período final do ZARC, apresentam desenvolvimento lento, mas com folhas verdes e sem expressar sinais de déficit hídrico. No aspecto fitossanitário segue alta incidência de cigarrinhas.
Na regional de Pelotas, apenas 9% da área cultivada foi colhida. As áreas de milho no estágio de floração, que representam 34% do cultivo, foram novamente beneficiadas com as precipitações, embora persista e expectativa de redução na produtividade. Mesmo com a situação decorrentes da estiagem, as lavouras estão com bom estande de plantas, limpas e sem a presença significativa de pragas e doenças.
Na de Porto Alegre, as lavouras nas fases de desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento de grãos, são 70% da área cultivada e apresentaram recuperação com o retorno das chuvas e temperaturas mais amenas.
Na de Santa Rosa, 87% das lavouras foram colhidas. A produtividade média inicial era pouco superior a 140 sacos por hectare, considerando a média entre lavouras irrigadas e de sequeiro. A obtida é de 77 sacos, representando 47% de redução. As lavouras semeadas recentemente representam 11% dos cultivos e estão em desenvolvimento vegetativo. Parte das lavouras, onde se repete a falta de umidade, apresentou problemas de falhas na germinação e emergência, diminuindo a população ideal de plantas e afetando o potencial produtivo. Nas áreas com maiores problemas, é possível que os agricultores optem por eliminar o cultivo e implantar outras alternativas, como aveia branca.
Na de Soledade, avançou para 40% a colheita em lavouras implantadas entre agosto e setembro. A produtividade varia conforme a tecnologia utilizada e o maior ou menor incidência de chuvas ao longo do ciclo. No Alto da Serra do Botucaraí, a baixa produção não compensou a colheita e noutra parte do cultivo obteve-se produtividade de 35 sacos por hectare. No Centro Serra a produtividade obtida é de 40 sacos por hectare e no Vale do Rio Pardo, o índice atual é próximo a 75 sacos. Em Unidades de Referencia Tecnológica (URT), que são lavouras conduzidas com tecnologias adaptadas recomendadas pela pesquisa, em Vale do Sol a produtividade foi de 160 sacos por hectare e em Sinimbu 89 sacos.
Na regional de Frederico Westphalen, 85% da cultura foi colhida e confirma a redução de 65% na produtividade inicial. Em Santa Maria, a colheita alcança 33% e a perda é superior a 70% da estimativa inicial. A presença da cigarrinha do milho tem sido percebida, exigindo monitoramento e controle pelos produtores.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço médio da saca de milho passou de R$ 94,93 para R$ 94,03, decrescendo -0,95%.
Fonte: Emater/RS – ASCAR – Informativo Conjuntural – nº 1698