Durante o ciclo de desenvolvimento da soja, da semeadura á colheita várias pragas podem incidir sobre a cultura, causando perda qualitativa e quantitativa da produção. Lagartas e percevejos como a falsa-medideira (Chrysodeixis includens) e o percevejo-marrom (Euschistus heros) são comumente encontrados em lavouras de soja, e requerem atenção quando ao controle, visando reduzir suas interferências na produtividade da soja.
Além desses, outros insetos-pragas podem incidir sobre a cultura, causando danos significativos. Logo, o controle dessas pragas é indispensável para a obtenção de boas produtividades de soja.
Mas você sabe quais os níveis de ação para o controle das principais pragas da soja?
Conforme destacado por Grigolli & Grigolli (2018), existem níveis de ação pré estabelecidos para as principais pragas da soja, a fim de padronizar e facilitar de definição do momento de controle. O nível de ação (NA) ou nível de controle (NC), pode ser entendido como a densidade populacional do inseto em que os danos ocasionados por ele podem ser superiores ao custo do controle (Embrapa).
Sendo assim, conhecer o nível de ação das principais pragas da soja é essencial para reduzir o impacto causado por elas na produtividade, e para o a condução de um cultivo “mais econômico”, não realizando aplicações desnecessárias para o controle de pragas. Conforme abordado por Grigolli & Grigolli (2018), na figura 1 é possível visualizar os níveis de ação das principais praga da soja.
Figura 1. Níveis de ação para as principais pragas da cultura da soja nos estádios vegetativos e reprodutivos. Os níveis foram estabelecidos com o número de insetos por metro de linha da cultura.
Atente que em virtude da diferente finalidade dos cultivos, os níveis de controle para algumas pragas se distinguem em relação a lavouras voltadas para a produção de grãos, e lavouras destinadas a produção de sementes.
Já com relação a pragas desfolhadoras como algumas espécies de lagartas, Grigolli (2015) explicam que a utilização de escalas visuais contendo níveis de desfolha podem ser importantes ferramentas na determinação do nível de ação.
Figura 2. Folíolos de plantas de soja com diferentes porcentagens de desfolha causada pela alimentação de insetos desfolhadores.
Entretanto, além da definição do nível de ação, deve-se atentar para fatores como a identificação da praga, a tecnologia de aplicação e o momento de aplicação (manhã, tarde ou noite), visando a partir desses fatores e do comportamento da praga, maximizar a eficiência de aplicação, atingindo o alvo com êxito, utilizando produtos adequados resultando em um controle eficiente.
Veja também: Eficiência de inseticidas no controle do percevejo-marrom
Referências:
EMBRAPA. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS. Arvore do Conhecimento Soja, Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Disponível em: < http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/soja/arvore/CONTAG01_89_271020069133.html >, acesso em: 07/12/2020.
GRIGOLLI, J. F. J. PRAGAS DA SOJA E SEU CONTROLE. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2014/2015, 2015. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/214/214/newarchive-214.pdf >, acesso em: 07/12/2020.
GRIGOLLI, J. F. J.; GRIGOLLI, M. M. K. PRAGAS DA SOJA E SEU CONTROLE. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2017/2018, 2018. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/302/302/5bf01ceb5604523cfade5dc9c1b5d3f79c522dd4360d2_05-pragas-da-soja-e-controle-somente-leitura.pdf >, acesso em: 07/12/2020.