O dólar valorizado e a forte demanda chinesa impulsionaram os preços da soja no mercado interno e levaram o produtor rural a adiantar as negociações neste último ano. Inclusive, até o final de set.20, mais de 99,00% da oleaginosa disponível já havia sido comercializada em MT.

Como ainda faltam três meses para o início da nova colheita, o baixo estoque no estado, aliado a fatores de oferta e demanda mundial, está levando à valorização da soja, que alcançou média de R$ 166,78/sc na última semana.

Para se ter uma ideia, os valores já estão acima do dobro do visto no mesmo período de 2019, levando as cotações internas em MT a patamar superior aos de Paranaguá, algo ainda não visto no país.

Porém, é importante destacar que pouco produto foi negociado nestes níveis de preço. Aliás, até dez.19 – quando havia 50% da soja negociada – os preços estavam abaixo de R$ 70,00/sc, o que mostra que esta alta pouco chegou ao bolso do produtor.

Confira agora os principais destaques do boletim:

• Os baixos estoques de soja no estado estão influenciando no indicador Imea-MT, que valorizou 4,32% na semana. É importante salientar que poucas negociações estão ocorrendo.

• Com a alta da soja em Mato Grosso, a diferença de base entre o estado e a CMEGroup avançou 16,73% e alcançou R$ 32,37/sc, maior patamar da série histórica acompanhada pelo Imea.



• A redução do preço do frete e a valorização da soja nos últimos dias fizeram a relação entre os dois recuar 1,34 p.p. na semana, alcançando 9,32%.

• A valorização dos subprodutos da soja (patamares recordes) não foi suficiente para aumentar a margem de esmagamento, que recuou 14,40% na semana, influenciada pelo avanço mais expressivo da soja em grão

Acelerou:

A semeadura da soja em MT atingiu 53,90% da área estimada para o cultivo. Após um início lento dos trabalhos a campo – devido à falta de umidade -, as chuvas se espalharam pelo estado na última semana.

Para se ter uma ideia, as precipitações alcançaram 85,90 mm nos últimos 10 dias (Aproclima/TempoCampo), valor muito acima ao do mesmo período de 2019.

O reflexo disso foi o maior avanço semanal da semeadura registrado na série histórica do Imea, de 29,03 p.p. Porém, tão importante quanto a volta das chuvas é a previsão para os próximos meses, visto que o período crítico para a cultura – fase reprodutiva – chega a necessitar de 8 mm/dia de chuva. Aliás, com a maior utilização de variedades precoces, a ocorrência de “veranicos” neste período pode impactar a produtividade.

Como a previsão está indefinida, a “esperança” é que pelo menos na fase de floração e enchimento de grão (principalmente em dez.20) as chuvas ocorram em bom volume e frequência.

Fonte: Imea

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