Há 48 anos, o Brasil assumiu o desafio de promover um modelo de agricultura e pecuária tropical genuinamente brasileiro, superando as barreiras que limitavam a produção de alimentos, fibras e energia no nosso País. O marco foi a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 26 de abril de 1973, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nesta quarta-feira (28), o aniversário da Embrapa foi comemorado em um evento virtual com a participação da ministra Tereza Cristina, que foi homenageada na categoria institucional.

“O Brasil é uma potência agroambiental graças à participação da Embrapa com uma agricultura movida a ciência. Temos orgulho, como brasileiros, de ter uma empresa protagonista na segurança alimentar. Convoco os mais de 2,4 mil pesquisadores para os desafios dos próximos 48 anos”, disse a ministra ao parabenizar a Embrapa durante a cerimônia.

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O desenvolvimento tecnológico da agricultura e pecuária nacionais também foi destacado pelo secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, Fernando Camargo, que preside o conselho da Embrapa: “Na década de 1970 tivemos uma revolução a partir da pesquisa, inovação, tecnologia e ciência aplicada. Fizemos com que o peso da cesta básica tenha diminuído para o brasileiro, sendo uma das maiores políticas de Estado do país. A Embrapa, agora, contribui com a revolução século XXI com uma agricultura 5.0, digital e de precisão”.

À época da criação da Embrapa o Brasil importava alimentos básicos como leite e carne. Atualmente, a produção nacional é responsável por garantir acesso à alimentação de cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo a partir da saúde animal, sanidade vegetal, segurança dos alimentos e sustentabilidade na produção.  As pesquisas, ações e programas da Embrapa ajudaram a transformar o Brasil e torná-lo um dos maiores celeiros do mundo, sendo uma das agropecuárias mais eficientes e sustentáveis do planeta. O setor é responsável por mais de 20% do PIB nacional, somando mais de R$ 871,3 bilhões em 2020 em produção.

Durante a cerimônia virtual, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, anunciou seis novas tecnologias para uso nas próximas safras agrícolas e na aquicultura. Entre elas, o bioinsumo Auras, bioproduto feito com uma bactéria encontrada no mandacaru, espécie de cacto comum no semiárido brasileiro, que promove maior resiliência e capacidade de adaptação das plantas ao estresse hídrico. Os primeiros testes estão sendo feitos com o milho, mas a intenção é ampliar para outras culturas.

“São tecnologias escolhidas a dedo para os 48 anos da Empresa e estão relacionadas às cadeias produtivas da soja, do leite, do algodão, do açaí, à aquicultura e também à bioeconomia, com o lançamento do bioproduto Auras. Eu não tenho dúvidas que este bioproduto irá transpor as fronteiras do Brasil e ajudará diferentes culturas na convivência com a seca, como é o caso do Semiárido brasileiro”, complementou.

Moretti afirmou que 2020 foi um ano difícil para a Empresa, causado por restrições orçamentárias e pela pandemia da Covid-19. No entanto, a Embrapa mostrou ser possível continuar fazendo importantes entregas para a sociedade brasileira e os dados do Balanço Social demostram este alcance de resultados.

“A partir do cálculo do impacto econômico do uso de 152 tecnologias, geramos R$ 56 bilhões, além de mais R$ 4 bilhões gerados a partir das 122 cultivares que colocamos à disposição do produtor brasileiro de frutas, hortaliças, soja, trigo, algodão, entre outras culturas, e mais R$ 1 bilhão calculado a partir dos indicadores sociais e laborais”, detalhou Moretti ao falar sobre os resultados do Balanço Social de 2020, que gerou um lucro social total de R$ 61,85 bilhões.

A cada real investido pelo Governo Federal, a Embrapa devolveu à sociedade R$ 17,77 reais. O valor é obtido a partir do cálculo do impacto econômico de uma amostra de tecnologias adotadas pelo agronegócio brasileiro e de cultivares desenvolvidas pela Empresa.

Fonte: MAPA

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