O percevejo Dichelops melacanthus, popularmente conhecido como percevejo barriga-verde é uma das principais espécies de percevejos que acometem a cultura do milho. A praga pode infestar lavouras de trigo durante o período do inverno, podendo populações sobreviventes incidir sobre o milho cultivado em sucessão, nos estádios iniciais da cultura.

Conforme observado por Bridi; Kawakami; Hirose (2016), os danos causados pelo D. melacanthus na cultura do milho estão intimamente relacionados a densidade populacional da praga, sendo que danos superiores a 7% podem ser observados para cada percevejo por metro quadrado.

Embora práticas de manejo como o uso conjunto de inseticidas e herbicidas na dessecação de plantas daninhas possam contribuir significativamente para a redução populacional da praga, o tratamento de sementes ainda desempenha papel fundamental na proteção das plantas de milho nos estádios iniciais do seu desenvolvimento.

O emprego de inseticidas no tratamento de sementes de milho é cada vez mais comum visando proteger sementes e plântulas do ataque de pragas iniciais do milho. Entretanto, alguns produtos apresentam baixo efeito residual, o que pode trazer baixa proteção para o milho, sendo necessário antecipar algumas práticas de manejo visando o controle de pragas.



Sendo assim, conhecer o nível de controle e o residual dos produtos utilizados no tratamento de sementes de milho pode auxiliar no posicionamento de produtos e práticas de manejo. Visando avaliar o controle do percevejo Dichelops melacanthus por meio de inseticidas aplicados nas sementes de milho, Fernandes; Ávila; Silva (2019) observaram que alguns inseticidas apresentam maior efeito residual em relação a outros, e que alguns se destacam pelo efeito de choque no controle do percevejo barriga-verde.

Fernandes; Ávila; Silva (2019) avaliaram os tratamentos T1: testemunha (sem aplicação de inseticida), T2: tiametoxam (42 g i.a./ha), T3: clotianidina (60 g i.a./ha) e T4: imidacloprido + tiodicarbe (45 g i.a./ha) + 135 g i.a./ha), ambos os inseticidas inseridos no tratamento das sementes, sendo esses, registrados para o controle do percevejo barriga-verde em milho.

Com base nos resultados obtidos, (tabela 1), os autores observaram que o tratamento imidacloprido + tiodicarbe (45 g i.a./ha + 135 g i.a./ha) apresentou bom nível de controle do percevejo apenas aos 7 dias após emergência (DAE), correspondendo ao controle de 97,5% de adultos (Fernandes; Ávila; Silva., 2019), destacando o efeito de choque desse tratamento no controle do percevejo barriga-verde.

Os tratamentos químicos clotianidina (60 g i.a./ha) e tiametoxam (42 g i.a./ha), também se mostraram eficientes no controle de adultos do percevejo-barriga-verde, apresentando maior efeito residual em comparação ao tratamento imidacloprido + tiodicarbe (45 g i.a./ha + 135 g i.a./ha), proporcionando assim, residual adequado para um bom manejo da praga até aos 28 dias de emergência da cultura.

Embora ambos os tratamentos avaliados por Fernandes; Ávila; Silva (2019) demonstrem eficiência no controle de adultos do percevejo barriga-verde, dependendo da finalidade do tratamento de sementes deve-se levar em consideração o efeito residual dos produtos. Nesse sentido, com base nos resultados obtidos por Fernandes; Ávila; Silva (2019), os tratamentos clotianidina (60 g i.a./ha) e tiametoxam (42 g i.a./ha), apresentam boa eficiência de controle, com efeito residual superior ao tratamento imidacloprido + tiodicarbe (45 g i.a./ha + 135 g i.a./ha).

Tabela 1. Número médio de insetos mortos (N) e porcentagem (%) de controle (C) de adultos do percevejo Dichelops melacanthus em diferentes tratamentos químicos aplicados nas sementes de milho, aos 7 dias após as infestações realizadas aos 7, 14, 21 e 28 (1) dias após a emergência das plantas (DAE) em casa de vegetação. Dourados, MS.

Fonte: Fernandes; Ávila; Silva (2019)

Confira a publicação completa de Fernandes; Ávila; Silva (2019) clicando aqui!

Referências:

BRIDI, M.; KAWAKAMI, J.; HIROSE, E. DANOS DO PERCEVEJO Dichelops melacanthus (Dallas, 1851) (Heteroptera: Pentatomidae) NA CULTURA DO MILHO. Magistra, Cruz das Almas – BA, V. 28, N.3/4, p.301-307, Jul./Dez. 2016. Disponível em: < https://magistraonline.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/283/272 >, acesso em: 01/09/2021.

FERNANDES, P. H. R.; ÁVILA, C. J.; SILVA, I. F. CONTROLE DO PERCEVEJO Dichelops melacanthus POR MEIO DE INSETICIDAS APLICADOS NAS SEMENTES DE MILHO. Embrapa, Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, n. 82, 2019. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/202048/1/BP-82-2019-CREBIO.pdf >, acesso em: 01/09/2021.

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