A produção de soja não deve superar a marca histórica na temporada 2018/2019. As chuvas registradas em setembro nas principais regiões produtoras de grãos animaram os
sojicultores. Porém, a irregularidade das precipitações e a forte estiagem em dezembro
castigaram o desenvolvimento e o enchimento do grão nas lavouras de soja.

Em Mato Grosso, principal estado produtor nacional, nas regiões de Primavera do Leste e Rondonópolis a expectativa inicial de produtividade era de 60 sc/ha, em média.
Porém, com o avanço da colheita, o rendimento tem variado entre 50 e 55 sc/ha. Em Sorriso, a produtividade, que também era esperada em 60 sc/ha, recuou para entre 45
e 55 sc/ha, devido ao excesso de chuva durante o florescimento e à falta de precipitações durante o enchimento do grão.


O sul de Mato Grosso do Sul enfrentou falta de chuvas e altas temperaturas em dezembro. A estiagem na segunda quinzena desse mês coincidiu com os estádios de florescimento e enchimento de grãos – fases sensíveis ao déficit hídrico. A partir da primeira semana de janeiro, porém, as chuvas voltaram a se estabilizar na região e, por conseguinte, é esperado que as lavouras que foram semeadas tardiamente possam apresentar melhor desempenho, recuperando parte dos danos causados pela seca. A produtividade esperada para região de Dourados era de 53 sc/ha, mas as áreas iniciais colhidas renderam entre 30 e 42 sc/ha.

Em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, também houve estiagem em dezembro, durante a fase de enchimento da vagem, comprometendo a granulometria e o peso do grão. A expectativa inicial era de 60 sc/ha, mas com a adversidade climática a produtividade média de ficar entre 50 e 55 sc/ha. Dentre os estados do Sul, o Paraná vem apresentando a queda mais expressiva na produção de soja na safra 2018/2019. As regiões mais afetadas são o noroeste (Paranavaí), oeste (Cascavel/Toledo), centro-oeste (Campo Mourão) e sudoeste (Pato Branco/ Francisco Beltrão). Por outro lado, as regiões menos afetadas foram o sul (Guarapuava/ Ponta Grossa) e o norte (Londrina/Maringá) do Paraná, que são as duas principais regiões produtoras do estado. Juntas, somam mais da metade da produção paranaense.

O Oeste do PR tinha expectativa de colher 60 sc/ha, porém o excesso de chuva, a baixa luminosidade e as altas temperaturas durante o período de enchimento do grão prejudicaram o desenvolvimento das plantas. Assim, as áreas colhidas estão rendendo, em média, de 25 a 32 sc/ha. Já nas regiões menos afetadas, como Ponta Grossa e Guarapuava, a expectativa inicial era colher entre 60 e 70 sc/ha, mas a produtividade deve ser de 40 a 55 sc/ha. A falta de chuva entre novembro e dezembro prejudicou o desenvolvimento da soja do ciclo precoce. Na região norte do Paraná, as primeiras áreas colhidas tiveram rendimento de de 32 a 42 sc/ha, abaixo da expectativa inicial de 65 sc/ha.

Em SC e RS, o semeio da soja foi prejudicado tanto pelo excesso quanto pela falta de chuva durante a segunda quinzena de dezembro, prejudicando o desenvolvimento da planta. Em Chapecó (SC), por exemplo, a expectativa da produtividade era de 63 sc/ha para a safra 2018/2019, mas as áreas colhidas em janeiro renderam em torno de 45 sc/ha.  Essas primeiras áreas são da soja do ciclo precoce, e para alguns agentes de mercado o rendimento deve melhorar um pouco com a colheita da soja de ciclo tardio que deve ser iniciada a partir do final de fevereiro. Em Passo Fundo (RS), as expectativas para esta safra são otimistas, e a produtividade média esperada é de 60 sc/ ha. A colheita da oleaginosa está prevista para começar na última semana de fevereiro.

Em Luís Eduardo Magalhães (BA), ao contrário do ano passado, a produção 2018/2019 deve registrar queda. A estiagem em dezembro prejudicou as lavouras de soja do oeste da Bahia, que registrou até 30 dias sem precipitações em alguns locais. As primeiras áreas colhidas de soja precoce tiveram rendimentos entre 35 e 40 sc/ha. Produtores aguardam novas chuvas em fevereiro para melhorar o rendimento médio das lavouras tardias, para o qual esperam colher de 50 a 55 sc/ha. Em Balsas (MA), a produtividade esperada para a safra 2018/2019 era de 60 sc/ha, mas a estiagem em dezembro deve reduzir o rendimento para de 42 a 45 sc/ha.
Mesmo com as adversidades, o 5º levantamento da safra de grãos da Companhia Nacional e Abastecimento (Conab) indica que a área foi de 35,8 milhões de hectares, 1,9% superior à temporada 2017/2018. Já a produção de soja está estimada em 115,34 milhões de
toneladas, 3,3% menor que a passada.

Fonte: Projeto Campo Futuro

O projeto Campo Futuro é executado pela CNA em parceria com o SENAR e o Cepea/USP.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.