Os EUA são um dos principais exportadores de etanol à base de milho no mundo e em 2019 o país vem reduzindo seus envios ao exterior se comparado ao ano passado, quando escoou um recorde de 6,4 bilhões de litros.
Para ser ter uma ideia, no primeiro semestre deste ano, as exportações do país reduziram 19,4% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 2,9 bilhões de litros. Um dos principais fatores desse recuo é o aumento da oferta doméstica de etanol de milho no Brasil e, por ser considerado o maior importador de etanol dos EUA, reduziu a sua participação nas importações norte-americanas.
Mesmo com esse cenário, os EUA têm buscado novos caminhos para aquecer o setor, como um possível acordo com o Japão no intuito de aumentar o share do produto no mercado japonês. Além disso, o governo americano tem realizado estudos para impulsionar o etanol, o que requer atenção, quanto ao mercado em relação ao comportamento dos preços.
Confira os principais destaques do boletim:
• O preço do cereal mato-grossense apresentou recuperação na última semana com variação positiva de 1,93%, fechando a um preço médio de R$ 23,87/sc, em virtude da menor disponibilidade no mercado interno.
• Devido ao relatório de exportações semanais divulgado pelo USDA, a cotação na Bolsa de Chicago para o contrato de jul/20 exibiu decréscimo de 0,26% e cotação média de US$ 3,99/bu.
• Com a alta no dólar, queda nos prêmios e no contrato jul/20 da CME, a paridade de exportação recuou 1,25% e fechou a semana passada em R$ 22,63/sc.
• O dólar, na última semana, atingiu os R$ 4,16/US$, marcado pelas incertezas externas quanto ao processo de impeachment de Donald Trump e a melhora na relação comercial entre a China e os EUA.
Etanol de milho:
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única) divulgou na última semana (24/09) o relatório quinzenal da safra 19/20 para a região centro-sul brasileira, na qual está incluso MT. Nesse sentido, a região já acumula uma produção de 121,4 milhões de litros de etanol, um recuo de 3,4% ante a safra anterior no mesmo período.
Já a produção derivada a partir do milho alcançou 496,9 milhões de litros (16/abr – 16/set), um incremento de 72,6% em comparação à safra 18/19. Apesar da alta na produção, as vendas de etanol caíram 7,9% no comparativo com a última safra, considerando que grande parte desses negócios foram destinados ao mercado interno.
Além disso, neste período é comum as esmagadoras “flex” reduzirem o processamento de cana-de-açúcar e começarem a intensificar os trabalhos a partir do milho. Portanto, acompanhar o ritmo de crescimento da produção será de suma importância para o equilíbrio nos preços do milho, visto que, nos próximos anos serão instaladas novas indústrias nas regiões.
Fonte: IMEA