- Herbicidas pré-emergentes possibilitam o controle do fluxo de emergência de plantas daninhas
- Dependendo do produto, podem ser utilizados no sistema plante-aplique ou aplique e plante
- Características de solo e ambiente necessitam ser analisadas para uso desses defensivos
- Conforme observado por Silva et al. (2023), o uso de pré-emergentes pode representar em um acréscimo de 23,37% de produtividade na soja
O uso de herbicidas pré-emergentes tem desempenhado importante papel no manejo e controle de plantas daninhas em sistemas agrícolas. Esses herbicidas atuam diretamente no banco de sementes do solo (sementeira), inibindo e/ou inviabilizando a germinação dessas sementes, reduzindo por consequência, os fluxos de emergência de plantas daninhas, além de possibilitar maior uniformidade de emergências das sementes remanescentes, permitindo o melhor posicionamento dos herbicidas pós-emergentes.
Dependo do herbicida, o pré-emergente pode ser aplicado na modalidade plante-aplique, em que é realizada a semeadura da cultura a posteriormente feita a aplicação do herbicida, e/ou na modalidade aplique-plante, onde primeiro se pulveriza o herbicida, e após sua aplicação se realiza a semeadura da cultura.
O modo de aplicação pode variar em função das características do produto, textura do solo e/ou umidade do solo, sendo esses, fatores importantes a se considerar no posicionamento dos pré-emergentes, para evitar efeitos fitotóxicos na cultura semeada.
Além de analisar esses fatores, deve-se considerara a eficiência do herbicida, principalmente com relação as plantas daninhas presentes na área. Analisando a eficiência de herbicidas pré-emergentes no manejo de plantas daninhas na cultura da soja, Silva et al. (2023) observaram que alguns herbicidas se sobressaem a outros, no quesito controle dos fluxos de emergência de plantas daninhas, podendo inclusive impactar a produtividade final da cultura.
O solo da área experimental foi considerado como Muito Argiloso (64% de argila), sendo classificado como Latossolo Vermelho distroférrico. Dentre as principais plantas daninhas presentes na área, Silva et al. (2023) destacam a Digitaria insularis, Conyza bonarienses, Cenchrus echinatus e a Commelina benghalensis. Os tratamentos analisados pelos autores estão apresentados na tabela 1.
Tabela 1. Descrição dos tratamentos que compõem o ensaio de pesquisa e suas respectivas doses de bula. Grupo de Pesquisa em Agricultura no Cerrado -GPAC, Rio Verde,Goiás, Brasil, safra 2020/21.

Os herbicidas foram aplicados no sistema plante-aplique, onde a aplicação ocorreu 1 dia após a semeadura da soja. Com exceção dos herbicidas, todos os tratamentos receberam o mesmo manejo fitossanitário. Silva et al. (2023) observaram que para a variável controle do fluxo de emergência das plantas daninhas aos 7 dias após aplicação (DAA) não ocorreu significância pelo teste F, no entanto, a mesma variável analisada aos 14, 21, 28 e 112 DAA apresentou-se significância com 5% aos 14 DAA.
Os resultados obtidos por Silva et al. (2023) (tabela 2), demonstram que aos 14 dias após aplicação (DAA) os tratamentos (T5, T6, T7 e T8) promoveram o maior controle do fluxo da emergência de plantas daninhas. Aos 21 e 28 DAA todos os tratamentos que continham a aplicação de herbicida pré emergente (T2 até T8) não diferiram entre si, no entanto, foram superiores ao tratamento controle (T1) onde não ocorreu aplicação de herbicida pré emergente (Silva et al., 2023), destacando a importante contribuição dessa ferramenta no manejo de plantas daninhas na cultura da soja. Para efeito de análise, o controle dos fluxos de emergência das plantas daninhas foram avaliados por meio de atribuição de notas que variam de 0 a 6, recomendação da escala ALAM (1974).
Tabela 2. Teste de média para controle do fluxo de emergência das plantas daninhas em dias após aplicação (DAA) dos tratamentos herbicidas e produtividade da cultura da soja cultivar CZ 37B22 IPRO,Grupo de Pesquisa em Agricultura no Cerrado – GPAC, Rio Verde,Goiás, Brasil,safra 2020/21.

Com relação a produtividade, os autores observação que o tratamento contendo Glifosato + Diclosulam nas doses de 1.200 + 33,6 g i.a ha-1 (T2) resultou na maior produtividade obtida, representando um acréscimo de 23,37% de produtividade quando comparado a testemunha (T1). Logo, além de contribuir para o manejo e controle de plantas daninhas, pode-se dizer que os herbicidas pré-emergentes possibilitem a manutenção da produtividade da soja.
Confira o trabalho completo de Silva e colaboradores (2023) clicando aqui!
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Referências:
SILVA, P. H. O. et al. EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA SOJA. Brazilian Journal of Science, 2023. Disponível em: < https://bjs.emnuvens.com.br/revista/article/view/267/166 >, acesso em: 07/06/2023.