Em agosto de 2024, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm no Noroeste e Extremo-Sul do país. Chuvas entre 40 mm e 120 mm ocorreram na Região Sul e costa leste da Região Sudeste e do Nordeste, bem como no norte da Região Norte. Nas demais áreas, as chuvas foram inferiores a 30 mm, e os níveis de água no solo foram baixos, principalmente no interior da Região Nordeste.

Na Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 40 mm em Roraima, Amapá e norte do Amazonas e Pará, onde o armazenamento hídrico do solo permanece satisfatório. No sul da região amazônica, ainda está em seu período seco, e em localidades do Tocantins e Rondônia não houve registro de chuva, e os níveis de umidade do solo se encontram baixos.

Já na Região Nordeste, os maiores volumes de chuva foram observados na parte costeira de Alagoas, Sergipe e Bahia, com valores superiores a 40 mm. No interior do Nordeste e em parte do Matopiba, os volumes de chuvaforam inferiores a 30 mm e em localidades do Piauí e oeste da Bahia não foi registrada chuva. Apesar da redução das chuvas, as condições seguem favoráveis para a maturação e colheita do algodão.

Em grande parte da Região Centro-Oeste houve o predomínio de tempo seco, acarretando em baixos níveis de umidade no solo, exceto no Mato Grosso do Sul, onde foram registrados volumes de chuva entre 30 mm e 50 mm. De modo geral, as condições permanecem favoráveis para a finalização da colheita do milho segunda safra e para a qualidade do algodão.

Na Região Sudeste foram observados acumulados de chuva acima de 40 mm sobre o leste de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Nas demais áreas, os volumes foram mais baixos e em algumas localidades do oeste de Minas Gerais não foram registradas chuvas, havendo uma redução da umidade do solo. Apesar deste cenário, as condições permanecem favoráveis para a maturação e colheita do milho segunda safra e do trigo.

Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 120 mm em grande parte do Rio Grande do Sul e áreas pontuais de Santa Catarina, enquanto no Paraná, os valores ficaram entre 40 mm e 70 mm. Dessa forma, os níveis de umidade do solo se encontram favoráveis para o manejo e o desenvolvimento dos cultivos de inverno na maior parte da região.

Em agosto, as temperaturas máximas foram superiores a 28 °C nas Regiões Centro-Oeste, Norte e parte oeste das Regiões Nordeste e Sudeste. Destaques para as áreas localizadas no sudeste do Pará, Tocantins e sul do Maranhão, onde foram registradas máximas entre 32 °C e 36 °C. No sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as temperaturas foram inferiores a 24 °C.

Quanto às temperaturas mínimas, foram inferiores a 14 °C na Região Sul, parte da Região Sudeste e sul do Mato Grosso do Sul. No sudeste do Paraná, leste de Santa Catarina, nordeste e sul do Rio Grande do Sul, bem como áreas de maior altitude da Região Sudeste, as temperaturas foram inferiores a 10 °C. Na Região Sul houve registros de temperaturas abaixo de zero e geadas fortes durante o mês. No dia 13 de agosto houve registro de geada forte em Bom Jesus (RS), com temperatura mínima de – 2,2 °C.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 31 de agosto de 2024. Foram observados valores de anomalias entre -0,3 °C e 0,5 °C em toda a faixa do Pacífico Equatorial, valores inferiores aos observados durante o mês passado. Considerando somente a região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), as anomalias médias positivas de TSM têm apresentado um decréscimo acentuado desde o início de abril, indicando o fim do fenômeno El Niño. A partir da segunda quinzena de julho, até o momento, os valores vêm se mantendo abaixo de zero, porém vêm permanecendo superiores a -0,5 °C, persistindo as condições de Neutralidade.

A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para condições de Neutralidade durante os trimestres – agosto, setembro e outubro – setembro, outubro e novembro – com probabilidades iguais a 70% e 55%, respectivamente. Entretanto, a partir do trimestre outubro, novembro e dezembro, o modelo aponta uma transição para o fenômeno La Niña (resfriamento anômalo das águas do Pacífico Equatorial), com 48% de probabilidade.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO SETEMBRO, OUTUBRO E NOVEMBRO DE 2024

A previsão climática do modelo do Inmet, para os próximos três meses, é mostrada na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média no Centro-Norte do país. Chuvas acima da média são previstas para a Região Sul, em áreas do sul do Mato Grosso do Sul e de São Paulo, Mato Grosso, bem como no oeste do Amazonas e do Pará. Com o período seco, estabelecido no Brasil Central, os níveis de água no solo vêm sofrendo redução, principalmente no interior da Região Nordeste, norte de Minas Gerais, noroeste de São Paulo, Goiás, Tocantins e leste do Mato Grosso.

Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de irregularidade espacial das chuvas, com chuvas acima da média no Acre, oeste do Pará e do Amazonas, além do norte de Roraima. Nas demais áreas, os volumes de chuva podem ficar próximos ou abaixo da média histórica, o que pode reduzir os níveis de umidade do solo nos próximos meses, principalmente no leste e nordeste da região amazônica.

Na Região Nordeste, há previsão de chuvas abaixo da média em grande parte da região. Este cenário contribui para a redução do armazenamento hídrico do solo. Climatologicamente, o período chuvoso da faixa leste da Região Nordeste chega ao fim, portanto, nos próximos meses os volumes previstos serão mais baixos nessa área.

Em grande parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas abaixo da média, que ainda irão contribuir para a permanência de baixos níveis de água no solo, principalmente entre setembro e outubro. Em áreas do sul de São Paulo e sudeste do Mato Grosso do Sul, além de áreas pontuais do Mato Grosso, podem ocorrer chuvas próximas ou ligeiramente acima da média, com chances do retorno gradual das chuvas para a parte central entre meados de outubro e início de novembro.

Na Região Sul, são previstas chuvas acima da média, e os níveis de água no solo permanecerão elevados devido às chuvas ocorridas nos últimos meses. Porém, o oeste do Paraná poderá sofrer redução dos níveis de umidade no solo, principalmente em setembro.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando temperaturas acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente em áreas do Matopiba e sudeste do Pará, onde os valores médios podem ultrapassar os 28 °C. Em áreas pontuais do leste do Nordeste, sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, leste de São Paulo, sul do Mato Grosso do Sul, além de grande parte da Região Sul, as temperaturas devem variar entre 17 °C e 22 °C. Já em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser inferiores a 15 °C, pois não se descarta a entrada de massas de ar frio que ainda podem causar declínio da temperatura mínima.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br).

Confira o Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos / Safra 2023/24 12° Levantamento completo, clicando aqui!

Fonte: CONAB



 

FONTE

Autor:Boletim da Safra de Grãos

Site: CONAB

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