No início desta semana (24/01), a Emater/RS-Ascar lançou a segunda edição do Boletim Adverso, um acompanhamento do efeito da estiagem nas principais atividades do Rio Grande do Sul. Nesta edição, os dados foram atualizados com informações levantadas nas unidades operativas da Instituição no Estado, presentes em 497 dos municípios gaúchos.
De acordo com o boletim, a estiagem continua causando efeitos adversos na agropecuária do Rio Grande do Sul. Desde a divulgação do último boletim, ocorreram precipitações em todas as regiões administrativas da Emater/RS-Ascar, no entanto, estas se deram de forma irregular e com baixos volumes em alguns locais. É preciso salientar ainda que o período foi marcado por temperaturas elevadas, fato que agrava os efeitos do déficit hídrico nos cultivos e causa maior desconforto térmico nos animais.
Conforme levantamento, atualmente já são mais de nove mil localidades e mais de 253 mil
propriedades atingidas pelos efeitos da estiagem no Estado, além de cerca de 21 mil famílias com dificuldade ao acesso à água. O cultivo de milho possui o maior número de produtores atingidos, são quase 93 mil produtores com perdas na sua produção, destacando-se também o expressivo número de produtores de soja, cerca de 82 mil, com redução na produtividade estimada inicialmente para a safra 2021-2022.
As lavouras de milho das regiões administrativas de Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Passo Fundo, Santa Rosa e Soledade sofreram os maiores impactos da estiagem, com perdas médias que podem chegar a 65% da produção inicialmente estimada.
Relata-se o agravamento das perdas em todo os Estados, e enfatiza-se a região de Frederico Westphalen no qual a perda média de produtividade já é superior aos 65%. A condição de déficit hídrico continua comprometendo a produtividade e a qualidade do cultivo de milho destinado à silagem, nas últimas semanas se deu um incremento das perdas nas regionais de Caxias do Sul, Soledade, Santa Maria, Bagé e Pelotas. De forma geral, as perdas variam de 16,2% na regional de Porto Alegre até 65% na regional de Ijuí.
O cultivo de soja também continua sendo impactado pelos efeitos da estiagem, as perdas no território gaúcho se intensificaram desde o último boletim informativo. Atualmente as perdas médias de produtividade vão de 25% a 45% na maioria das regiões, no entanto, observa-se, na região de Santa Rosa, redução média superior a 45% do estimado inicialmente.
A Instituição continua fazendo o acompanhamento dos efeitos da estiagem e, principalmente, prestando serviços de assistência técnica e extensão rural às famílias atingidas, atuando em programas emergenciais que vêm sendo propostos pelo Governo do Estado, para reservação de água, tais como a construção de açudes e cisternas.
Autor: Edmilson Pelizari, presidente da Emater/RS e superintendente-geral da Ascar
Fonte: Emater-RS