Em ritmo lento: A comercialização da safra 18/19 avançou 5,04 p.p. em abril, e chegou a 71,84% da safra negociada. Este é o menor avanço registrado desde nov/18, sendo pautado, principalmente, pelo recuo das cotações de soja na bolsa de Chicago – CME e também dos prêmios, que pesaram mais que a valorização do dólar no período.
Assim como nos meses anteriores, os produtores têm realizado suas vendas para cobrir suas despesas, e também já pensando em liberar espaço nos silos, tendo em vista que a colheita de milho deverá ser iniciada nos próximos dias. O valor médio mensal da saca comercializada fechou em R$ 62,59, um recuo de 2,43% em comparação ao mês anterior. Já a safra 19/20 avançou 4,15 p.p., de modo que 12,35% da safra já foi vendida com preço médio mensal de R$ 64,63/sc, baixa de 1,94% ante o mês anterior. A melhora na relação de troca, com recuo nos preços dos fertilizantes e valorização do dólar pautaram o avanço.
Confira os principais destaques do boletim:
• O indicador Imea-MT encerrou a semana com cotação média de 59,90, uma redução de 2,41% ante o fechamento anterior. A desvalorização no preço da soja foi impactada pelo recuo da bolsa de Chicago.
• O preço CME-Group corrente apresentou queda de 1,86% na última semana, devido às condições climáticas nos EUA que favorecem um aumento da área de soja.
• O dólar corrente fechou a semana com cotação média de R$ 3,96/US$ e ligeiro avanço de 0,22%, devido as incertezas quanto a tramitação da reforma da previdência no Congresso Nacional.
• O prêmio no Porto de Santos apresentou alta elevação principalmente devido a mudança de contrato e finalizou a semana a US$ 0,74/bu. A alta também é reflexo da guerra comercial entre EUA x China.
ESTOQUES EM ALTA: O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgou seu relatório sobre as primeiras estimativas de oferta e demanda para a soja 2019/20. Para a safra americana, o departamento projetou uma produção total de 112,95 milhões de toneladas, um recuo de 8,67% ante a safra passada, pautado em uma diminuição da área semeada.
Mesmo com a redução da produção, devido aos estoques finais recordes da safra 18/19, a oferta total da safra 19/20 teve elevação de 3,33%, com um total de 140,58 milhões de toneladas. Pelo lado da demanda, o departamento norte-americano estimou um total de 114,16 milhões de toneladas, aumento de 4,77% à safra passada.
Com este cenário, os estoques finais ficaram 2,49% menores, mas ainda bastante elevados, num total de 26,41 milhões de toneladas, segundo maior valor já registrado. Com isso, as cotações do grão têm mais um fator para serem pressionadas, o que já foi refletido com a queda nos preços da soja em Chicago na sexta feira.
Fonte: Imea