Autores: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum e Jaciele Moreira.
As cotações do trigo igualmente recuaram nesta semana, fechando a quinta-feira (29) em US$ 6,03/bushel, após US$ 6,22 uma semana antes.
A semeadura do trigo de inverno nos EUA atingia a 85% da área até o dia 25/10, contra 80% na média histórica. As condições das lavouras apresentavam 19% entre ruins a muito ruins; 40% regulares; e 41% entre boas a excelentes.
Já os embarques de trigo, por parte dos EUA, chegaram a 367.500 toneladas na semana encerrada em 22/10, sendo o volume 67% menor do que a média das quatro semanas anteriores. Mesmo assim, o volume ficou dentro do esperado pelo mercado.
Por outro lado, o Egito anunciou licitação para a compra de trigo durante os primeiros 20 dias de dezembro. Neste sentido, o trigo russo foi o mais barato na oferta para atender a primeira licitação, ficando em US$ 262,97/tonelada, enquanto o da Ucrânia chegou a até US$ 268,00/tonelada e o francês a US$ 264,48. O Egito já havia comprado, em setembro, 405.000 toneladas de trigo russo para entrega no final de novembro. Lembramos que o Egito é o maior comprador mundial de trigo.
Enquanto isso, a China informou haver importado 1,07 milhão de toneladas de trigo em setembro, totalizando nos primeiros nove meses do ano 6,06 milhões de toneladas compradas no exterior.
Por sua vez, na Argentina a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reviu para baixo a produção de trigo do país, indicando agora que a mesma possa ficar em 16,8 milhões de toneladas. As chuvas que atingiram as lavouras do país, na virada da semana passada para esta, chegaram tarde demais para melhorar a produtividade do cereal. Dito isso, a produção restante do país se salvou graças as regiões ao sul da província de Buenos Aires, as quais não sofreram com a seca. A colheita da nova safra já teria atingido a 3% nesta semana, de um total de 6,5 milhões de hectares plantados com trigo.
E no Brasil os preços se mantiveram em alta diante da nova quebra da safra tritícola. A média gaúcha no balcão fechou o mês de outubro em R$ 76,50/saco, enquanto no Paraná o produto de qualidade superior ficou em R$ 74,00/saco no norte e oeste do Estado.
A colheita no Paraná atingiu a 90% até o início da presente semana, enquanto no Rio Grande do Sul a mesma chegava a 33%. Diante das quebras e do encarecimento da importação, devido ao câmbio, os produtores estão segurando a maior parte do produto colhido, esperando conquistarem preços ainda maiores. Veio se somar a isso a confirmação de quebra na produção da Argentina, país de origem da maior parte das importações brasileiras do cereal. Assim, no mercado de lotes, na semana entre os dias 19 e 26 de outubro os preços do cereal subiram 5,05% no Paraná, ficando na média de R$ 80,61/saco, enquanto no Rio Grande do Sul a alta foi de 8,8%, com a média batendo em R$ 78,67/saco.
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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).
1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2- Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ