Sem dúvidas, a ferrugem-asiática, causada pelo fungo (Phakopsora pachyrhizi) é uma das doenças mais agressivas e devastadoras que acomete a soja. Os danos variam de acordo com a intensidade da doença e período em que incidi sobre a soja, podendo chegar a 90% em casos mais extremos (Godoy et al., 2023).

A ferrugem-asiática pode acometer a soja em qualquer estádio do seu desenvolvimento, no entanto, além da presença do inóculo do fungo e de temperaturas amenas, para que ocorra a infecção da planta, é necessário molhamento foliar (água livre na superfície da folha), sendo necessárias no mínimo 6 horas, com um máximo de infecção ocorrendo entre 10 e 12 horas de molhamento foliar (Soares et al., 2023).

Considerando o potencial da ferrugem em causar danos, é comum que a doença seja o foco do manejo da maioria das lavouras de soja do país. Dentre as principais medidas de manejo, além do posicionamento de cultivares e da rotação de mecanismos de ação de fungicidas,  o controle de plantas voluntárias de soja (soja tiguera) contribui efetivamente para a redução dos casso de ferrugem-asiática.

Após a colheita da soja, seja na safra ou safrinha, é comum observar a presença de plantas voluntárias, originárias normalmente das perdas de colheita (figura 1). Essas plantas necessitam ser controladas na entressafra para reduzir a disseminação e sobrevivência do fungo causador da ferrugem.

Figura 1. Plantas voluntárias oriundas de perdas de grãos na colheita da soja.
Fonte: Rizzardi (2020)

O fungo Phakopsora pachyrhizi é biotrófico, ou seja, somente se reproduz e sobrevive em plantas vivas. Esse fungo não sobrevive no solo, nem em restos culturais, e é por isso, que o vazio sanitário funciona e contribui como uma das estratégias para o controle da doença (Embrapa, 2011).


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Figura 2. Pústulas de ferrugem-asiática  Phakopsora pachyrhizi em soja.

Nesse sentido, a eliminação de plantas voluntárias na entressafra é essencial para a redução do inóculo da ferrugem, contribuindo para o manejo da doença e reduzindo a disseminação do fungo. Logo, controlar as plantas de soja remanescentes nas áreas de cultivo é essencial para o manejo e controle da ferrugem-asiática da soja.


Veja Mais: No Paraná, vazio sanitário da soja terá escalonamento conforme as regiões do Estado



Referências:

EMBRAPA. FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA DEMANDA MONITORAMENTO DAS LAVOURAS. Embrapa, News, 2011. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/18155359/ferrugem-asiatica-da-soja-demanda-monitoramento-das-lavouras#:~:text=A%20ferrugem%20%C3%A9%20causada%20pelo,solo%2C%20nem%20em%20restos%20decultura. >, acesso em: 24/05/2024.

SOARES, R. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa Soja, Documentos, n. 256, 2023. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1158639 >, acesso em: 24/05/2024.

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