A irrigação cresceu 63% entre os anos de 2015 e 2024 em Mato Grosso do Sul. O dado apresentado no Programa Estadual de Irrigação demonstra o potencial do Estado na expansão agrícola com utilização de recursos renováveis.
De acordo com números do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (SIGA-MS) – projeto executado pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) em parceria com o Governo do Estado e da Agência Nacional de Águas (ANA), Mato Grosso do Sul tem mais de 320 mil hectares irrigados, com destaque para a fertirrigação, responsável por 64% do total, seguido pelos demais sistemas de irrigação que, juntos somam 36% da área total irrigada.
Os sistemas de fertirrigação realizadas por meio de canhão autopropelido ou carretel são utilizados principalmente na cultura da cana-de-açúcar. Entre as principais culturas irrigadas pelo sistema de pivô central estão as culturas anuais, com soja e milho, responsáveis por 73% da área irrigada com esse sistema, equivalente a 84 mil hectares; seguidas pelas pastagens, arroz e cana-de-açúcar. Atualmente, são 902 unidades de pivôs centrais, distribuídas em 53 dos 79 municípios do Estado.
O Programa Estadual de Irrigação e a ANA apontam que Mato Grosso do Sul tem potencial de expansão da agricultura irrigada de 4,7 milhões de hectares, sendo 1,67 milhão passíveis de intensificação com água superficial e outros 2,86 milhões de áreas de pastagem degradada convertidas em agricultura irrigada.
O coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, diz que o aproveitamento do potencial estadual para agricultura irrigada, colocou o Estado entre os maiores produtores de grãos do Brasil. “A irrigação tem um papel fundamental na expansão e estabilidade produtiva de Mato Grosso do Sul, principalmente nos períodos de estiagem. Por meio desses sistemas, áreas antes inviáveis para a produção agrícola se tornaram viáveis, possibilitando o cultivo de grãos, aumentando a rentabilidade das propriedades e impulsionando o desenvolvimento local, regional e estadual de forma sustentável econômica e ambientalmente”, reflete Balta.
Com a irrigação, o agricultor depende menos de fontes de água superficiais, como rios e lagos. É o caso do diretor da Aprosoja/MS, produtor rural na região sul do Estado, Lucio Damália. “Nós estamos no que chamamos de zona de transição climática, e estamos tendo muitos veranicos prolongados ultimamente, com essas mudanças climáticas que incomodam todo mundo. Eu já fiquei 84 dias sem chuva, ou seja, isso é fatal para qualquer cultura. E quando você tem a opção de entrar na irrigação, você não resolve 100% dos problemas, mas você consegue manter a sua média de produtividade. Eu optei por irrigação subterrânea, que é um sistema que permite irrigar 100% da área, permite fertirrigação, principalmente com ureia, e você consegue parcelar a sua irrigação”, afirma Damália.
Até o ano de 2030, o governo estadual planeja expandir a área irrigada em 40%, por meio de ações de fomento à infraestrutura, linhas de financiamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) Irrigação, redução de impostos para aquisição de equipamentos e integração entre entidades públicas e privadas para difusão de tecnologias.
Recursos hídricos
O Estado é favorecido por duas importantes bacias hidrográficas: a do Rio Paraná, que cobre 47,46% da área, e a do Rio Paraguai, com 52,54%. Além disso, Mato Grosso do Sul abriga o Aquífero Guarani, a maior reserva de água doce da América do Sul e uma das maiores do mundo, cobrindo uma área de cerca de 213.700 km² no Brasil.
Para saber mais, acesse o arquivo completo do Plano Estadual de Irrigação clicando aqui.
Foto de capa: Patrícia Vilela (Técnica de Campo Aprosoja/MS)
Fonte: Joélen Cavinatto/Aprosoja MS