As primeiras lavouras começam a ser colhidas. As fases são as seguintes: 4% na fase de desenvolvimento vegetativo, 19% em floração, 59% na fase de enchimento de grãos, 16% maduro, e 2% das lavouras foram colhidas.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, que corresponde a 16,3% da área com soja do Estado, 10% das lavouras estão em floração, 76% em enchimento de grãos, 13% na fase de maturação e 1% colhido. Com a baixa umidade no solo, a cultura apresentou aumento de sintomas de déficit hídrico, principalmente nos municípios aonde a precipitação vem sendo abaixo do ideal. A cultura evoluiu rapidamente para o estádio de formação de grãos, com redução do número de vagens. Lavouras com cultivares precoces apresentam perdas elevadas, sem possibilidade de recuperação. De modo geral, as lavouras apresentam baixa incidência de pragas e doenças.
Na região de Santa Rosa, onde há 11,8% da área de soja do Estado, 6% das lavouras implantadas estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 23% em floração, 65% em enchimento de grãos, 5% das áreas em maturação e 1% foi colhido. As lavouras semeadas no início da época recomendada pelo zoneamento estão finalizando o enchimento de grãos e iniciando a maturação, e algumas com semeadura bem antecipada foram colhidas com produtividade boa, sem reflexo de perdas.
As lavouras de soja safrinha semeadas pós-milho tiveram boa emergência e estão em bom desenvolvimento. Nas lavouras da Fronteira Noroeste, está sendo realizado o terceiro tratamento à base de fungicidas, e o aspecto sanitário das lavouras está muito bom. A pressão de ferrugem se mantém baixa, se comparada à da safra passada. A presença de percevejos está sendo monitorada na maioria das lavouras. As condições climáticas foram heterogêneas nos municípios das Missões; algumas localidades foram bem menos favorecidas com chuvas, tempo ensolarado e altas temperaturas.
O período sem chuvas variou de 15 a 18 dias em determinadas localidades no início de fevereiro, ocasionando inclusive perda de folhas baixeiras e queda de flores e vagens, provocando maiores perdas nessas lavouras. Mas em localidades com chuvas regulares durante o início de fevereiro, as lavouras de soja apresentam bom potencial de produtividade, mesmo com redução da produtividade esperada. Também tem influência na perda de produtividade o tipo de solo das lavouras, pois nos rasos as perdas por falta de umidade adequada têm sido bem mais elevadas que as ocorridas nas lavouras em solos profundos (Latossolos); o período de plantio e o ciclo da variedade também têm influenciado nas perdas.
Na de Santa Maria, com 16,7% da área de soja do Estado, a maior parte da cultura segue na fase reprodutiva, quando a planta é mais exigente em termos de umidade e nutrientes. Com as precipitações ocorridas na semana em alguns municípios, a umidade no solo ameniza os efeitos da estiagem.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, que corresponde a 13,1% da área de soja no Estado, a cultura é plantada mais cedo na Fronteira Oeste, onde 4% das áreas já estão maduras, 86% estão em estádio reprodutivo (floração e enchimento de grãos) e 10% em desenvolvimento vegetativo. Na Campanha, estima-se que 30% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e 70% em floração e enchimento de grãos. Apesar de esparsa e de pouco volume, a ocorrência de precipitações no final da semana na maior parte dos municípios da região trouxe alívio para os agricultores, pois a estiagem já estava causando perdas na parte Sul.
Na de Passo Fundo, onde a cultura representa 11% da área do Estado, 90% das lavouras estão na fase de enchimento de grãos, 8% estão maduras e por colher e 2% das lavouras foram colhidas. Produtores realizam tratamentos fitossanitários para prevenção de doenças.
De forma geral, a ocorrência de insetos-praga é limitada até o momento, com incidência de espécimes do complexo de lagartas, no entanto, abaixo dos níveis de controle; a partir do período reprodutivo se dá a ocorrência de percevejos, predominando no Rio Grande do Sul o percevejo-marrom (Euschistusheros). Apesar das chuvas no feriado de carnaval, em bom nível e de forma generalizada, muitas lavouras não reverterão o quadro de redução no rendimento.
Na de Soledade, com 7,3% da área da cultura no Estado, 1% da cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 35% na floração, 63% na fase de enchimento de grãos e 1% em maturação. A ocorrência de chuvas na semana em grande parte da região, embora irregulares e fracas, amenizou o estresse hídrico da cultura por poucos dias; com o retorno do tempo seco associado a ventos ocasionais, os sintomas de deficiência hídrica reaparecem, sobretudo em áreas mais pedregosas.
Por conta disso, as perdas começam a aumentar, e muitos agricultores solicitam Proagro. O estado fitossanitário de maneira geral é bom, com baixa incidência de doenças devido ao clima seco desfavorável às mesmas. Com relação a pragas, registrou-se de forma pontual a incidência de lagartas, percevejos, tripes e ácaros; nesses casos é realizado o controle com aplicações de inseticidas. Segue o manejo de pragas e doenças, sendo que o controle das doenças é realizado seguindo o calendário de aplicações.
Na de Frederico Westphalen, com 7,0% da área da cultura no Estado, 9% na fase de desenvolvimento vegetativo, 28% na floração, 49% na fase de enchimento de grãos, 11% em maturação e 3% das lavouras colhidas.
Na de Erechim, com 4% da área com soja no Estado, 70% da cultura encontra-se em enchimento de grãos, 25% em maturação e 5% delas já foram colhidas. O aspecto geral é muito bom. Porém, nas primeiras lavouras colhidas, a produtividade ficou abaixo do esperado; nas variedades precoces houve redução no número de vagens, no de grãos por vagem e no peso dos grãos. As perdas nessas lavouras são significativas em relação à expectativa inicial, mas tais áreas representam menos de 10% da área total cultivada na região. Para as cultivares de ciclo normal e nas tardias, a produtividade poderá ficar comprometida, caso não ocorram precipitações adequadas nos próximos dias.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, onde há 3,7% da área de soja do Estado, a chuva em fevereiro foi muito abaixo da média nos principais municípios produtores de soja da Serra e dos Campos de Cima da Serra; até o dia 23 foram registrados apenas 23,4 mm em Vacaria, 4,6 mm em Pinhal da Serra e 6,2 mm em Serafina Correa.
A grande maioria das lavouras encontra-se em enchimento de grãos. Iniciou a colheita das lavouras mais precoces, que vêm apresentando rendimento muito abaixo do esperado, com média de 1.800 quilos por hectare em Muitos Capões. Seguem baixos os níveis de pragas nas lavouras onde é realizado o monitoramento, não sendo necessário o controle para lagartas e percevejos.
Na de Porto Alegre, que representa 2% da área com soja no RS, com cerca de 150 mil hectares plantados, os principais municípios produtores são Camaquã, Cristal, Tapes, Sentinela do Sul, Barra do Ribeiro, Guaíba, Glorinha, Santo Antônio da Patrulha, Viamão, Capivari do Sul, Palmares do Sul e Mostardas. Nesta safra houve expansão da cultura na região para áreas de várzea de arroz e em algumas áreas de campo nativo. Das lavouras implantadas, 18% encontram-se em desenvolvimento vegetativo, 15% em floração, 66% em enchimento de grãos e 1% em maturação e por colher.
Devido às chuvas registradas nos últimos dias, as lavouras apresentam sinais de retomada no desenvolvimento, embora a expectativa de rendimento continue prejudicada em função do excesso de chuvas em outubro e novembro – que atrasou a semeadura e provocou estande de plantas desuniformes – e em função da estiagem de dezembro e janeiro, que prejudicou o florescimento, a formação de vagens e o enchimento de grãos.
Mercado (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 78,83/sc., com aumento de 30 centavos, ou seja, 0,38% em relação à da semana anterior.
Na região de Passo Fundo, a soja foi comercializada a R$ 77,00/sc. e na de Santa Rosa, a R$ 75,00; em Caxias do Sul, a R$ 78,50 e na região de Ijuí, ao preço médio de R$ 76,76; em Santa Maria, é de R$ 77,73 e na de Porto Alegre, de R$ 80,00. Na região de Bagé, o preço continuou oscilando entre R$ 71,00 e R$ 86,00; em Erechim, entre R$ 79,00 e R$ 80,50 e na de Soledade, a R$ 78,36; na região de Frederico Westphalen, a variação foi entre R$ 76,50 e R$ 77,50; em Rio Grande o produto foi comercializado por 87,50/sc.
Fonte: Emater/RS