Em vídeo divulgado no canal no Youtube pelo pesquisador Marcelo Gripa Madalosso é abordado sobre a situação da ferrugem na safra 2019/2020, que tem reduzido sua ocorrência consideravelmente em relação às últimas safras no início do cultivo devido às condições climáticas, porém, deve-se atentar muito para o período que se aproxima, principalmente em lavouras onde a soja está no período reprodutivo.
Atraso da ferrugem na soja pode induzir erros de manejo
Conforme destacado pelo pesquisador, sob o ponto de vista da doença, temos que ter em consideração que é necessário que tenhamos o patógeno, ambiente favorável e o hospedeiro para que o processo da ferrugem possa ocorrer na cultura da soja.
Contudo, nesta safra de 2019/2020, tem-se o hospedeiro, o patógeno também está presente, conforme a leitura dos coletores, mas o ambiente não está favorável, fazendo com que o fungo não se desenvolva.
De acordo com alguns autores, a temperatura favorável para a ferrugem está entre 25 a 28°C, com umidade disponível, pouca radiação e bastante nebulosidade, e esse cenário difere muito do que vinha ocorrendo até então na maioria das lavouras de soja do país, que eram de temperaturas próximas aos 40°C, baixo molhamento e bastante vento.
E daqui pra frente, o que se pode esperar? Marcelo Madalosso ressalta que devemos tomar muito cuidado pois está se aproximando um período muito semelhante ao que ocorreu na safra de 2012, que foi caracterizada pelo déficit hídrico no início e uma drástica ferrugem nos meses de fevereiro e março por conta da retomada das chuvas e da umidade.
Atualmente, retomou-se a umidade em praticamente todas as lavouras de soja, está se observando mais períodos de nebulosidade, e as temperaturas também estão mais amenas, o que é característico do mês de fevereiro que vem se aproximando.
O pesquisador ressalta também que associado a todos esses fatores também temos o plantio realizado de forma tardia nessa safra, que pode ser ainda mais prejudicado com essas condições que se aproximam.
Dessa maneira, o pesquisador atenta para que seja mantido o programa de fungicidas de maneira adequada, sobretudo se a soja estiver no período reprodutivo, evitando fazer-se intervalos muito longos uma vez que se as condições de umidade, temperatura e nebulosidade se mantiverem, as chances de termos a ferrugem na soja no final do ciclo são grandes, semelhantes à safra de 2012.
Para aqueles produtores que já vinham realizando um calendário de aplicações e controle da doença desde o início, deve-se sempre consultar um Engenheiro Agrônomo para que ele possa melhor orientar a respeito de futuras aplicações, principalmente agora com essa mudança climática e possibilidade maior de ocorrência da doença.
Confira o vídeo abaixo.