As chuvas ocorridas entre os dias 21 e 25/02, repuseram parcialmente a umidade nos solos e beneficiaram as lavouras em estádios fenológicos de floração (18%) e formação de grãos (56%), fases de alta demanda de água pela cultura. Nas localidades onde as precipitações foram em menor volume, as lavouras ainda continuaram apresentando queda de folhas, amarelecimento geral das plantas e baixo número de vagens e grãos.
As lavouras em maturação representam 20% da área cultivada, e não apresentaram sinais de recuperação e têm perda na produtividade consolidada. As lavouras em final de maturação estão sendo dessecadas para uniformizar a umidade dos grãos, mas apesar da estratégia, apresentam vagens e grãos em diferentes tamanhos, dificultando a colheita. A colheita alcançou 3% e a produtividade nesses cultivares precoces é muito baixa e variável, dependendo das condições do tempo e solos de implantação.
As condições fitossanitárias das lavouras continuam satisfatórias, com exceção de algumas áreas que ainda apresentam incidência de ácaros e trípes, bem como infestação com buva e caruru, situação que preocupa tanto pela redução no potencial produtivo pela competição, quanto pelo risco elevado de aumento das invasoras na próxima safra.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a oleaginosa sofreu intenso estresse após mais uma sequência de dias com temperaturas máximas acima de 40°C na Fronteira Oeste. Após as chuvas nos dias 21 e 24/02, espera-se reação positiva de lavouras em fase vegetativa e uma recuperação parcial, onde não houve desfolha expressiva, das que estão em floração e enchimento de grãos. A expectativa de perdas permanece elevada em municípios em que a cultura está em estágio mais avançado do ciclo, como Rosário do Sul, com perdas estimadas em 65%; São Borja, 74%; Alegrete, 77%; Itacurubi, 78% e Manoel Viana, com 79%. Na Campanha, é grande a diferença de potencial produtivo entre lavouras no mesmo município, pela distribuição irregular das chuvas durante todo o ciclo de desenvolvimento.
São observadas áreas com potencial produtivo superior a três mil quilos por hectare e áreas com mortalidade significativa de plantas, pela falta de umidade, especialmente ao longo de fevereiro. A situação condicionou a busca de alternativas, como em Candiota, onde produtores improvisaram irrigação a partir de barragens não utilizadas em arroz, a jusante, em áreas de relevo plano. As chuvas expressivas na noite de 27/02 em todos os municípios da região foram benéficas, considerando que quase a totalidade das lavouras encontram-se entre as fases de desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos.
Na de Caxias do Sul, as variedades precoces estão em fase de maturação e expectativa de rendimento muito baixo, especialmente nos municípios da Serra. Já nos Campos de Cima da Serra, lavouras em sucessão a trigo e aveia apresentam bom desenvolvimento e leve redução de rendimento em relação a expectativa inicial.
Na de Erechim, 5% das lavouras foram colhidas. O rendimento médio é de 600 quilos por hectare. A grande insolação e temperaturas elevadas ainda provocam debulha intensa dos legumes, aumentando perdas. Nas regionais de Passo Fundo e Frederico Westphalen, a colheita alcança 3 e 5% respectivamente, com resultados muito abaixo do esperado. A produtividade estimada não deverá ultrapassar os 1.500 quilos por hectare.
Na regional de Ijuí, produtores aplicaram fungicidas nas lavouras em estádios de floração e enchimento de grãos, que totalizam 74% da área cultivada. Em maturação são 14% e a colheita alcançou 1%. O rendimento obtido nesses cultivares precoces é de apenas 720 quilos por hectare.
Na de Pelotas, diante do cenário de estiagem e dos prognósticos de chuvas irregulares e de pouco volume, produtores de soja sinalizam tetos de produtividade inferiores a 2.400 quilos por hectare.
Na de Porto Alegre, predominam lavouras em floração e enchimento de grãos, que representam 84% dos cultivos e apresentam melhor vigor e desenvolvimento, mas mantem o potencial produtivo abaixo do planejado. Em fase de maturação, alcançam apenas 4%.
Na de Santa Maria, 72% das lavouras estão nos estágios de florescimento e enchimento de grão, 20% em maturação e 4% das lavouras colhidas. As perdas de produtividade deverão superar a 60%, com colheita estimada de 1.200 quilos por hectare. Na de Santa Rosa, foi colhido 1%. A maturação foi acelerada em função das altas temperaturas e tempo seco e alcançam 13%. Essas lavouras têm porte reduzido e baixa emissão de ramificações laterais. As chuvas ocorridas ainda são insuficientes, mas proporcionam melhor desenvolvimento em cultivos do tarde na Fronteira Noroeste. Contudo as perdas já estão consolidadas e a expectativa atual de produtividade é 650 quilos por hectare.
Na de Soledade, a colheita ainda não foi iniciada, com 1% dos cultivos em maturação. No Vale do Rio Pardo, a maior parte das lavouras estão nos estádios de florescimento e enchimento de grãos e o volume de chuvas foi insuficiente. No Alto da Serra do Botucaraí, as lavouras apresentam proporção elevada na fase de desenvolvimento vegetativo, seja pelo replante ou plantio tardio, sendo favorecidas pela reposição de umidade nos solos.
Programa Monitora Ferrugem RS
A ocorrência de esporos da ferrugem asiática da soja tem aumentado nas últimas semanas, nesta semana de monitoramento se identificou grande número de esporos nos coletores de Santa Rosa, São Luiz Gonzaga, Cerro Largo, Jóia e Santa Bárbara do Sul e presença de esporos, mesmo em pequenas quantidades, em quase todo o território gaúcho, assim recomenda-se aos técnicos e aos produtores observância das condições climáticas para o manejo da ferrugem.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, identificou cotação média da saca com variação de +0,81% em relação à da semana anterior, de R$ 195,95 para R$ 197,54. O produto disponível em Cruz Alta ficou cotado em R$ 202,00/sc.
Fonte: Emater-RS