Durante o ciclo de desenvolvimento da soja, uma grande variedade de doenças pode incidir sobre a cultura prejudicando o crescimento, desenvolvimento e produtividade da soja. É comum encontrar doenças em todo o período de desenvolvimento da cultura, desde sua emergência a fase da maturação fisiológica, tendo distintas consequências dependendo da doença em questão.

Doenças como a ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) podem promover perda de produtividade de até 90% dependendo da severidade (Godoy et al., 2020), sendo assim, o manejo e controle de doenças é essencial para o bom crescimento, desenvolvimento e produtividade da soja cultivada. Contudo, além do uso de fungicidas e do bom posicionamento de produtos, por se tratar em sua maioria de doenças fúngicas, medidas de manejo devem ser tomadas não só na safra, mas na entressafra da soja visando reduzir a pressão de inoculo e incidência das doenças na cultura.



Uma dessas medidas é a eliminação de plantas de soja voluntárias oriundas das perdas de colheita, isso porque conforme destacado pelo professor e pesquisador Marcelo Madalosso, essas plantas podem servir como “ponte verde” para a sobrevivência de doenças fúngicas na área de cultivo, especialmente as doenças causadas por fungos biotróficos. Madalosso chama atenção para a quantidade de doenças que é possível observar em plantas de soja espontâneas após a colheita da soja, e a elevada severidade dessas doenças. Doenças como oídio (Microsphaera difusa), ferrugem-asiátia (Phakopsora pachyrhizi), septória (Septoria glycines) e cercóspora (Cercospora spp.) são comumente encontradas em plantas de soja espontâneas após a colheita da cultura.

Dessa forma, fica evidente a importância do controle da soja espontânea para reduzir a pressão de inóculo e incidência de doenças fúngicas nas culturas sucessoras na próxima safra de soja. Deve-se atentar para a o cultivo de culturas como a canola em sucessão a soja, sendo que caso as plantas de soja não sejam controladas com sucesso antes da implantação da canola no campo, maiores dificuldades de manejo podem ser observadas em decorrência da seletividade a herbicidas.

Em algumas regiões do Sul do Brasil, a ocorrência de geadas contribui para o controle da soja espontânea, entretanto com a incerteza da ocorrência desse fenômeno e a instabilidade climática, o controle químico de plantas espontâneas especialmente quando há o objetivo de cultivar alguma cultura após a soja em um curto período, torna-se necessário, principalmente se tratando de culturas que apresentam seletividade similar a soja a herbicidas.



De maneira geral, pode-se afirmar que o manejo de doenças da soja tem início logo após a colheita da cultura, sendo indispensável a eliminação de plantas de soja espontâneas e plantas daninhas que possam servir como ponte verde para doenças, além disso, a utilização de boas práticas agronômicas tais como rotação de culturas, tratamento de sementes e utilização de fungicidas multissítios e protetores são de fundamental importância para um adequado manejo fitossanitário da soja visando boas produtividades.

Confira o vídeo abaixo com as dicas do professor e pesquisador Marcelo Madalosso.


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Referências:

GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2019/2020: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 160, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/215288/1/CT-160-OL.pdf >, acesso em: 03/05/2021.

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