O sistema radicular é o órgão responsável pela fixação dos vegetais e pela absorção de água e sais minerais. De maneira geral considera-se que o sistema radicular é o responsável por realizar a interface entre a planta e solo.
Indispensável para a obtenção de água e nutrientes do solo, síntese de reguladores de crescimento e para o armazenamento de carboidratos, embora seja indiscutível sua importância, esse órgão tem sido pouco estudado em relação à parte área. Provavelmente, em função da dificuldade de seu estudo, tendo em vista que seu desenvolvimento ocorre no solo, o que dificulta observações diretas.
Durante a condução da lavoura o correto manejo da fertilidade do solo e da nutrição, contribui para assegurar o bom desenvolvimento radicular. Dentre os nutrientes requeridos pelas plantas, Fósforo (P), Nitrogênio (N), Cálcio (Ca), Enxofre (S), e Boro (B) são aqueles de maior importância para o crescimento das raízes, além de práticas como a coinoculação.
Pensando nisso, na terceira temporada do Dicas Mais Soja, o Dr. Thomas Martin, professor e pesquisador da UFSM, comentou sobre a importância do sistema radicular na soja e todas as práticas que são realizadas no início da semeadura, principalmente neste período de poucas chuvas como é o que vem ocorrendo em muitas regiões no sul do Brasil atualmente.
Conforme destacado pelo pesquisador, no início da semeadura, uma prática muito importante é a colocação de inoculante como Bradyrhizobium e Azospirillum pois esses possuem funções muito específicas.
No caso do Bradyrhizobium, este atua na fixação de nitrogênio, onde a cada tonelada produzida de soja necessita de 83 kg de nitrogênio. Já, o Azospirillum irá atuar aumentando o sistema radicular, produzindo mais hormônios.
Conforme destacado pelo pesquisador, quando utilizamos essa técnica da coinoculação tem-se cerca de quatro vezes mais raízes quando comparado a uma planta que não foi inoculada, conforme pode-se observar na figura abaixo.
Figura 1: Efeito da coinoculação em raízes de soja.
Dessa forma, o pesquisador destaca que utilizando esse tipo de estratégia teremos um sistema radicular mais volumoso, que auxiliará a cultura em momentos de estresse hídrico, uma vez que quanto maior o estresse hídrico, maior será o incentivo à produção de hormônios que ocorre pelo Azospirillum, sendo um manejo fácil, rápido e que deve ser realizado no momento da semeadura de maneira eficiente.
Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.