Autor: Dr. Argemiro Luís Brum
As cotações do trigo, em Chicago, subiram nesta semana, com o primeiro mês cotado fechando o dia 07/10 em US$ 7,41/bushel, contra US$ 7,25 uma semana antes. A média de setembro ficou em US$ 7,03/bushel, recuando 3% sobre agosto. Em setembro de 2020 esta média foi de US$ 5,48/bushel. Portanto, o atual preço médio do bushel de trigo em Chicago está 28,3% acima do registrado um ano antes.
Dito isso, o plantio do trigo de inverno nos EUA, em 03/10, atingia a 47% da área esperada, contra a média histórica de 46% para a data. Desta área semeada, 19% havia emergido, contra 20% na média histórica.
Por sua vez, as exportações estadunidenses de trigo, na semana encerrada em 30/09, atingiram a 611.621 toneladas, elevando para 8,7 milhões de toneladas o volume exportado no atual ano comercial, iniciado em 1º de junho, contra 9,9 milhões no mesmo período do ano anterior.
Enquanto a Rússia projeta uma área menor a ser semeada com trigo em seu território, a China aponta para uma safra de 137 milhões de toneladas do cereal em 2021/22, contra 134,2 milhões um ano antes. Com isso, os estoques locais de trigo, no início de 2021/22, são estimados em 144,6 milhões de toneladas. Considerando um consumo interno total de 148 milhões de toneladas, a expectativa é que a China importe 8 milhões de toneladas de trigo no corrente ano comercial, contra 10,6 milhões no ano anterior. Assim, os estoques finais ficariam em 140,6 milhões de toneladas, diminuindo quatro milhões de toneladas em relação ao ano anterior.
Aqui no Brasil, os preços do trigo, apesar do avanço da colheita no Paraná, se mantêm firmes, com a média gaúcha no balcão fechando esta primeira semana de outubro em R$ 80,73/saco, enquanto no Paraná o produto de qualidade oscilou entre R$ 88,00 e R$ 91,00/saco.
Nos últimos tempos, com a desvalorização do Real, o trigo importado ficou mais caro, auxiliando na manutenção de preços internos interessantes. De forma geral, o mercado nacional de trigo e derivados estaria um pouco mais aquecido atualmente.
A colheita no Paraná, até o dia 30/09, chegava em 33% da área, com os preços ficando 30% superiores à média do ano passado nesta época. Espera-se uma colheita final, naquele Estado, de 3,5 milhões de toneladas, ou seja, 11% acima do produzido no ano anterior. No Rio Grande do Sul, 49% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos e 9% em fase de maturação. A colheita se dará apenas a partir do final do corrente mês.
Quer saber mais sobre a Ceema/Unijui? Clique na imagem e confira.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).