O controle de planta daninhas é essencial para reduzir os danos ocasionados pela matocompetição, cujo principal impacto é a redução da produtividade das culturas agrícolas. Além das boas práticas agronômicas, como a rotação de culturas, a boa cobertura do solo, uma das principais medidas de controle utilizadas a nível comercial é o controle químico com o emprego de herbicidas.
Dependendo do manejo, os herbicidas podem ser empregados tanto em pré quanto em pós-emergência, sobretudo, algumas particularidades necessitam ser analisadas a fim de reduzir os danos à cultura e potencializar a ação de controle dos herbicidas sobre as plantas daninhas. Uma delas é a polémica mistura de tanque, utilizada muitas vezes para otimizar a operação de aplicação, visando reduzir o número de pulverizações em comparação a aplicação de produtos de forma isolada.
Contudo, além de dividir opiniões quando a sua viabilidade e eficácia técnica, para uma mistura de tanque adequada, alguns critérios necessitam ser estabelecidos para que a funcionalidade da calda de pulverização seja mantida. Um dos critérios é a ordem de mistura dos defensivos agrícolas, em especial pela necessidade de alguns de maior tempo de mistura e pela maior dificuldade de alguns produtos em se diluir na calda.
Figura 1. Ordem de adição de produtos no tanque de pulverização.
Além disso, existe o efeito da interação entre os produtos, podendo alguns exercer efeito aditivo, sinergético ou antagonista, dependendo da combinação utilizada na calda de pulverização. Essas interações são muito observadas principalmente se tratando de herbicidas, sendo que algumas delas podem potencialização a ação de alguns ativos como é o caso do sinergismo, enquanto outras podem prejudicar a ação do herbicida como é o caso do antagonismo.
Confira abaixo as interações entre os principais herbicidas utilizadas na cultura da soja para o controle de plantas daninhas.
Efeito aditivo
O efeito dos herbicidas associados é igual a soma dos efeitos isolados, logo, exercem o mesmo efeito como se fossem aplicados de forma isolada. Alguns efeitos aditivos conhecidos são associações de glyphosate + chlorimuron-ethyl, glyphosate + carfentrazone-ethyl, atrazine + simazine ou metolachlor, entre outras (Damo; Mendes, Freitas et al., 2020).
Figura 2. Efeito aditivo entre diferentes compostos herbicidas.
Efeito Sinérgico
O efeito dos herbicidas associados é maior que a soma dos efeitos isolados, ou seja, a interação entre ambos potencializa a ação do herbicida. Entre os efeitos sinérgicos conhecidos ocorrem com as misturas de isoxaflutole + atrazine, metribuzin + clomazone, metribuzin + saflufenacil, inibidores do fotossistema II e inibidores da biossíntese de carotenoides, entre outras (Damo; Mendes, Freitas et al., 2020).
Figura 3. Efeito sinérgico entre diferentes compostos herbicidas.
Efeito Antagonista
No antagonismo, o feito dos herbicidas associados é menor a soma dos efeitos isolados. Os efeitos mais conhecidos de antagonismo são observados em associações entre trifluralin + diuron; herbicidas inibidores da ACCase + inibidores de ALS, carfentrazone, metribuzin, dicamba, pyrithiobac-sodium e acifluorfen-sodium; sulfoniluréias + MCPA; glyphosate + herbicidas de contato, como diquat, amônio-glufosinate, alguns herbicidas inibidores da PPO; entre outros (Damo; Mendes, Freitas et al., 2020).
Figura 4. Efeito antagonista entre diferentes compostos herbicidas.
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Referências:
DAMO, L.; MENDES, K. F.; FREITAS, F. C. L. MISTURAS DE HERBICIDAS EM TANQUE: O QUE SABER. MIPD, n.8, outubro de 2020. Disponível em: < https://www.researchgate.net/publication/344672351_MISTURAS_DE_HERBICIDAS_EM_TANQUE_O_QUE_SABER >, acesso em: 01/12/2022.
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