A reavaliação da safra de inverno indica que a área cultivada atinge 1.458.026 hectares. A produtividade estimada é de 3.210 kg/ha.

A cultura está evoluindo para o encerramento do ciclo, com predomínio do estádio de maturação em 46% das lavouras. No entanto, a colheita evoluiu lentamente, alcançando 7% da área de cultivo. Esse índice representa um atraso em relação à média das últimas cinco safras, que, nesta mesma época do ano, chegava a 41% colhidos. Um dos fatores para essa demora se deve à semeadura mais tardia em sucessão às lavouras de verão, que foram ressemeadas após o período de estiagem do último verão, que, por sua vez, atrasou as colheitas. Outro fator é a desuniformidade na maturação das lavouras, que levou parte dos produtores a aplicarem herbicidas para uniformizá-la, e os produtos utilizados demandam um período de ação e de carência para a colheita.

As lavouras, de modo geral, permanecem com excelente potencial produtivo.

Na 00, na Campanha, as chuvas registradas foram benéficas para as lavouras em fases de enchimento de grãos e vegetativas, estas últimas implantadas em setembro. De modo geral, as temperaturas, consideradas baixas para este período do ano, favorecem o desenvolvimento do ciclo esperado das cultivares utilizadas, embora a área foliar mais baixa tenha sido afetada pela falta de umidade nas últimas semanas ou pela incidência de fungos. Na Fronteira Oeste, as chuvas causaram a paralisação dos trabalhos de colheita, mas foram muito importantes para as lavouras que ainda estão em meio à fase de enchimento de grãos. Os produtores estão satisfeitos em relação à elevação dos preços ao longo dos últimos dias, coincidindo com o período de colheita. Em Maçambará, 10% das lavouras já foram colhidas e em São Borja, 5%.

Na de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, onde se concentra mais de 90% da área cultivada na região, a fase predominante é de floração. Já nos municípios de menor altitude, as lavouras se encontram em enchimento de grãos e em início de maturação. Em ambas as situações, o aspecto das lavouras é muito bom, apresentando boa sanidade e mantendo a expectativa de bom rendimento de grãos.

Na de Erechim, a colheita iniciou em pequena área, mas com pouca representatividade. A produtividade alcançada é de 3.000 Kg/ha. A operação deverá acelerar nos próximos dias. Em relação ao aspecto fitossanitário, aumentou a incidência de doenças fúngicas, em especial a giberela.

Na de Frederico Westphalen, foram colhidos 3% dos cultivos. As condições para lavouras remanescentes são favoráveis. O alto volume de chuvas, no período, causou acamamento e diminuição na qualidade dos grãos em algumas lavouras. No entanto, os danos foram pontuais e não impactam na produtividade regional. Em termos fitossanitários, observou-se a ocorrência de morte de plantas em reboleira, causadas pelo mal do pé em terrenos sem rotação de cultivo.

Na de Ijuí, o tempo foi favorável para o desenvolvimento, sem fatores prejudiciais referentes à temperatura ou à umidade. As lavouras colhidas ainda apresentam produtividade abaixo da média regional projetada por já apresentarem menor potencial durante todo o ciclo, principalmente pelo menor estande de plantas e pelos casos pontuais de geadas. As plantas em maturação confirmam o alto potencial, que chega a até cinco grãos por inflorescência, muito superior ao desempenho das safras anteriores, quando havia apenas dois ou três grãos por inflorescência. A sanidade da cultura permanece muito boa, e há pouca incidência de giberela nos grãos e nas espigas, conferindo ótima qualidade ao produto a ser colhido.

Na regional de Porto Alegre, em São Jerônimo, as lavouras estão em fase final do enchimento de grãos ou em maturação. As geadas ocorridas no dia 10/10, na localidade da Quitéria, atingiram lavouras em estágio de grão leitoso, e houve encaminhamento de cobertura de Proagro.

Na de Santa Rosa, 63% das lavouras estão em maturação, e a colheita deve ser intensificada nos próximos dias. Apenas 9% foram colhidas. A produtividade obtida é superior à expectativa inicial; algumas lavouras estão produzindo acima de 3.600 kg/ha e com alta qualidade dos grãos. As lavouras restantes mantêm a boa aparência, com espigas grandes e com boa granação, gerando satisfatória expectativa de produtividade. As chuvas, no período, foram favoráveis às lavouras em enchimento de grãos e maturação, proporcionando condições para um produto com boa qualidade de elevado peso hectolitro (PH).

Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio apresentou acréscimo de +2,13% em relação à semana anterior, passando de R$ 94,00 para R$ 96,00. O preço para o produto disponível em Cruz Alta permaneceu em R$ 102,00.

 

Fonte: Informativo Conjuntural n° 1734, Emater/RS



 

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