A Helicoverpa armigera, também conhecida como lagarta-do-velho-munda, era uma praga quarentenária até a safra 2012/2013, entretanto, hoje a lagarta é frequentemente encontrada em lavouras de soja. Sua coloração é muito variável, pode apresentar predominância de verde, com tonalidades amarelada ou rosada ou predominância da cor preta (Sosa-Gómez et al., 2014).
Conforme destacado por Sosa-Gómez et al. (2014), os danos ocasionados pela lagarta-do-velho-mundo vão desde o ataque das plântulas nos estádios iniciais do desenvolvimento da soja, causando desfolha e podendo se alimentar de brotos e cotilédones; até o ataque de órgãos reprodutivos, atacando vagens e se alimentando de grãos na fase reprodutiva da soja.
Figura 1. Helicoverpa spp. atacando planta de soja.
Mas você conhece os danos quantitativos causados por essa praga?
Avaliando os níveis de dano e eficiência de inseticidas para controle da lagarta Helicoverpa armigera em soja, Machado (2016) observou os danos ocasionados pela praga em diferentes densidades populacionais.
Conforme observado pelo autor, já foi possível visualizar redução significativa da produção (16% com relação a testemunha), em densidades populacionais de 3 lagartas/m. A redução progressiva com o aumento de densidade de lagarta, atingindo 40% com 12 lagartas/m (Machado, 2016).
Tabela 1. Rendimento de grãos, desfolha, ponteiros cortados e peso de mil sementes (PMS) de soja submetida a níveis de infestação de lagartas Helicoverpa armigera no estádio de início da floração das plantas. Passo Fundo, RS, 2014/2015 (Machado, 2016).

A cultivar avaliada foi a Nidera 4823 RR, os níveis de infestação avaliados foram 0; 3; 6; 9 e 12 lagartas/m (lagartas de quarto instar, criadas em laboratório).
Conforme observado por Machado (2016), a redução do rendimento de grãos da soja apresentou comportamento linear negativo, sendo que 1 lagarta/m resulta em uma redução de produtividade de 127kg/ha, quando o ataque ocorre no início da floração da soja.
Já quando a infestação ocorreu no final da floração (tabela 2), a redução significativa da produtividade ocorreu a partir de 6 lagartas/m, entretanto, da mesma forma que para a infestação no início da floração, para a infestação no final da floração foi observada uma relação linear negativa para a produtividade com o aumento da população da praga.
Tabela 2. Rendimento de grãos, legumes danificados e peso de mil sementes (PMS) de soja submetida a níveis de infestação de lagartas Helicoverpa armigera no estádio final da floração das plantas. Passo Fundo, RS, 2014/2015 (Machado, 2016).

Com base nos resultados encontrados por Machado (2016), é possível afirmar que o manejo e controle da Helicoverpa armigera é indispensável, especialmente no período reprodutivo da soja, sendo que a praga apresenta elevada capacidade em causar danos durante esse período. Sendo assim, deve-se atentar para o monitoramento e controle da lagarta, assim que atingidos os níveis de controle.
Confira o trabalho completo de Machado (2016) clicando aqui!
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Referências:
MACHADO, J. N. C. NÍVEIS DE DENOS E EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DA Helicoverpa armígera EM SOJA. Universidade de Passo Fundo, Faculdade de Agronomia d Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Dissertação, 2016. Disponível em: < http://tede.upf.br/jspui/handle/tede/1273#preview-link0 >, acesso em: 16/12/2020.
SOSA-GÓMEZ, D. R. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE INSETOS E OUTROS INVERTEBRADOS DA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 269, 2014. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/991685/manual-de-identificacao-de-insetos-e-outros-invertebrados-da-cultura-da-soja >, acesso em: 16/12/2020.
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